A banda inglesa Radiohead deu início na última semana de julho a sua primeira turnê nos Estados Unidos desde 2012. O rompimento do hiato foi feito com dois shows disputadíssimos no Madison Square Garden, em Nova York, nos dias 26 e 27.
Mesmo com Nova York sendo uma cidade que, em termos de atrações culturais, tem de tudo, o tempo todo, o show do Radiohead causou uma agitação ou “a fuss”, como disse a imprensa dos EUA, raramente vista.
Os ingressos se esgotaram em minutos. Vendidos oficialmente a US$ 80, estavam sendo oferecidos por sites de revendas e cambistas por até US$ 2 mil.
Nos sites e blogs, várias pessoas relataram que pagaram caro e quando foram entrar no local do show, o ingresso era falso. Na porta do Madison Square Garden, uma fila gigante de fans que esperavam por alguma desistência entre os tickets reservados para patrocinadores e (poucos) convidados.
Este repórter conseguiu a duras penas um ingresso para o segundo show por US$ 200, faltando apenas meia hora para o início. Cheguei e as luzes já estavam se apagando e, qual não foi minha surpresa ao ver que minha cadeira era ao lado da do líder do R.E.M., Michael Stipe, e ainda na fileira 5, a poucos metros do palco.
Foi, no mínimo, interessante ver como Stipe, careca e com uma longa barba, uma das influências do Radiohead, aplaudiu animado as músicas da banda inglesa enquanto tomava uma cerveja (vendida a US$ 12,50!).
Thom Yorke e o restante da banda compensaram o esforço dos que pagaram caro pelos ingresso (e pela cerveja) com um show de duas horas e dois bis. O vocalista segue com uma voz impecável e capaz de fazer uma arena com 20 mil pessoas se calar completamente enquanto cantava só com um piano “Pyramid Song”, uma das músicas “depressivas” da banda.