Redação RЯ

No penúltimo dia do Rock in Rio de 2022 e último com conteúdo rock do festival, restou ao Coldplay ser o headliner e mostrar, para quem ainda duvida do potencial da banda, o tamanho que o grupo britânico representa. Com um show apoteótico, recheado de efeitos e luzes e repleto de emoção, o conjunto musical liderado por Chris Martin trouxe na madrugada deste domingo, 11 de setembro, o maior espetáculo do evento realizado neste ano.

Há algum tempo despertando discussões sobre se ainda pertence ao rock ou se acabou se transformando numa banda totalmente pop, o Coldplay também vem mostrando que pode surfar por ambos os lados não somente na carreira
como também numa única apresentação ao vivo.

E foi justamente isso que pôde ser observado no Rock in Rio. Originalmente vindo da cena britpop, o Coldplay nunca deixou totalmente as raízes roqueiras. Por mais que tenha se transformado num representante gigantesco do mainstream, alguns dos maiores sucessos da banda são rock.

Com um repertório de hits que são capazes de levantar o público e com um efeito belíssimo de luzes gerado das pulseiras usadas pela plateia comandado pela produção do show, o Coldplay vem fazendo há tempos espetáculos de grande impacto.

Quem esteve na Cidade do Rock presenciando ao vivo ou quem estava acompanhando pela TV conseguiu entender o porquê de o Coldplay ter conseguido esgotar a venda, por exemplo, de seis shows no Allianz Parque, em São Paulo, em outubro, e outros 10 shows em Buenos Aires na sequência.

O Roque Reverso já havia testemunhado ao vivo o poderio da banda britânica em duas apresentações na Arena do Palmeiras, uma em 2016 e outra em 2017. Nas duas oportunidades, o espetáculo conseguiu gerar emoção e admiração até mesmo de quem não é grande fã do grupo.

No Rock in Rio de 2022, todo o show de luzes esteve presente, agora na apresentação que pertence à Music Of The Spheres World Tour. Com o jogo ganho alcançado nas turnês anteriores, o grupo fez apenas alguns ajustes adicionais, com a inclusão de canções e detalhes ligados aos mais recente álbum.

Mas a grande fórmula para o espetáculo proporcionado aos fãs está na capacidade do grupo, especialmente de Chris Martin, de participar da emoção da plateia. Quando o artista sabe administrar este detalhe, ele acerta em cheio o alvo, gerando o resultado imediato.

Ironicamente, o começo da apresentação não veio com uma energia forte. Com a chuva incessante que caía na Cidade do Rock e com a escolha da canção “Higher Power” para a abertura, o impacto do show foi diferente de outros inícios pelo Brasil.

Mas foi a partir da terceira música, “Paradise”, que tudo explodiu em emoção e luzes, com tudo mantido e reforçado na incrível trinca “Viva la Vida”, “The Scientist” e “Yellow”.

Chris Martin estava visivelmente emocionado com todo o momento vivido até ali. Arriscou falar em Português (até cantando a música “Magic” no idioma), regeu a plateia, abraçou fã e ganhou novos admiradores.

Em “Fix You”, o mais frio dos mortais dificilmente ficou sem se emocionar. A emoção vinha tanto da música como dos fãs chorando com toda aquela catarse.

Muitos podem até pensar que essa emoção é coisa de tiete ou coisa parecida, mas só quem esteve presente a um show do Coldplay pode entender o que é aquele sentimento. Uma verdadeira união de pessoas felizes, cantando e vibrando por algo em conjunto.

Os shows e festivais de rock têm esse poder há tempos e, quando o artista encontra o caminho das pedras para atingir o coração, dificilmente não atinge o sucesso. O Coldplay entendeu perfeitamente isso e agora simplesmente colhe frutos. E emociona em dobro os fãs.

No Rock in Rio, Coldplay emociona e traz o maior espetáculo para o festival de 2022