Dois anos depois de o Roque Reverso ter chamado atenção para a “polêmica” causada pelas releituras de Iron Maiden feita pelo TrezAzêz, o talentoso trio paulistano de violonistas está com seu primeiro CD pronto.
Recém-saído do forno, o trabalho, intitulado “Can We Play With Maiden?”, chegou pelo correio no sábado e foi para o som assim que saiu do envelope.
No CD, Caio Andrade (violão de aço), Luque Barros (violão de sete cordas) e Estevan Sinkowitz (violão de náilon) desconstroem o mito metal e levam o ouvinte para dentro do que há de essencial quando se fala em Iron Maiden.
As releituras do Iron em três violões feitas pelo TrezAzêz causaram algum alvoroço entre alguns puristas, obviamente mais radicais, mas isso é mero preconceito ou falta de visão.
O som do TrezAzêz é catártico. Está tudo lá: os riffs alucinados, as linhas de baixo, a melodia. É só abrir os ouvidos e viajar.
As faixas selecionadas pelo trio foram, na ordem, “Losfer Words (Big ‘Orra)”, “Phantom of the Opera”, “Fear of the Dark”, “The Number of the Beast”, “Hallowed Be Thy Name”, “Seventh Son of a Seventh Son” (com um solo arrasador de Moyses Kolesne), “Flash of the Blade”, “Two Minutes to Midnight” e “Wasted Years”.
Bom gosto não apenas na escolha do repertório, mas também nos arranjos das músicas.
Se eles podem mexer com o Iron? Sem dúvida.
Para aqueles que ainda não conhecem o TrezAzêz, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com “Fear of the Dark”, executada ao vivo, no Sesc Vila Mariana, em 2009. Depois, continue com um clipe de “Two Minutos to Midnight” e “Flash of the Blade”, numa apresentação feita pela banda na Feira da Pompeia, em 2009.
Roque Reverso << 
Não sei se os componentes do Iron Maiden conhecem estes três ou se já ouviram algum trabalho deles, mas quando ouvirem vão ficar boquiabertos. É muito bom! Sinto-me como se estivesse diante daquelas câmeras especiais que captam movimentos que, de tão rápidos, nossos olhos não conseguem registrar. Esta releitura, pelo menos para mim, capta e transmite uma qualidade musical e complexidade melódica e harmônica que a agitação do metal pesado não me permite contemplar no som do próprio Iron Maiden. Há momentos que me parece estar ouvindo Bach.
É bem por aí, Chico!
Tomara que os caras da banda brasileira leiam o que você escreveu!
Para um músico, mais que o dinheiro ou sucesso, o reconhecimento do trabalho de um fã ou de um admirador da boa música já vale o suficiente para ele continuar batalhando, em terras de “quero tchu e quero tcha”.
Obrigado, Chico, pela nobre participação no Roque Reverso!!