A programação de 2016 da Virada Cultural paulistana volta a apostar na decentralização dos palcos que fez sucesso na edição de 2015 e, especialmente em relação ao rock n’ roll, repete a fórmula de prestigiar as bandas nacionais novas ou antigas. No evento gratuito que tradicionalmente tem 24 horas e que será realizado sem interrupção entre os dias 21 e 22 de maio, a novidade foi um happy hour que aconteceu na sexta-feira, 20, na região central de São Paulo, e trouxe atrações entre as 17 horas e meia-noite, sendo praticamente um aquecimento para o sábado e o domingo.
Na prática, portanto, a Virada Cultural 2016 tem 3 dias. O evento deste ano conta com 700 atrações culturais.
Elas estarão distribuídas entre shows musicais, atividades infantis e oficinas culturais, e pela primeira vez será realizada em todas as 32 subprefeituras da capital paulista.
Em tempos de preocupante crise econômica nacional e de um País cheio de indefinições gerados por um polêmico processo de impeachment da presidente da República que vem sendo denunciado pela imprensa internacional como um golpe, é fácil notar a cautela na programação da Virada em relação às atrações, com convidados mais dentro do já pequeno orçamento possível à Prefeitura de São Paulo.
Esqueçam os tempos de atrações internacionais de alto calibre, como as das Viradas Culturais que contaram com shows gratuitos e disputados do Living Colour, Suicidal Tendencies, Misfits, Iron Butterfly e o Man Or Astro-Man?, entre outros nomes que surpreendiam pela presença num evento aberto. Em 2016, mais ou menos como em 2015, nomes um pouco menos badalados, mas não menos interessantes vão representar o rock.
Bons exemplos que estarão na Virada Cultural são os veteranos e ótimos grupos nacionais Plebe Rude, Violeta de Outono, Pin Ups, além das bandas um pouco mais novas e também competentes Matanza, Cidadão Instigado e Detonautas. Todas estas atrações estarão no tradicional Palco Rio Branco (veja a escalação aqui), que prestigiará, entre o sábado e o domingo, o rock e ainda terá uma homenagem ao músico Flávio Basso, conhecido nacionalmente como Júpiter Maçã e que morreu em dezembro de 2015.
Outro local ligado ao rock em 2016 é o Centro Cultural Tendal da Lapa, que trará uma programação mais voltada ao punk e a o hardcore. Entre algumas das bandas que vão se apresentar, estão a Lixomania e a Invasores de Cérebro.
Inspirado na conhecida “banda da kombi” Test, o Palco Test será dividido em três espaços: Tablado, Kombi e Tenda, onde o público poderá encontrar apresentações do undergroud (veja aqui), como as das bandas Paura, Rakta, Facada, Cruel Face, Lástima, Guru, Plague Rages, Duo Mutual, DER e o próprio Test, entre outros vários grupos interessantes.
Quem conheceu aqui pelo Roque Reverso o ótimo espetáculo musical Beatles para Crianças vai ter a oportunidade de presenciá-lo ao vivo em vários locais e fazer a alegria da criançada. A programação da Virada prevê este espetáculo no Centro Cultural da Penha, no Centro Cultural Vila Formosa, no Clube Escola da Moóca, na Ocupação Sesc Dom Pedro II e no Sesc Santo Amaro (veja aqui os detalhes).
Quem curte a banda Nação Zumbi também terá duas oportunidades para assistir o tradicional grupo. Haverá shows dos músicos no Palco Júlio Prestes, que é o principal e onde eles tocarão com o Young Gods da Suíça, e o Palco M’ Boi Mirim (confira aqui).
Para melhorar a segurança durante a Virada Cultural, a Prefeitura de São Paulo optou por diminuir o perímetro entre os palcos do Centro, facilitando a locomoção do público entre um e outro e deixando as regiões com um maior número de pessoas.
Na 12ª edição da Virada Cultural, dez Centros Educacionais Unificados (CEUs) localizados em diversas regiões da cidade receberão uma programação especial do evento, com espetáculos de música, teatro e oficinas culturais. Participam da Virada os CEUs Alvarenga, Aricanduva, Lajeado, Jaçanã, São Mateus, Parque Veredas, Paz, Quintal do Sol, Uirapuru e Capão Redondo.
O evento de 2016 também levará artistas e espetáculos para mais de 50 espaços da periferia de São Paulo. Os shows serão realizados de Parelheiros, no extremo sul, até a Cidade Tiradentes, no extremo leste; de Perus, na zona norte, ao Butantã, na região oeste. Serão cinco palcos montados em ruas, centros culturais, casas de cultura, teatros e bibliotecas, com nomes como Emicida, Mano Brown e NX Zero.
Uma boa banda veterana, os Inocentes, vai tocar também em dois locais: a Casa de Cultura do Butantã e a Casa de Cultura de São Miguel (veja aqui)
Outra medida importante foi em relação à iluminação. Até o fim de semana da Virada, o Ilume (Departamento de Iluminação Pública) trocará 724 luminárias na região central e no Beco do Batman, na Vila Madalena.
Durante os três dias, a Polícia Militar irá trabalhar com um efetivo com mais de mil homens. Além disso, a Virada Cultural contará com 1500 seguranças particulares e 2500 homens da Guarda Civil Metropolitana.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai monitorar o trânsito na Região Central da cidade para a realização da Virada Cultural 2016. Para garantir a segurança e a fluidez do tráfego, bem como o acesso do público ao evento, a CET contará com 300 operadores de tráfego.
O sistema de transporte terá um esquema especial para atender a população. No sistema metroferroviário, trens do Metrô e CPTM devem funcionar ininterruptamente do sábado para o domingo. Em relação aos ônibus, os usuários podem também se deslocar com o sistema Noturno da capital paulista, com intervalos dos ônibus de 15 minutos em ligações estruturais, geralmente em grande corredores, e de 30 minutos nos bairros.
A programação completa da Virada Cultural, com datas, horários e todas as informações, está disponível no site: www.viradacultural.prefeitura.sp.gov.br.