Os Titãs surpreenderam o já combalido rock nacional com o anúncio da saída de Paulo Miklos da banda. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 11 de julho, o grupo destacou que o músico se desligou do conjunto “por decisão pessoal, para se dedicar a projetos individuais”.
Da formação clássica dos Titãs, continuam agora apenas Branco Mello, Sergio Britto e Tony Bellotto. Segundo a banda, eles prosseguem com o apoio da gravadora Som Livre, honrando compromissos assumidos e outros que venham a surgir, fazendo shows e criando novas músicas e projetos.
Além da saída de Miklos, os Titãs anunciaram que o guitarrista Beto Lee se junta ao baterista Mário Fabre e completam o grupo de agora em diante.
“Os Titãs, ao longo de 34 anos de uma carreira exitosa, experimentaram várias formações sempre preservando a essência e o vigor de suas canções”, disse o grupo em comunicado. “Como um organismo coletivo que suplanta as individualidades que o compõem, os Titãs seguem determinados, impulsionados por inquietação e ambição artística, e orgulho das glórias conquistadas”, completaram os músicos.
Quis o destino que a o anúncio da saída de Miklos fosse realizado no ano no qual o disco mais importante dos Titãs completou 30 anos de idade. “Cabeça Dinossauro” é um marco no rock nacional e foi fundamental para influenciar diversos grupos de rock que vieram na sequência.
O novo enfraquecimento de uma das maiores bandas do rock nacional diz muito do cenário atual em terras brasileiras. Com espaço cada vez menor na grande mídia, o estilo sobrevive graças a abnegados que ainda abrem espaço em rádios especializadas, como as paulistanas 89FM e a Kiss FM, e vários sites de rock que felizmente insistem no apoio ao rock do Brasil.
Desde que despontou também na carreira de ator de cinema, Miklos vinha conduzindo diversos trabalhos além dos Titãs. Dentre todos os componentes que passaram pela banda, ele está, ao lado de Arnaldo Antunes, entre as principais referências.
Para uma banda que, na fase áurea, contou com oito integrantes, os Titãs perde muito sem Miklos, assim como perdeu com as saídas de Arnaldo, Nando Reis, Charles Gavin e a morte de Marcelo Fromer.