Música para ouvir e também para ver. Mais do que um slogan ou uma frase de efeito, define com exatidão um dos eventos culturais mais importantes da cidade de São Paulo.
O In-Edit – Festival Internacional de Documentários Musicais, chega a sua 10ª edição brasileira consolidado e relevante mesmo em tempos de crise econômica e redução de ofertas do mesmo tipo de evento na capital paulista.
O evento ocorre de 7 a 17 de junho em várias salas de cinema da cidade.
Num quadro da temporada de 1978 do programa “Os Trapalhões”, na TV Globo, o Joelho de Porco tocou a música “O Rapé”, que abria o segundo álbum da banda paulistana, lançado naquele mesmo ano pela Som Livre. Na ocasião, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias representaram uma sátira do grupo, como de costume quando alguns músicos se apresentavam no programa: Focinhos de Porco.
A letra começa assim: “Agora eu vou cheirar rapé/que esta poeira não está dando pé/Vou fazer reclamação, Jornal da Tarde faz publicação!”
A música sugere em crônica bem humorada, a cara da banda, o consumo de cocaína. Ou só um grito singelo contra a poluição… Não, é a primeira opção, vai, convenhamos…
Interessante observar é a ausência do politicamente correto na televisão daquela época. Afinal, o programa era para o público infantil, apesar de muito marmanjo assistir também.
E lembra outro momento, já nos 1980, este mais explícito, que aconteceu durante o programa “Clube da Criança”, na ocasião apresentado por Angélica. Um Flávio Basso (Júpiter Maçã) ensandecido cantando “Eu quis comer você”, sucesso na época da banda Cascavelletes, enquanto crianças aplaudem e sorriem diante das câmeras.
O hábito de consumir rapé, que é feito do tabaco, era bastante difundido no Brasil até o início do século XX. Era visto de maneiras contraditórias: às vezes como algo elegante; às vezes como um mero vício.
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Quanto ao Joelho de Porco, para quem não conhece ou não se lembra da banda, foi um dos nomes de destaque do rock nacional nos Anos 70 e 80, quando poucos grupos se arriscavam a fazer um som com letras capazes de deixar alguns representantes da sociedade, então sob o regime de ditadura, contrariados.
Numa das fases de grande destaque, o Joelho de Porco teve uma formação que contava com o ótimo Próspero Albanese, o fotógrafo norte-americano David Drew Zingg, o cantor e compositor Zé Rodrix e o não menos ótimo Tico Terpins. Desta formação, somente Albanese está vivo.
No vídeo do programa “Os Trapalhões” que o leitor do Roque Reverso pode ver abaixo, o vocalista da banda ainda era o argentino Billy Bond. Vale dar uma conferida!
*Marcelo Galli é jornalista da Agência Estado e amante do bom e velho rock n’ roll
Um restante de sexta-feira e um fim de semana com muito rock and roll a todos!!! Sonic Youth, com "100%", ao vivo,… twitter.com/i/web/status/1…3 days ago