O Motörhead foi uma das grandes atrações da Noite do Metal do Rock in Rio e honrou a tradição do festival. A banda liderada pelo lendário Lemmy Kilmister ajudou a fazer com que o dia 25 de setembro se consolidasse como o mais interessante da versão de 2011 do Rock in Rio, bastante criticado pelo grande número de atrações sem nenhuma ligação com o verdadeiro rock and roll.
Inicialmente, os rockeiros mais velhos e tradicionais criticaram o fato de o Motörhead tocar antes do Slipknot, dada a importância e os anos de estrada do grupo de Lemmy em relação à banda de mascarados.
No final da noite, no entanto, depois apresentação insana do Slipknot, ficou a sensação de que a organização do festival agiu certo na escalação dos últimos 4 nomes do line-up do Palco Mundo, que contava também com o Coheed and Cambria e com o Metallica.
Figura já carimbada no território nacional, o Motörhead não trouxe grande surpresa à apresentação no Rock in Rio. Com um set list com vários de seus clássicos, fez um show em linha com o apresentado em São Paulo, no Via Funchal, em abril, quando promoveu o álbum “The World is Yours”, lançado recentemente no Brasil. O set list do festival foi, no entanto, um pouco mais curto que o da apresentação na capital paulista.
A abertura do show ficou com a ultraclássica “Iron Fist”. “Nós somos o Motörhead e tocamos rock n’ roll”, disse Lemmy, antes dos primeiros acordes. Simples assim e sem frescura!
Direto ao ponto, com as porradas na bateria de Mikkey Dee, com a guitarra rápida de Phil Campbell e com o baixo turbinado de seu eterno líder, o grupo desfilou uma série de boas músicas em pouco mais de uma hora de apresentação. Marca deste Rock in Rio, o som que chegava ao público da pista era simplesmente sensacional e era impossível manter a cabeça parada neste autêntico show de heavy metal com um dos seus principais expoentes.
Após tocar “Stay Clean”, do álbum “Overkill”, o Motörhead trouxe “Get Back in Line”, uma das poucas músicas da noite do álbum mais recente “The World is Yours”. Depois isso, com exceção de “I Know How to Die”, foi só coisa antiga e da boa: “Metropolis”, “Over the Top”, “One Night Stand”, “Chase is Better Than the Catch” e “In the Name of Tragedy”.
Esta última, do álbum “Inferno”, de 2004, contou com show particular de Mikkey Dee. Enquanto Lemmy e Campbell saíram para uma rápida descansada, o músico fez um solo de 4 minutos, reforçando cada vez mais que é um dos maiores bateristas do metal.
Na volta de Lemmy e Campbell, o grupo deu sequência a “In the Name of Tragedy”. Interessante que Campbell voltou para o palco com a camisa do Atlético Mineiro, clube brasileiro que conta com uma imensa torcida e que tem uma organizada específica famosa por ser formada pela galera que curte um som mais pesado: a Galo Metal. Muito legal!
Na sequência, Lemmy disse que a próxima música era uma homenagem ao público presente: “Going to Brazil”, que foi muito bem recebida pela galera. Depois, tocou “Killed by Death”.
A parte final do show foi reservada para dois dos maiores clássicos do Motörhead. Primeiro, foi a vez do maior deles, “Ace of Spades”, que mostrou a banda afiadíssima e deixou todos da plateia vidrados com a performance destruidora do trio. Muitas rodinhas de mosh se abriram no meio do público e elas aumentariam na música seguinte, que encerraria a apresentação.
Inicialmente, Lemmy apresentou a banda. Depois, Campbell apresentou Lemmy e chamou o guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura, ao palco, num momento mais do especial para o brasileiro, que já tinha tocado com o Anthrax este ano, substituindo Scott Ian numa parte da turnê da banda norte-americana.
“Somos o Motörhead e tocamos rock n’ roll”, disse novamente Lemmy, para, logo em seguida, Mikkey Dee, começar as primeiras batidas de “Overkill”. O público curtiu demais este momento, com novas rodas de mosh se formando em vários locais da Cidade do Rock, dando uma pinta no que se transformaria aquele lugar nos shows seguintes, do Slipknot e do Metallica.
O resumo que se pode fazer é que o Motörhead fez um show dentro do esperado. Rock pesado e sem frescuras. Lemmy está claramente com uma voz mais cansada, mas não podemos esquecer que ele já está com 65 anos e, mesmo assim, continua mandando muito bem. Phil Campbell fez sua costumeira boa apresentação e Mikkey Dee foi o grande destaque da banda no show, já que parece estar sempre ligado nos 220 volts, com uma energia impressionante transportada para sua bateria.
Para relembrar o bom show do Motörhead no Rock in Rio, o Roque Reverso descolou alguns vídeos no YouTube. Para começar, um com uma trinca: “Iron Fist”, “Stay Clean” e “Get Back in Line”. Depois, vejam os vídeos das megaclássicas “Ace of Spades” e “Overkill”.
Set List
Iron Fist
Stay Clean
Get Back in Line
Metropolis
Over the Top
One Night Stand
I Know How to Die
Chase is Better Than the Catch
In the Name of Tragedy
Going to Brazil
Killed by Death
Ace of Spades
Overkill