LiesO dia 29 de novembro de 2013 marca o aniversário de 25 anos do álbum “G N’ R Lies”, o segundo de estúdio do Guns N’ Roses. Lançado quase 1 ano e meio depois do espetacular “Appetite for Destruction”, o disco, que também é conhecido simplesmente como “Lies”, ainda trazia a banda norte-americana em seu maior momento, pouco depois de surpreender o mundo do rock, resgatando um lado “junkie” num tempo de muito laquê e pouca atitude do hard rock.

“G N’ R Lies” foi lançado nos Estados Unidos quase no final de 1988. No Brasil, saiu numa época em que o CD ainda engatinhava para maioria da população do País e na qual a fita cassete ainda era comercializada em grande quantidade por aqui.

O álbum trazia a ultrabalada “Patience” como grande apelo comercial. A música bombava nas rádios e tinha um videoclipe que deixava as menininhas da época cada vez mais loucas pelo vocalista Axl Rose.

Engana-se, porém, aquele que acha que o disco se resume a este canção. No mesmo Lado B que continha “Patience”, apareciam, na sequência, as ótimas “Used To Love Her”, “You’re Crazy” e “One in a Million”.

“Used To Love Her” trazia o Guns numa levada bem interessante e também chegou a ser bastante executada nas rádios. “You’re Crazy” era uma versão acústica da mesma música alucinada presente no “Appetite for Destruction”. Para muitos, essa nova roupagem deixou a canção melhor do que a versão original.

“One in a Million” provocou muita polêmica, já que Axl decidiu chutar o pau da barraca na letra, criticando meio mundo. Usando termos nada politicamente corretos contra gays, negros e imigrantes, ele viu muita gente torcer o nariz para a música e classifica-la como racista e preconceituosa.

Tal qual “You’re Crazy”, ela, no entanto, traz um excelente lado instrumental, com os guitarristas Slash e Izzy Stradlin dando um show à parte.

Se o Lado B do “Lies” é marcado por quatro músicas tocadas num formato acústico, o Lado A é composto de músicas do EP independente “Live ?!*@ Like a Suicide”, de 1986: “Reckless Life”, “Nice Boys” (do Rose Tatoo), “Move To the City” e “Mama Kim” (do Aerosmith).

As canções davam a falsa impressão de terem sido gravadas ao vivo, mas, numa biografia do baterista Steven Adler, foi feita a revelação de que o EP inteiro foi gravado no Pasha Studios em Hollywood, com efeitos que traziam aplausos e gritos de uma plateia ao fundo.

Adler, por sinal, foi mandado embora da banda na sequência, em virtude do seu excesso com drogas, numa banda nada inocente neste assunto.

A capa do álbum também trouxe polêmica, pois o Guns, para variar, queria provocar. Com um design com intenção clara de reprodução daqueles tabloides recheados de fofocas de personalidades, a banda trouxe uma série de histórias absurdas, muitas vezes extrapolando algumas acusações da mídia que cercavam os integrantes, como sobre uso de drogas e casos amorosos.

Também havia espaço para manchetes bizarras, como: “Homem processa a ex-esposa – Ela pegou meu esperma sem permissão” ou “Elefante dá luz a um anão”

Por essa soma de detalhes, o “G N’ R Lies” não pode ser considerado um simples disco e tem espaço importante na carreira da banda e do hard rock. Uma pena que, justamente depois dele, o grupo, principalmente, Axl, saiu do estilo junkie maldito para o mainstream total, que chegou no auge com o lançamentos dos álbuns “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II”.

Para comemorar os 25 anos do “G N’ R Lies”, o Roque Reverso descolou o vídeo oficial de “Patience” e resgatou no “YouTube” as três faixas restantes do Lado B do disco: “Used To Love Her”, “You’re Crazy” e “One in a Million”.