Se existe uma banda com a cara da aniversariante São Paulo, esta banda é o 365. Talvez, ao lado do já saudoso Ira!, o grupo seja um dos poucos do rock capazes de transformar os detalhes, fatos e marcas da maior metrópole do País em combustível para as boas músicas. Um pouco sumido do cenário roqueiro (gravou seu último disco em 2005), o 365 fará no sábado, dia 28 de janeiro, no Sesc Belenzinho, um show para comemorar os 25 anos de seu primeiro álbum: “365”, de 1987.

A imperdível apresentação marcará também o relançamento dos dois primeiros álbuns (o já citado e “Cenas de um Novo País”, de 1990) no projeto “2 em 1”, da Warner Music. O show contará com as participações de Mau (líder e vocalista do grande Garotos Podres), Fábio Golfetti (vocalista do não menos importante Violeta de Outono) e Mingau, atual baixista do Ultraje a Rigor que já passou pelo 365.

O show está marcado para começar às 21h30. Os ingressos custam R$ 24, sendo que há descontos para quem possui a carteirinha do Sesc: as entradas saem a R$ 12 e a R$ 6, dependendo do tipo de matriculo do usuário. O Sesc Belenzinho fica na Rua Padre Adelino, 1000, no Belenzinho.

O 365 foi fundado em 1983, no auge do movimento punk-rock e new wave no Brasil, que também ainda vivia seus últimos anos de ditadura. Inicialmente, o grupo foi composto por Miro de Melo (bateria), Tiquinho (guitarra), Adauto (baixo) e Oclinhos(voz). Em 1985, passou por uma reformulação com a entrada de Ari Baltazar (guitarra), Mingau (baixo) e Finho (vocal). Com um estilo voltado para o pós-punk, sua música foi intitulada por alguns críticos como “rock de combate”.

Antes do primeiro álbum, o 365 lançaria um disco-mix contendo as músicas “São Paulo” e “Canção para Marchar”. A canção “São Paulo” se tornaria um grande sucesso e, posteriormente, um clássico do rock nacional. Além disso, também se transformou em melodia obrigatória para comemorar o aniversário da capital paulista – no ótimo blog Combate Rock, do Grupo Estado, a música ganhou em 2012, em votação feita pela internet, como a que tem “a cara” da cidade.

Com a repercussão positiva do disco-mix de 1985, o grupo finalizou, em 1987, seu primeiro álbum homônimo, contendo entre outras músicas, uma versão inesquecível de “Grândola, Vila Morena”. A música do cantor e compositor português Zeca Afonso, em sua versão original, foi utilizada, na década de 70, como senha de sinalização durante a Revolução dos Cravos, em Portugal.

No ano de 1989, já com o baixista Callegari (ex-Inocentes) substituindo Mingau, o 365 lançou o segundo álbum, com destaque para as músicas “Cegos Movimentos” e “Anos 70”. Em 1995, participou da coletânea inglesa “Oi! It’s a World Invasion, vol. 2”, com as músicas “Pamela” e uma versão de “Violência e Sobrevivência” do Lixomania.

Após esta gravação, o baterista Miro de Melo lançou com a banda Fogo Cruzado um álbum homônimo. Já o vocalista Finho e o guitarrista Ari Baltazar formaram a banda M.M.D.C., que participou da coletânea “Urbanoise” e lançou o álbum “Non Ducor Duco”.

Em 1998, foi lançada a coletânea “365 – 1987/1997”, organizada por Miro de Melo contendo sucessos do grupo com materiais de fitas e gravações ao vivo. Em 2005, gravaram seu último álbum de inéditas: “Do Outro Lado do Rio”.

O Roque Reverso acredita que músicas do 365 são ótimas para comemorar os 458 anos que estão sendo completados por São Paulo neste dia 25 de janeiro. Para entrar na onda das homenagens a essa grande cidade e comemorar também o show da banda, escolhemos um vídeo do YouTube do grupo tocando, em 2011, a música “São Paulo” no Estúdio Show Livre.

Parabéns, Sampa!