O Napalm Death passou por São Paulo e entregou aos fãs mais um de seus shows brutais e intensos. Para um Clash Club praticamente lotado no domingo, dia 26 de junho, a já veterana banda britânica de gridcore manteve a tradição de “chutar a cara” dos hipócritas com músicas recheadas de letras contundentes e politizadas que fazem falta no atual momento do rock e do mundo em plena onda conservadora.
A despeito de já possuir uma extensa lista de idas e vindas ao Brasil, o grupo inglês ficou muito longe de realizar uma apresentação repetitiva ou sem novidades. Aproveitando a turnê de divulgação do mais recente disco “Apex Predator – Easy Meat”, de 2015, o Napalm mesclou músicas novas com sucessos antigos, até surpreendendo alguns fãs com algumas faixas que não eram aguardadas.
O show de São Paulo fechou a turnê brasileira da banda, que havia passado antes por Limeira, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Manaus e Curitiba. O set list do Napalm Death no Clash Club chamou a atenção por ser um pouco diferente do que o das noites anteriores e agradou justamente por isso.
A abertura na capital paulista ficou por conta de dois grupos brasileiros que só ajudaram a deixar a noite ainda mais agradável.
O primeiro deles foi o Test, a eterna banda da Kombi, que surpreendia o público antigamente tocando do lado de fora das casas de show em plena calçada e que agora, cada vez mais experiente e com um som de dar inveja a muito grupo mais antigo, também abre apresentações do quilate de um Napalm Death em lugares fechados. A segunda banda foi nada menos que o Genocídio, de saudosos shows do underground paulistano dos Anos 80 e 90 e que trouxe seus membros mostrando que ainda têm muita lenha para queimar.
Após as boas apresentações de abertura, o Napalm subiu ao palco. Comandado pelo vocalista Mark “Barney” Greenway, o grupo britânico iniciou seu caos sonoro e transformou o Clash Club num local pouco propício para quem gosta de calmaria. Após a introdução de “Apex Predator – Easy Meat”, a banda emendou “Mass Appeal Madness”, do EP de mesmo nome lançado em 1991.
Sem muito tempo para deixar a plateia ficar parada, o Napalm Death trouxe a poderosa “On The Brink Of Extinction”, do disco “Time Waits for No Slave”, de 2009. Em meio a rodas de mosh que eram criadas na pista, os primeiros de muitos stage divings começaram a se proliferar, com vários fãs saltando sobre a galera presente, com destaque para algumas meninas dando saltos mais radicais do que a maioria masculina.
Depois das novas “Smash A Single Digit” e “Metaphorically Screw You”, do novo álbum, a banda trouxe a ótima “Greed Killing”, do disco “Diatribes”, de 1996. Foi um momento bacana que relembrou o show insano do grupo em São Paulo em 1997 na extinta casa de shows Folclore Musical, no Brás.