Tudo acontecia ao mesmo tempo agora em 1969. O maio de 1968 repercutia intensamente na juventude ocidental da época. Foi quando um zepelim de chumbo alçou o improvável voo que nos anos seguintes faria do Led Zeppelin a maior banda de rock’n’roll de todos os tempos.

Depois de lançar seu primeiro disco em janeiro de 1969, o Led Zeppelin chegaria ao segundo semestre daquele ano com uma bagagem de dezenas de shows pela Europa e pelos Estados Unidos e incontáveis melodias escorrendo dos dedos Jimmy Page e John Paul Jones.

Havia tema para bem mais de um disco, grande parte originada de improvisos em cima do palco e registrada da maneira que fosse possível. Tudo ao mesmo tempo agora. Mas cada coisa em seu tempo certo.

O Led Zeppelin mostrava-se mais pesado ao vivo do que no disco de estreia. E é esse peso, somado à genialidade musical já percebida no primeiro trabalho da banda, que torna “Led Zeppelin II”, que completa 50 anos neste dia 22 de outubro de 2019, um disco tão especial.

Jimmy Page assina a produção do álbum, o primeiro contando com a parceria do sul-africano Eddie Kramer como engenheiro de som.

É provavelmente o disco mais pesado do Led Zeppelin. E mesmo sem partir para o caminho do heavy metal, como fariam Black Sabbath e Deep Purple, o Led Zeppelin proporciona um trabalho seminal para o estilo.

“Led Zeppelin II” é peso e lisergia numa medida que a banda levaria ao limite da perfeição em trabalhos posteriores.

“Whole Lotta Love” inaugura o álbum com seu riff apoteótico. Parece impossível manter o nível, mas estamos tratando de Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham.

“What Is and What Should Never Be” e “The Lemon Song” fazem com que se tenha a impressão de estar assistindo a um show ao vivo antes do desfecho poético de “Thank You”, encerrando o Lado A.

Bons tempos de lado A e lado B. Será possível melhorar? Não seria melhor parar por aqui pelo menos até a sensação de êxtase passar? A essa altura o Led Zeppelin faz qualquer risco parecer válido.

É hora de ouvir riffs de tirar o fôlego em “Heartbreaker”, “Living Loving Maid” e na inadjetivável “Ramble On”, uma das minhas canções favoritas dentre todas as do Led Zeppelin.

O disco segue com “Moby Dick”, talvez a música instrumental mais executada da história do rock, permeada por um solo de bateria invejado por onze entre dez bateristas.

O álbum se encerra com “Bring it on Home” induzindo o ouvinte a virar de novo o disco para ouvi-lo em looping e no volume máximo até a vizinhança chamar a polícia.

“Led Zeppelin II” atingiria rapidamente – e pela primeira vez na carreira da banda – o topo das paradas de sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde em mais de uma ocasião chegou a desbancar “Abbey Road”, dos Beatles.

Para comemorar os 50 anos do álbum clássico do Led Zeppelin, o Roque Reverso descolou vídeos e sons no YouTube. Fique inicialmente com o clipe de “Whole Lotta Love”. Na sequência, veja a execução ao vivo de “Heartbreaker”, no Madison Square Garden, em 1973, retirado do clássico DVD “The Song Remains the Same”. Depois, veja a execução ao vivo de “Ramble On”, em Londres,  em 2007. Na sequência veja “Moby Dick”, ao vivo também em 1973 no show captado pelo “The Song Remains the Same”. Se quiser ouvir o álbum na íntegra, com direito a faixas bônus de uma versão remasterizada, vá até ao último vídeo da lista.