Enquanto o Brasil amanhecia passivo, em choque com provas gravíssimas em relação à conduta do presidente da República, Michel Temer, e a caminho de uma situação de vazio de poder com riscos reais de descambar para uma solução mais autoritária que de costume, o mundo do rock acordou com mais um duro golpe da vida contra suas fileiras: a morte súbita de Chris Cornell.
O fundador do Soundgarden e do Audioslave faleceu no fim da noite de ontem, 17 de maio, aos 52 anos, momentos depois de um show em Detroit. Ainda não há informações sobre a causa da prematura morte de um dos maiores nomes do roquenrow dos últimos vinte e poucos anos.
Brian Bunbery, identificado como representante de Cornell pela BBC, disse que o cantor, guitarrista e compositor morreu “repentina e inesperadamente”.
Comentou ainda que o corpo de Cornell passará por necrópsia para determinar a causa da morte* e que a família pede privacidade.
Chris Cornell chegou a tuitar sobre o show em Detroit, parte de uma extensa turnê com o Soundgarden. “Finalmente de volta à Cidade do Rock”, celebrou no Twitter, em referência à maneira como Detroit é conhecida entre os norte-americanos, a “Rock City” imortalizada na canção do Kiss.
Irriquieto e criativo, Chris Cornell emergiu de Seattle para o mundo no meio da explosão do grunge, no início dos anos 90. Ao lado de Nirvana, Alice In Chains e Pearl Jam, o Soundgarden consolidou-se como um dos principais (e mais pesados) expoentes daquela cena. É digno de nota o fato de os vocalistas de três destas quatro bandas terem falecido precocemente.
Enquanto Badmotorfinger estourava nas paradas, impulsionado por uma sequência sensacional de músicas como “Rusty Cage”, “Outshined” e “Jesus Christ Pose”, Chris Cornell revelou seu ecletismo ao juntar-se a parceiros de Soundgarden e Pearl Jam no projeto “Temple of the Dog”, homenagem ao falecido vocalista Andrew Wood, do Mother Love Bone, banda seminal da cena rock de Seattle.
Virado o milênio, Chris Cornell formou junto com os remanescentes do Rage Against The Machine o Audioslave, uma das melhores expressões do rock internacional a partir dos anos 2000.
O sucesso e a versatilidade fizeram com que compusesse e gravasse em 2006 a canção “You Know My Name”, a música oficial do filme “Casino Royale”, da franquia 007. Foi o primeiro homem norte-americano a emprestar sua voz e sua criatividade à trilha de um filme de James Bond.
No início de 2017, Cornell tocou com o Audioslave, no primeiro show do grupo em 12 anos. A apresentação foi realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos. O grupo foi atração especial do Anti-Inaugural Ball, evento de protesto em relação à posse do republicano Donald Trump como presidente dos Estados Unidos que aconteceu no mesmo dia em Washington.
Já o Soundgarden voltou em 2010 e, desde então, vinha na ativa, passando, por exemplo, pelo Lollapalooza Brasil de 2014, com ótimo show em São Paulo, pouco depois de ter lançado um bom disco novo em 2012. No ano passado, o Soundgarden anunciou que entraria em estúdio para a gravação de seu sétimo álbum de músicas inéditas e entraria em turnê, tragicamente interrompida no fim da noite do dia 17 de maio após o show em Detroit.
Para prestar uma singela homenagem a Chris Cornell, o Roque Reverso descolou clipes do Soundgarden e o Audioslave no YouTube. Da primeira banda, fique inicialmente com o vídeo de “Rusty Cage”. Depois, veja os de “Jesus Christ Pose”, “Black Hole Sun” e “Fell on Black Days”. Do Audioslave, fique com “Like a Stone” e “Cochise”. Para fechar, fique com Cornell cantando “You Know My Name”.
0 Respostas to “Rock chora a morte de Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e do Audioslave”