Quem começou a assistir à minissérie “10 Segundos para Vencer” desde a terça-feira, 8 de janeiro, pela Rede Globo de Televisão, acabou se surpreendendo com a música escolhida para a abertura. Rock n’ roll de primeira qualidade e uma batida envolvente executada pelo veterano grupo britânico Status Quo.
A música em questão é “Is It Really Me / Gotta Go Home”, presente no álbum “Ma Kelly’s Greasy Spoon”, que foi lançado no ano de 1970 e produzido por John Schroeder.
A minissérie “10 Segundos para Vencer” é um desdobramento do filme homônimo, que agradou os amantes do boxe em 2018, ano que chegou às telas de cinema.
Além da TV, pode ser conferida a qualquer hora no aplicativo da emissora. Conta ainda com cerca de 20 minutos de material inédito.
O filme e a minissérie, dirigidos por José Alvarenga Jr., contam a vida de Éder Jofre, maior boxeador brasileiro da história e um dos gigantes do esporte em todo o mundo.
“10 Segundos para Vencer” traz as várias curiosidades da vida daquele que conquistou dois títulos mundiais no boxe. Destaque para as interpretações de Daniel de Oliveira, que faz o papel de Éder, e Osmar Prado, que interpreta o pai do ex-pugilista.
Produzida por Flávio Ramos Tambellini, a minissérie foi escrita por Thomas Stavros, Patrícia Andrade, José Alvarenga Jr. e Marcio Alemão.
Resgate
Nas últimas 3 décadas, a emissora de TV vem trazendo a vários de seus programas, principalmente os de auditório, um conjunto de atrações musicais com qualidade cada vez mais discutível.
Em contrapartida, em séries e novelas, vem resgatando alguns bons sons do rock e da MPB. A abertura da atual novela das 21 horas, por exemplo, tem nada menos que a canção “The Chain”, do Fleetwood Mac.
No caso da música do Status Quo, ela acompanha uma abertura visualmente de grande qualidade, reforçando a imagem de que, quando tem boas intenções, a emissora consegue fazer coisas ricas, interessantes e importantes para a cultura do País.
A ótima abertura tem direção de Alexandre Romano e produção e animação da Visorama. A direção de criação é de Sergio Valente e Mariana Sá. A produção executiva é de Orlando Martins e Fernanda Deway.
O Status Quo surgiu em 1962 e, depois de várias idas e vindas, continua na ativa até os dias de hoje.
Com diversos discos lançados durante a longa carreira, o grupo é responsável por alguns hits clássicos do rock, como “Down Down”, “Whatever you want” e “What You’re Proposing”, além das versões famosas para “Rockin All Over The World”, de John Fogerty, e “The Wanderer”, de Dion.
Confira abaixo um vídeo descolado no YouTube com a abertura da minissérie e, na sequência, ouça a música completa do Status Quo, que é bem mais longa e traz várias partes contagiantes para quem gosta do bom e velho rock n’ roll.
0 lúcido e bem escrito texto “Minissérie sobre boxeador Eder Jofre resgata música do Status Quo na abertura” nos convida ao exercício de separação de joio de trigo e a darmos um soco cruzado na polarização insana que tem levado ao fortalecimento da tese que é válido jogar a criança fora desde que nos livremos da àgua suja.
Me agrada ler no texto em questão a obsrvação de que se nos últimos 30 anos a TV Globo tem salpicado seus programas de auditório de músicas de gosto discutivel, tem imprimido bom gosto nas trilhas sonoras de suas novelas e minisséries. Em discussão aqui não está o viés ideológico e político ou a linha editorial da emissora, mas o que seu núcleo de cultura e entretenimento produz.
O então candidato do PDT à Presidência da República Ciro Gomes, em uma entrevista, como faz o texto de Flavio Leonel, lançou luz sobre esta questão. Quando, movidos pela exacerbação política, muitos defendiam o exterminio da emissora, Ciro que muitas vezes peca por falar demais soube dividir a Globo política da Globo produtora de cultura para o Brasil e para o mundo.
Viva a cultura em todas as suas formas e vida longa ao Roque Reverso.
Obrigado, grande Chico!
É inegável que a emissora, apesar de todo o desserviço em vários setores, como a política e o futebol, ainda dá liberdade ao pessoal da cultura.
Torcemos para que pelo menos isso continue.
E que eles permaneçam resgatando coisas boas do rock e MPB para contrabalançar os breganejos da vida. 😉