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Rock fica mais triste com a perda de Charlie Watts, dos Rolling Stones

“É com imensa tristeza que anunciamos o falecimento de nosso amado Charlie Watts.”

Assim começa a nota de pesar divulgada pelo agente do baterista dos Rolling Stones para informar o surgimento de mais uma estrela em um céu que, contraditoriamente, a cada dia parece mais escuro.

O baterista morreu nesta terça-feira, 24 de agosto, aos 80 anos de idade, no hospital londrino onde estava internado. A nota de pesar qualifica Watts como um “dos maiores bateristas de sua geração”, assim como um “amado pai, marido e avô”.

O texto diz ainda que a família estava junto dele no momento da morte e pede gentilmente respeito à privacidade dos familiares, dos amigos e dos demais membros dos Rolling Stones.

A causa da morte de Watts não foi divulgada.

Mas é difícil chamá-lo pelo sobrenome. Prefiro chamar aquele senhorzinho simpático, discreto e tranquilão de Charlie mesmo. Afinal, é como se ele fosse um velho amigo.

Com ar sóbrio e precisão de fazer inveja a um metrônomo, Charlie ofereceu generosamente a Mick Jagger, Keith Richards e outros imortais que brilharam nos Rolling Stones a sofisticação de sua formação jazzística.

Agora que Charlie se foi, Mick e Keith restam como os únicos sobreviventes da formação original dos Rolling Stones.

Amigos e artistas monumentais daquela e de outras épocas lamentaram a morte de Charlie, que leva consigo mais um pouco do que restava de uma geração que, mesmo que não tenha conseguido mudar o mundo tanto quanto pretendia, sacudiu as estruturas da sociedade da época.

Ainda que Charlie tenha gravado com a banda todos os seus discos, sinto-me capaz de pinçar uma música que, sempre que ouço, me remete a ele: a ode à amizade de “Waiting On A Friend”.

Também me vem à memória um momento inesquecível. No ensolarado verão de 1995, os Rolling Stones apresentaram-se pela primeira vez no Brasil. Um pé-d’água abatera-se sobre São Paulo horas antes do show e o gramado do Pacaembu estava inundado, pisoteado, destruído pelo público que festejava na pista.

Parece não fazer tanto tempo, mas naquela época a vinda das grandes bandas de rock ao Brasil assumia proporções históricas, quando não apoteóticas. Tanto que uma das atrações da abertura foi Rita Lee, rainha do rock brasileiro (as outras foram um Barão Vermelho no auge da forma e um insosso Spin Doctors).

O show dos Stones já passava da metade quando, ao apresentar a banda, Mick Jagger introduziu Charlie Watts. E o que era para ser um acontecimento comum transformou-se numa emocionante e interminável salva de palmas.

A banda queria voltar a tocar, mas a plateia não deixava. Aplaudia, gritava, prolongava ao máximo a homenagem do mais discreto membro dos Stones. O público brasileiro reconhecia naquele momento, ainda que instintivamente, toda a grandeza de um dos maiores bateristas de todos os tempos.

Para homenagear o grande Charlie Watts, o Roque Reverso descolou clipes e vídeos no YouTube. Fique inicialmente com o clipe de “Waiting On A Friend”. Depois veja os clipes de “Start Me Up” e “She’s So Cold”. Para fechar, fique com dois vídeos gravados ao vivo, mas com a câmera focada em Watts durante as músicas “Jumpin’ Jack Flash” e “All Down the Line”

Rock fica mais triste com a perda de Charlie Watts, dos Rolling Stones


1 Resposta to “Rock fica mais triste com a perda de Charlie Watts, dos Rolling Stones”


  1. 24 de agosto de 2021 às 21:24

    O rock vem sendo varrido em 2021 com perdas importantes durante boa parte do ano. Na segunda-feira, o Roque Reverso já havia noticiado 3 perdas do fim de semana. Agora, essa bomba com o Charlie Watts, que a gente “pensava” que estava meio na linha imortal do Keith Richards.

    Como bem disse o Ricardo Gozzi no texto, era como se ele fosse “um velho amigo”.

    Se tiver condições para bancar os salgadíssimos preços dos ingressos ou algum amigo capaz de te descolar entradas, nunca perca as oportunidades de ver lendas da música ao vivo, galera!

    Os Stones vieram pouco por aqui e, quem teve o privilégio de vê-los, sabe que a experiência de ter uma lenda do rock na sua frente é inesquecível.

    Vi os caras em 1995 no show extra do Pacaembu (apresentação que está tranquilamente entre as Top 5 da vida) e em 2016, no Morumbi, quando os efeitos da idade já eram mais nítidos e inevitáveis, mas ainda assim valeu muito a pena.

    Charlie Watts sempre foi o mais ovacionado na apresentação dos músicos, como se fosse “um velho amigo”.

    RIP!!!


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