Mötley Crüe no Rock in Rio - Foto: Divulgação Rock in Rio/Ariel Martini/ I Hate FlashO Mötley Crüe se apresentou no Rock in Rio 2015 no fim da noite do sábado, dia 19 de setembro, quando o Metallica foi o headliner do Palco Mundo. Com hits, labaredas de fogo e mulheres lindas, a banda norte-americana afastou a grande desconfiança do público majoritariamente fã do Metallica e fez a festa do hard rock, conquistando a simpatia da maioria da plateia presente.

O show do Mötley Crüe tinha atrativos históricos.

Era a primeira vez que o grupo norte-americano se apresentava no Rock in Rio e a última vez em solo brasileiro, já que anunciou a aposentadoria para o fim de 2015, com uma turnê especial de despedida que tem o último dia do ano como data final.

Para o Brasil, apesar do show ser no Rock in Rio (e, talvez, até por causa disso), o Mötley Crüe não trouxe alguns detalhes de palco da turnê, como a espetacular bateria giratória de Tommy Lee. Em virtude da complexidade de montagem a das limitações de espaço de alguns palcos, o grupo não traz este instrumento especial para todas as apresentações.

O início do show veio em grande estilo e já pegou o público logo de cara: “Girls, Girls, Girls” é uma das músicas mais famosas do grupo e o hit certeiro para iniciar a festa hard rock.

Para incrementar, duas lindas garotas em trajes provocantes faziam ao mesmo tempo o papel de backing vocals e dançavam, também de uma maneira capaz de atrair a atenção não só de homens como de mulheres.

Daí em diante, o Mötley Crüe desfilou uma penca de hits e transformou o show num verdadeiro “Best of” que percorreu a maioria dos álbuns lançados em mais de 30 anos de carreira.

“Wild Side”, “Primal Scream” e “Looks That Kill” foram alguns deles, sendo que esta última teve um poder bacana sobre o público, que cantou junto no refrão, demonstrando claramente que o show agradava e superava as expectativas.

Além das garotas envolventes que prenderam bastante a atenção da plateia, enormes labaredas de fogo que saiam de vários pontos do palco eram impossíveis de não gerarem comentários. Para quem estava nas primeiras fileiras, como este jornalista, esquentava tudo, num ambiente no qual a temperatura ambiente já era bem alta.

Mötley Crüe no Rock in Rio - Foto: Divulgação Rock in Rio/Ariel Martini/ I Hate FlashMötley Crüe no Rock in Rio - Foto: Divulgação Rock in Rio/Ariel Martini/ I Hate FlashMötley Crüe no Rock in Rio - Foto: Divulgação Rock in Rio/ I Hate FlashMötley Crüe no Rock in Rio - Foto: Divulgação Rock in Rio/ I Hate Flash

“Anarchy in the UK”, do Sex Pistols, foi a música cover escolhida que chegou a surpreender os desavisados que nunca haviam visto o Mötley Crüe tocá-la.

“Shout at the Devil” empolgou bastante e contou, além das labaredas do palco, com o baixo de Nikki Sixx como se fosse um lança-chamas, num belo espetáculo, como manda um bom show de rock. Em “Kickstart my Heart”, a junção da banda com as meninas do palco também satisfez o público.

Entre os músicos, Vince Neil, visualmente bastante detonado pelo tempo, fez o básico com sua voz, que, para muitos, sempre foi o ponto fraco da banda.

Mick Mars, por sua vez, manteve o posto de figura mais talentosa do grupo. Arrancou as melhores notas e ainda, mesmo com o tempo curto de show, proporcionou um solo de guitarra interessante.

Tommy Lee esbanjou simpatia, mas o fato de não vir com a bateria completa e desejada pelos fãs acabou transformando um músico numa figura sem o mesmo brilho tradicional. Se tivesse vindo com tal bateria giratória, o Mötley Crüe, certamente, entraria para a história do Rock in Rio entre os maiores apresentações da história.

No saldo final, o grupo fez um bom show e até superou as expectativas de muitos que chegaram a sugerir que os músicos seriam engolidos pelas demais bandas escaladas.

No bis, ainda houve tempo para a execução da balada “Home Sweet Home”, que chegou a arrancar lágrimas dos fãs mais exaltados e que quase fez uma bela garota da plateia, nos ombros de um sujeito, mostrar os peitos para a galera. Ela ficou apenas de sutiã, enquanto ouvia pedidos frustrados para tirar a peça íntima.

No agradecimento, o baixista Nikki Sixx entregou seu instrumento a um grupo de fãs que estava na grade, superando a tradicional distribuição de palhetas que as bandas costumam fazer após o término dos shows.

A escolha do Mötley Crüe acabou sendo uma boa sacada dos organizadores do Rock in Rio, que mesclaram, na mesma noite, talentos recentes, como o Gojira e o Royal Blood, com o grande headliner Metallica.

Aos fãs, a sensação de que a banda cumpriu seu dever e entregou um show que será lembrado com o último no Brasil e na América do Sul, já que os músicos vieram para o continente exclusivamente para o Rock in Rio.

Para relembrar o show do Mötley Crüe no Rock in Rio, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com “Girls, Girls, Girls”. Depois, veja “Looks That Kill” e “Shout at the Devil”. Para fechar, “Kickstart my Heart”.

Set list

Girls, Girls, Girls
Wild Side
Primal Scream
Same Old Situation (S.O.S)
Don’t Go Away Mad
Smokin’ in the Boys Room
Looks That Kill
Anarchy in the UK
Shout at the Devil
Saints of Los Angeles
Live Wire
Doctor Feelgood
Kickstart my Heart

Home Sweet Home