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Com espetáculo de cores e luzes, Coldplay ratifica em SP condição de banda top do mainstream

Coldplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila CaraO Coldplay fez um grande show na quinta-feira, 7 de abril, no Allianz Parque, para 45 mil pessoas. Com um espetáculo de duas horas recheado de luzes e cores, além de boa música, a banda britânica ratificou na capital paulista a condição de banda top do mainstream, algo impensável quando começou a carreira, em 1996, num período no qual ainda era classificada com um conjunto musical alternativo.

Na badalada Arena do Palmeiras, o Coldplay satisfez o fiel público com grandes sacadas e um enorme profissionalismo, mostrando estar completamente antenado com a tecnologia e a interação com os fãs. Na ideia mais marcante e que dificilmente será esquecida por quem participou do show, o grupo distribuiu pulseiras piscantes que iluminaram todo o estádio, fazendo com que a plateia se transformasse em parte integrante dos efeitos especiais usados.

No seleto grupo de bandas top do mainstream do atual cenário do rock, não há dúvidas de que o Coldplay hoje faz companhia a nomes bem mais veteranos, como os Rolling Stones, o KISS, o AC/DC, o U2 e o Metallica, que lideram anualmente as maiores bilheterias com shows.

Independentemente do poder musical dos britânicos, eles mostraram aos fãs brasileiros que as casas de espetáculos menores de antigamente, como o saudoso Via Funchal (onde tocaram em 2003 e 2007), já não comportam o tamanho do conjunto musical.

O show no Allianz Parque não chegou a superar a apoteótica apresentação no Rock in Rio de 2011. Talvez, nem mesmo tenha sido melhor do que alguns dos grandes espetáculos acompanhados pelo Roque Reverso neste início de 2016, como os dos Rolling Stones e do Alabama Shakes, mas já se credenciou a disputar a lista dos mais marcantes do ano, que ainda tem muita gente badalada para fazer a festa dos brasileiros com o rock.

O show

A apresentação do Coldplay na Arena do Palmeiras começou com cerca de meia hora de atraso. Promovendo o disco “Head Full Of Dreams”, de 2015, o grupo seguiu o roteiro que vem sendo apresentado na turnê latino-americana.

Pouco antes do começo do show, os imensos telões recomendavam ao público que fossem colocadas as pulseiras. Era a deixa para quem ainda não sabia do script visto nas apresentações da América do Sul constatar que aquele objeto seria fundamental no espetáculo na capital paulista.

Quando as luzes se apagaram, a reação ensurdecedora da plateia já mostrava que aquele show seria inesquecível para os fãs. A introdução musical ficou por conta de “O Mio Babbino Caro”, obra de Puccini, na interpretação de Maria Callas.

Na sequência, foi a vez do discurso histórico de Charles Chaplin no filme “O Grande Ditador”, enquanto os telões mostravam a capa do disco de  “Head Full Of Dreams”. Foi quando um dos momentos mais interessantes do espetáculo aconteceu, pois muitos se surpreenderam quando a luz das pulseiras piscantes, controladas pela produção do Coldplay, foram iluminadas pela primeira vez.

Na cor vermelha, a iluminação do Allianz Parque influenciada pelas pulseiras chegou a lembrar o Morumbi tomado por chifrinhos piscantes no show que o AC/DC fez no Estádio do Morumbi em 2008. Depois, as cores foram variando até a banda subir ao palco e executar a faixa-título do novo disco, com direito a primeira de muitas vezes de uma enorme chuva de papel picado colorido que foi lançada na Pista Vip e na Pista Comum.

Com o público sedento por hits, o Coldplay trouxe “Yellow”. E o Allianz Parque ficou amarelo com inúmeras bexigas que os fãs levaram em mais um movimento de flash mob. Próximo ao fim da música, o vocalista Chris Martin deu seu primeiro gesto de simpatia da noite com uma breve saudação à plateia: “Boa noite, pessoal! Boa noite, paulistas! Que alegria estar no Brasil! O vosso país é lindo!”

Na sequência, foram executadas “Every Teardrop Is a Waterfall”, “The Scientist”, a nova “Birds” e “Paradise”. Na primeira, Martin colocou a bandeira do Brasil na cabeça (depois, durante o show, ela ficaria pendurada na cintura dele até o fim) e houve mais uma chuva de papel picado, desta vez em formato de estrelas. Na segunda, usou o piano e, em “Paradise”, as pulseiras foram reativadas na cores azul e verde, deixando o Allianz Parque ainda mais lindo do que já é.

Em dado momento, quem não soubesse que aquele era um show de rock, poderia pensar que estava numa espécie de Tomorrowland, tamanha quantidade de luzes, cores e efeitos usados pelo Coldplay. Em alguns períodos, a luz vinda do palco era tão intensa que chegava a incomodar os olhos do público.

Foi quando os músicos se dirigiram a um palco adicional B localizado na ponta da plataforma central que dividia toda a Pista Vip e ia até a divisa com a Pista Comum. Ali, a banda tocou “Everglow”, “Ink” e “Magic”, com direito ao vocalista dizendo que São Paulo era a “número 1”.

Coldplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila CaraColdplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila CaraColdplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila CaraColdplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila CaraColdplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila CaraColdplay no Allianz Parque em SP - Foto: Divulgação Time For Fun/Camila Cara

De volta ao palco principal, o Coldplay mesclou velhas e novas canções, como “Clocks”, “Midnight”, “Charlie Brown”, “Hymn for the Weekend” e “Fix You”. Em “Clocks” e “Midnight”, efeitos de raio laser se juntaram aos das pulseiras, deixando a Arena do Palmeiras ainda mais iluminada, colorida e frenética.

“Hymn for the Weekend”, talvez, seja a grande música do álbum novo, com uma melodia daquelas que ficam na mente durante dias e que funcionou bem ao vivo. Em “Fix You”, Martin caminhou pela plataforma e se ajoelhou, com direito a um imenso coral do público, num dos momentos mais emocionantes da apresentação.

Na sequência, o Coldplay mandou uma trinca de grande qualidade: “Heroes”, de David Bowie, “Viva la Vida” e “Adventure of a Lifetime”. A primeira, por incrível que possa parecer, não foi reconhecida por uma boa parte do público. A segunda, apesar das polêmicas relacionadas ao suposto plágio do mestre guitarrista Joe Satriani, é um dos grandes momentos da apresentação, com um show à parte do público.

A terceira mostrou toda a força da divulgação do álbum novo, pois contou com clipe amplamente mostrado nas redes sociais. Com isso, foi capaz de eletrizar o público tanto quanto “Viva la Vida”. No show do Allianz Parque, ainda contou com imensas bolas de plástico coloridas que foram jogadas para a plateia. No fim da música, Chris Martin pediu para todo público agachar e pular, fazendo lembrar, sem a intensidade e o peso característicos, os shows do Slipknot.

Xingamento frustrado

Pausa para um breve intervalo e meia dúzia de indivíduos da Pista Vip tentou puxar um coro de ofensa à presidente da República, Dilma Rousseff, com a peculiar falta de educação de quem costuma xingar sem se preocupar com a falta de respeito. Diferente do que se podia imaginar, o coro não pegou e foi completamente ofuscado pelo restante do público, interessado simplesmente em curtir um bom show de rock.

É realmente curioso ver que existem pessoas que gastam uma fortuna para eventos como do Coldplay, vibram como nunca na grande apresentação, mas não conseguem amansar o ódio da mente e do coração. É de dar pena de pessoas assim, mas o mundo precisa ainda melhorar muito e todos desejam que este tipo de gente realmente consiga ser completamente feliz algum dia.

Buscapé

Volta ao Bis

Na volta ao Bis, as pulseiras piscantes foram ativadas na cor vermelha e o Coldplay apareceu num terceiro palco adicional. Desta vez, o local estava situado no fundo da Pista Comum, na lateral bem próxima a arquibancada inferior do Allianz Parque.

Tal momento mostrou o respeito da banda pelos fãs. Foram tocadas neste terceiro palco as canções “Trouble” e “Speed of Sound”, esta uma solicitação do público, marcado por um fã que apareceu em vídeo no telão central pedindo a faixa.

No retorno ao palco principal, o grupo executou as três faixas finais. “Amazing Day”, “A Sky Full of Stars” e “Up&Up”. Na segunda música, Martin interrompeu para chamar dois casais ao palco B. Ali foram feitos pedidos de casamento, numa ação que lembrou o que aconteceu no show do Foo Fighters em 2015 no Estádio do Morumbi. Na volta à canção, as pulseiras piscantes ficaram azuis e uma chuva de estrelas de papel e plástico cintilante foi vista no Allianz Parque.

Críticas sobre talento musical à parte, o Coldplay fez um show que proporcionou alegria aos fãs. Goste ou não do grupo, isso era visível de maneira muito clara no rosto das pessoas. Num momento no qual o Brasil vive um momento ruim e com pessoas promovendo o ódio, é sempre bom momentos como o observado na Arena do Palmeiras. Quem sabe a receita médica para afastar o sentimento ruim de algumas pessoas não seria mais doses de shows de rock diária por todo o País?

Para relembrar a grande apresentação do Coldplay em São Paulo, o Roque Reverso descolou videos no YouTube. Fique inicialmente com o de “Yellow”. Depois veja os de “Paradise”, “Fix You” e um que traz de uma vez só “Heroes” e “Viva la Vida”. Para fechar, fique com um vídeo de “Speed of Sound”.

Set list

A Head Full of Dreams
Yellow
Every Teardrop Is a Waterfall
The Scientist
Birds
Paradise
PALCO ADICIONAL B
Everglow
Ink
Magic
VOLTA AO PALCO PRINCIPAL
Clocks
Midnight
Charlie Brown
Hymn for the Weekend
Fix You
Heroes
Viva la Vida
Adventure of a Lifetime
PALCO ADICIONAL C
Trouble
Speed of Sound
VOLTA AO PALCO PRINCIPAL
Amazing Day
A Sky Full of Stars
Up&Up


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