A essa altura é quase impossível encontrar algo que não tenha sido dito sobre a mácula que Axl Rose causa a si mesmo, mas o Roque Reverso não pode se omitir. Axl e sua versão mal-ajambrada de Guns N’Roses encerraram a mais recente edição do Rock In Rio com uma apresentação patética e digna de pena.
Depois dos bons shows do Evanescence e do System of a Down, o público esperou pacientemente e sob um pé d’água a boa-vontade de um ex-vocalista à frente de uma trupe de miquinhos treinados para imitar, ainda que sem alma, os clássicos de uma grande banda de um passado que começa a se distanciar.
Num cover malfeito de si mesmo, repleto de lugares-comuns e referências distorcidas ao passado da banda, o Guns de Axl misturou as insípidas músicas de seu último álbum, Chinese Democracy, aos sons que serviram de trilha sonora a toda uma geração de roqueiros.
“Nossa, mas eles imitaram direitinho”, poderão dizer alguns. Só que rock não é imitação. Existem debates infindáveis sobre o que é rock. E rock é tudo o que não foi a apresentação do Guns de Axl. E aqui cabe um verso de Renato Russo: “Parece energia, mas é só distorção…”