“Appetite for Destruction” saiu nos Estados Unidos em 1987. Os tempos, porém, eram outros. O grande hit radiofônico do álbum de estreia do Guns N’ Roses – “Sweet Child O’Mine” – estouraria no Brasil somente em 1989.
Quando isso aconteceu, o segundo álbum da banda californiana – “GN’R Lies” – já estava disponível na loja de disco mais próxima – eram muitas, creia-me.
Com o lançamento da MTV Brasil, em 1990, o Guns N’ Roses tornou-se uma febre entre os adolescentes da época, principalmente pelo videoclipe de “Patience”, que liderou o Top 10 da emissora por anos a fio.
O Guns N’ Roses trouxe novidades super importantes para os fãs nesta sexta-feira, 4 de maio. A banda norte-americana de hard rock lançou um lyric video de uma música inédita da carreira do grupo e, de quebra, confirmou que venderá uma caixa especial do seu primeiro e melhor álbum, nada menos que o grande “Appetite for Destruction”, que comemorou 30 anos em 2017.
O lyric video é da música “Shadow Of Your Love”, originalmente feita nos Anos 80 pela banda Hollywood Rose, o grupo de Axl Rose e do guitarrista Izzy Stradlin antes que eles montassem com Slash, Duff McKagan e Steven Adler a formação bombástica e clássica do Guns.
O lendário guitarrista Slash, um dos grandes sobreviventes do rock’n’roll, completa nesta quinta-feira, dia 23 de julho, 50 anos de idade. É realmente uma marca a ser comemorada. Desde os 35, ele usa um marcapasso e mais de uma vez quase ficou pelo caminho por abusar da heroína e do álcool, como conta em sua autobiografia.
Nascido Saul Hudson, mudou-se de sua Inglaterra natal para os Estados Unidos ainda criança, levado pela mãe. Foi parar no lugar certo e na hora certa para integrar uma das maiores bandas de rock’n’roll de todos os tempos.
Ao lado de Izzy Stradlin’, formou aquela que é considerada por muitos a melhor dupla de guitarras base e solo de todos os tempos em uma banda de rock. Os dois compuseram e executaram lado a lado músicas e riffs inesquecíveis para os amantes do estilo.
Dentre os ex-integrantes do Guns N’Roses, Slash foi o que mais se destacou criativamente desde o rompimento de todos com o genioso Axl Rose. Formou o Slash’s Snakepit, o Velvet Revolver e agora tem uma profícua parceria com o vocalista Myles Kennedy.
O guitarrista segue em grande forma tanto em estúdio quanto ao vivo. Lança novos discos com frequência, sua agenda de shows é constante e atrai grande público. Pode-se dizer inclusive que a sobriedade melhorou muito suas performances ao vivo.
Em homenagem a esta lenda viva do rock’n’roll, o Roque Reverso separou sons emblemáticos de Slash sem cair na tentação de escalar a manjada e sensacional “Sweet Child O’Mine”.
Fique inicialmente com “Rocket Queen” ao vivo em 1988 no Ritz de Nova York. Depois veja “Nightrain” ao vivo no Rock in Rio de 1991 em três câmeras. Depois, veja o clipe de “Estranged” e, para fechar, a execução ao vivo de “Coma” em Chicago, 1992.
O dia 29 de novembro de 2013 marca o aniversário de 25 anos do álbum “G N’ R Lies”, o segundo de estúdio do Guns N’ Roses. Lançado quase 1 ano e meio depois do espetacular “Appetite for Destruction”, o disco, que também é conhecido simplesmente como “Lies”, ainda trazia a banda norte-americana em seu maior momento, pouco depois de surpreender o mundo do rock, resgatando um lado “junkie” num tempo de muito laquê e pouca atitude do hard rock.
“G N’ R Lies” foi lançado nos Estados Unidos quase no final de 1988. No Brasil, saiu numa época em que o CD ainda engatinhava para maioria da população do País e na qual a fita cassete ainda era comercializada em grande quantidade por aqui.
O álbum trazia a ultrabalada “Patience” como grande apelo comercial. A música bombava nas rádios e tinha um videoclipe que deixava as menininhas da época cada vez mais loucas pelo vocalista Axl Rose.
Engana-se, porém, aquele que acha que o disco se resume a este canção. No mesmo Lado B que continha “Patience”, apareciam, na sequência, as ótimas “Used To Love Her”, “You’re Crazy” e “One in a Million”.
“Used To Love Her” trazia o Guns numa levada bem interessante e também chegou a ser bastante executada nas rádios. “You’re Crazy” era uma versão acústica da mesma música alucinada presente no “Appetite for Destruction”. Para muitos, essa nova roupagem deixou a canção melhor do que a versão original.
“One in a Million” provocou muita polêmica, já que Axl decidiu chutar o pau da barraca na letra, criticando meio mundo. Usando termos nada politicamente corretos contra gays, negros e imigrantes, ele viu muita gente torcer o nariz para a música e classifica-la como racista e preconceituosa.
Tal qual “You’re Crazy”, ela, no entanto, traz um excelente lado instrumental, com os guitarristas Slash e Izzy Stradlin dando um show à parte.
Se o Lado B do “Lies” é marcado por quatro músicas tocadas num formato acústico, o Lado A é composto de músicas do EP independente “Live ?!*@ Like a Suicide”, de 1986: “Reckless Life”, “Nice Boys” (do Rose Tatoo), “Move To the City” e “Mama Kim” (do Aerosmith).
As canções davam a falsa impressão de terem sido gravadas ao vivo, mas, numa biografia do baterista Steven Adler, foi feita a revelação de que o EP inteiro foi gravado no Pasha Studios em Hollywood, com efeitos que traziam aplausos e gritos de uma plateia ao fundo.
Adler, por sinal, foi mandado embora da banda na sequência, em virtude do seu excesso com drogas, numa banda nada inocente neste assunto.
A capa do álbum também trouxe polêmica, pois o Guns, para variar, queria provocar. Com um design com intenção clara de reprodução daqueles tabloides recheados de fofocas de personalidades, a banda trouxe uma série de histórias absurdas, muitas vezes extrapolando algumas acusações da mídia que cercavam os integrantes, como sobre uso de drogas e casos amorosos.
Também havia espaço para manchetes bizarras, como: “Homem processa a ex-esposa – Ela pegou meu esperma sem permissão” ou “Elefante dá luz a um anão”
Por essa soma de detalhes, o “G N’ R Lies” não pode ser considerado um simples disco e tem espaço importante na carreira da banda e do hard rock. Uma pena que, justamente depois dele, o grupo, principalmente, Axl, saiu do estilo junkie maldito para o mainstream total, que chegou no auge com o lançamentos dos álbuns “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II”.
Para comemorar os 25 anos do “G N’ R Lies”, o Roque Reverso descolou o vídeo oficial de “Patience” e resgatou no “YouTube” as três faixas restantes do Lado B do disco: “Used To Love Her”, “You’re Crazy” e “One in a Million”.
Se há uma banda que superou as expectativas de muitos no Monsters of Rock 2013 essa banda é o Ratt. Pela primeira vez em solo brasileiro, o veterano grupo de hard rock norte-americano foi a antepenúltima atração do dia 20 de outubro, o segundo do festival que foi realizado na Arena Anhembi, em São Paulo.
Para uma plateia que inicialmente estava ali para aguardar os shows do Whitesnake e do Aerosmith, a banda dos Estados Unidos trouxe para o festival uma ótima apresentação.
O show simplesmente contou com tudo aquilo que fez o hard rock se consolidar como uma das vertentes mais importantes da música. Por meio da apresentação do Ratt, o público teve à disposição vários dos elementos que influenciaram diversos grupos que estouraram no hard rock até mais do que a própria banda nos anos seguintes.
Vez ou outra, era possível se questionar se ali não havia uma levada de guitarra de Izzy Stradlin no auge do Guns N’ Roses. Ou era bem claro sacar onde muitos conjuntos, como o Cinderella e até o Skid Row, tiveram alguma inspiração.
O som estava simplesmente espetacular durante o show do Ratt. Para o leitor ter uma ideia, era possível ouvir de maneira nítida as músicas desde as catracas de entrada do evento. Destaque também para a iluminação escolhida e o próprio fundo de palco, que trazia o logo clássico da banda em letras imponentes e garrafais.
Com a figura do grande Stephen Pearcy nos vocais e com um entrosamento invejável, todos aqueles que gostam de um bom rock pesado ficaram muito satisfeitos com o que viram e ouviram. Mesmo com mais de 30 anos de carreira e com alguns membros, como o próprio vocalista, com mais de 50 anos, foi muito agradável ouvir uma banda tocando com tesão, mesmo sem ela ser a atração principal da noite.
Uma boa prova de tudo isso ficou clara quando era possível ver, a cada música, que cada vez mais pessoas começavam a comentar de uma maneira positiva sobre o show. Regada por uma cerveja gelada e acompanhada por várias belas fãs do hard rock que desfilavam na Arena Anhembi, a apresentação ficou ainda mais interessante.
Perto do fim, antes de a banda executar o hit “Back for More”, Stephen Pearcy perguntou se a plateia gostaria de uma volta do grupo ao Brasil e a resposta foi amplamente positiva.
Mais conhecido e com clipes frequentes na MTV, o clássico “Round and Round” encerrou a apresentação do Ratt no Anhembi e levantou o público, que demonstrou respeito pela banda.
A pergunta que ficou após o show era sobre qual o motivo que teria gerado tanta demora para o grupo tocar pela primeira vez no País. A certeza que ficou é a de que, a partir de agora, produtores nacionais já sabem onde encontrar uma banda capaz de trazer, ao mesmo tempo, um hard rock dos Anos 80 de boa qualidade e de atrair um público ligado em música bem tocada.
Para relembrar o ótimo show do Ratt no Monsters of Rock, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com “Lack Of Communication”. Depois assista aos vídeos de “Back For More” e “Round And Round”. Se quiser ver o show na íntegra, siga para o último vídeo.
Set list
Wanted Man
I’m Insane
In Your Direction
You Think You’re Tough
Way Cool Jr.
Nobody Rides For Free
Lack Of Communication
Lay It Down
You’re In Love
Body Talk
Back For More
Round And Round