Em junho de 1973, no entanto, Ian Gillan anunciou inesperadamente sua saída do Deep Purple. Roger Glover também sairia a seguir.
De um dia para o outro, em um de seus melhores momentos criativos, a banca britânica, precursora do heavy metal moderno ao lado de Black Sabbath e Led Zeppelin, estava sem vocalista e sem baixista.
Não sabiam eles, porém, que estavam ironicamente abrindo caminho para o melhor álbum de estúdio gravado pelo Deep Purple em quase meio século de estrada, “Burn”, que neste 15 de fevereiro completa 40 anos de seu lançamento.
Achar o substituto de Glover foi relativamente fácil. Ritchie Blackmore e Jon Lord encantaram-se com Glenn Hughes, então baixista do Trapeze. Além de mandar bem nas quatro cordas, Hughes cantava muito – como quem ainda não o conhecia viria a descobrir alguns meses depois.
Chegou-se a ventilar a possibilidade de Hughes cuidar sozinho dos vocais, mas a ideia de ter um frontman foi mais sedutora. Poderia ter sido Paul Rodgers, então vocalista do Free e que mais recentemente assumiu só os microfones do Queen. Mas ele rejeitou o convite.
Em meio a fitas e mais fitas recebidas pela banda, um tal David Coverdale, então um cabeludo de 21 anos de idade, chamou a atenção. Convidado a fazer um teste, passou. Semanas depois a nova formação do Purple foi anunciada.
A seguir, Blackmore, Lord, Coverdale, Hughes e o baterista Ian Paice trancafiaram-se para ensaiar e compor por duas semanas.
Com o material pronto, dirigiram-se a Montreux em novembro daquele ano para gravar “Burn”. Usaram a lendária unidade móvel de gravação dos Rolling Stones, a mesma com a qual haviam gravado “Machine Head”.
Voltaram para a Inglaterra com uma obra-prima na bagagem.
Muitos fãs de Gillan – e o próprio Gillan – torcem o nariz quando alguém cita “Burn” como o melhor álbum gravado pelo Deep Purple, mas o que Hughes e Coverdale fizeram nos vocais somado à forma técnica e à fase criativa de Blackmore e Lord (já reparou que ninguém nunca dá um crédito decente ao baterista?) proporcionou um disco genial do primeiro ao último acorde.
E na sequência ainda viria “Stormbringer”.
Descontado o fato de Coverdale já ter mostrado na magnífica “Mistreated” a vocação para músicas de dor-de-cotovelo que marcaria sua carreira, não é à toa que, passadas quatro longas décadas, Gillan ainda hoje recusa-se a cantar ao vivo as músicas com Coverdale e Hughes nos vocais.
Para comemorar os 40 anos do álbum “Burn”, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com a já clássica performance ao vivo da banda para a música “Burn” no California Jam, de 1974. Depois, do mesmo evento, fique com “Might Just Take Your Life” e “Mistreated”.
Eu ainda sou mais o “Machine Head”, mas é inegável a importância deste álbum.
Basta ver os vídeos que selecionamos!
Deep Purple é sinônimo de música de qualidade!
O Purple parece aquelas seleções de todos os tempos que montamos de times de futebol. Se tirar um jogador e colocar outro, vai continuar sendo a melhor de todos os tempos. E o Blackmore é um filho da puta porque enlouqueceu e parou de tocar rock. OBS: eu prefiro o Gillan
Concordo totalmente, Lira!
Grande abraço!
Burn não chega na sola dos pés do Machine Head. Sem mais!
O “choque de egos”,”diferenças musicais” que virou mito na banda, até hoje tem repercussões negativas!! – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc