O site oficial do Queensrÿche trouxe no dia 1º de setembro uma nota do vocalista Geoff Tate, anunciando a nova formação da banda. De acordo com o texto, além de Tate, o grupo norte-americano de heavy progressivo é formado agora por Rudy Sarzo (baixo), Bobby Blotzer (bateria), Glen Drover (guitarra), Kelly Gray (guitarra) e Randy Gane (teclado). Com este anúncio, o impasse sobre o futuro da banda cresce ainda mais, já que, do outro lado do “ringue”, estão os músicos que até pouco tempo atrás estavam ao lado do vocalista: Michael Wilton (guitarra), Eddie Jackson (baixo), Scott Rockenfield (bateria) e  Parker Lundgren (guitarra).

Estes membros do outro lado lutam para ter o direito de usar o nome “Queensrÿche”, enquanto Tate defende a tese de que é o compositor da maioria das músicas da grande banda.

Wilton, Jackson, Rockenfield e Lundgren seguem com uma outra versão do grupo, juntamente com com o vocalista Todd La Torre, com quem formaram há alguns meses o projeto Rising West. Eles se apresentam focando apenas o repertório dos cinco primeiros registros de estúdio do Queensrÿche.

Para quem ainda não sabe da confusão, a relação entre Geoff Tate e os antigos membros foi se desgastando com o tempo até chegar ao limite do sustentável exatamente na véspera do grande show que a banda realizou em São Paulo em abril de 2012. Na ocasião, poucas horas antes de o grupo se apresentar no HSBC, o vocalista agrediu com socos Scott Rockenfield e Michael Wilton, depois de saber que os membros não o queriam mais no Queensrÿche.

Depois de a história vazar na internet, o futuro em conjunto dos músicos ficou praticamente inimaginável e as disputas entraram num processo sem fim. Wilton & Cia acusam Tate, por exemplo, de ter o acesso do site oficial e da página da banda no Facebook, impedindo que eles se manifestem de maneira oficial pelo Queensrÿche. De fato, desde a briga, não há nada mais nas páginas do que as postagens de Tate.

No texto divulgado com a nova formação do Queensrÿche, Geoff Tate escreveu que há “várias perguntas e poucas respostas” e reconheceu o “momento frustrante” para ele e para os fãs da banda. “O desafio, quando você está em um ambiente criativo, é manter as coisas frescas e revigorantes. E, depois de trabalhar com as mesmas pessoas por 30 anos, isso torna-se muito difícil. Você entra na sala, e todo mundo sabe que todo mundo vai fazer . Não há faísca, a química fica muito gasta e você apenas chega sempre com os mesmos modos de se expressar.”

Segundo o vocalista, o projeto garante ideias novas e agora, com a nova formação. No texto, ele disse ainda que está ansioso para ver os fãs em turnê.

Pelo lado de Wilton & Cia, há cada vez mais relevações de deixar qualquer um de cabelo em pé. Em julho, os músicos entraram com um recurso para anular o pedido Tate de impedi-los de usar o nome “Queensrÿche”. O recurso, de 14 páginas, contém detalhes lamentáveis sobre as circunstâncias que levaram à separação da banda e foi traduzido e resumido aqui pela conceituada revista brasileira Roadie Crew.

O Roque Reverso deseja que este impasse chegue ao fim e que os fãs sejam contemplados com uma surpresa positiva. Tate é um dos maiores vocalistas do heavy metal e os demais músicos também são excelentes. Sorte do público brasileiro que teve o privilégio de ver uma das últimas apresentações do Queensrÿche antes da grande briga.