27 de julho de 2014 marca os 30 anos do disco “Ride the Lightning”, o segundo do Metallica. O álbum, que sucedeu o petardo “Kill ‘Em All”, é considerado um dos melhores da banda de thrash metal norte-americana e é obra imprescindível para os amantes desta vertente do heavy metal.
Há três décadas, se alguém esperava que o Metallica poderia entrar para o hall dos grupos de um álbum só, “Ride the Lightning” não apenas serviu para afastar esta possibilidade como também foi importante para mostrar que a banda tinha muito mais a oferecer do que tocar brilhantemente na velocidade da luz.
Sem abandonar o estilo agressivo e rápido do thrash metal, o álbum trouxe o quarteto formado por James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Cliff Burton incorporando técnicas musicais mais complexas e elaboradas, além de letras bem interessantes, que faziam críticas a determinadas ações da sociedade ou que abordavam temas como o desespero e a morte.
“Ride the Lightning” contou com a produção de Flemming Rasmussen, que trabalharia com a banda também nos discos “Master of Puppets” e “…And Justice For All”. É também o último álbum no qual Dave Mustaine, criador do Megadeth, aparece entre os créditos das canções depois de ser expulso do Metallica ainda antes do lançamento do “Kill ‘Em All”.
A capa do disco, em perfeita sintonia com o título, faz referência a uma gíria usada entre presidiários para designar os condenados à morte na cadeira elétrica, instrumento de execução de criminosos usado ainda hoje em alguns locais dos Estados Unidos, país que criou este tipo de polêmica pena.
O álbum já trouxe surpresas desde a primeira faixa. “Fight Fire With Fire” começa lenta e com belos acordes para depois desembocar no mais puro thrash metal e numa das músicas mais pesadas do Metallica. Com James Hetfield cantando muito, a faixa traz a vingança como tema e também traz menções à guerra nuclear que, na época de plena Guerra Fria, era um temor mundial.
A segunda faixa, “Ride the Lightning”, traz, como já foi dito, o tema da execução por cadeira elétrica. Com um riff matador, é uma das músicas com participação criativa de Dave Mustaine.
Na sequência, a faixa “For Whom the Bell Tolls” é uma das mais emblemáticas da Era Cliff Burton. O lendário baixista, morto em 1986 em acidente com o ônibus da banda, inicia a música com seu instrumento mais parecendo uma guitarra do que um baixo. O título e a faixa fazem menção ao romance “Por Quem os Sinos Dobram”, uma das maiores obras do escritor norte-americano Ernest Hemingway.
A quarta música do disco, “Fade to Black” encerra o então Lado A com uma demonstração de técnica e melodia, sem fazer com que o Metallica perca o peso. Com belíssimos acordes na introdução e em sua primeira parte, a canção é uma das mais cultuadas pelos fãs do grupo.
A despeito da grande qualidade vista nesta faixa, ela não deixou de criar polêmicas. A primeira delas foi gerada por uma ala mais radical dos fãs do Metallica que avaliou a canção com uma balada e algo distante do thrash metal. A segunda está ligada a letra, que faz referência ao suicídio.
O então Lado B traz duas músicas que nunca tiveram o sucesso das demais do álbum. “Trapped Under Ice” e “Escape” são realmente inferiores aos clássicos do Lado A, mas estão bem longe de uma classificação negativa. Ambas as canções têm suas qualidades, mas a própria banda sempre deu pouca abertura para elas serem tocadas ao vivo em mais de 30 anos de carreira.
O oposto dessas duas faixas é justamente a seguinte: “Creeping Death”. Canção obrigatória nas apresentações do Metallica, ela raramente ficou de fora dos shows da banda.
“Creeping Death” é um dos maiores clássicos de todo o heavy metal. Com riffs matadores e um entrosamento incrível dos quatro músicos, ela traz referências bíblicas a algumas das “10 Pragas do Egito”, com destaque para a “Morte dos Primogênitos”, e uma sequência de variações ao longo de mais de 6 minutos de duração. Tudo isso sem contar o refrão, que está entre os mais famosos do grupo.
“The Call of Ktulu” encerra o disco com uma verdadeira aula do Metallica. Única instrumental do álbum e também com contribuição de Dave Mustaine, ela tem mais de 8 minutos de duração.
A música é baseada no livro chamado “The Shadow Over Innsmouth”, do escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft. O nome da canção foi tirada de uma das maiores histórias de HP Lovecraft, o conto de terror “O Chamado de Cutulu”, escrito na década de 20 do século passado para a revista Weird Tales.
Ao ouvir o disco “Creeping Death”, o fã de heavy metal sabe que não tem apenas uma obra musical indispensável, mas também algo que, no mínimo, desperta interesse também na procura pelas obras mencionadas.
O disco está na lista dos “200 Álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame”. Vendeu mais de 5 milhões de cópias nos Estados Unidos e outras tantas em todo o mundo.
Para comemorar os 30 anos desta grande obra do Metallica, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube com clássicos do disco. Começamos com um histórico de 1985 com a banda executando “For Whom the Bell Tolls”, no evento Day on the Green, em Oakland.
Na sequência, outro vídeo ao vivo de 1985, com o grupo tocando “Fade to Black”. Depois, fique com “Ride The Lightning”, durante show realizado em Gotemburgo, na Suécia, em 2011. Para fechar, assista à banda tocando “Creeping Death” no Rock in Rio de 2011, com direito a introdução de “Ecstacy of Gold”. Se quiser ouvir o disco na íntegra, siga para o último vídeo da lista.
Aí eu não aguento e relembro grandes momentos da minha vida!!
Que álbum espetacular!
Boa lembrança! 🙂
Tô ficando véio! 😦
Opa! Valeu, Carlos!
Realmente…
O tempo passa, mas coisa boa fica pra sempre!
GOSTO DEMAIS DO METALLICA !!! ESTE ÁLBUM, “RIDE THE LIGHTINING”, É O MELHOR DA BANDA. SIMPLESMENTE FANTÁSTICO !!! 💀💀💀💀💀💀💀