Se estivesse vivo, Renato Russo, o grande líder da banda Legião Urbana e um dos maiores nomes do rock nacional, teria feito 50 anos, no sábado passado (27). Como parte da série de lançamentos em homenagem ao ídolo morto em 1996, chega às lojas nesta semana o álbum “Duetos” (EMI) que, entre registros já conhecidos e outros inéditos, traz Renato Russo em 15 encontros em que divide os vocais com artistas como Dorival Caymmi, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Marisa Monte e Cássia Eller.
No atual cenário fraquíssimo do rock nacional, a morte de Renato Russo é cada vez mais sentida. Já escutei muita gente classificando as letras dele como “letras para adolescentes”, mas, para quem realmente viveu esta fase da vida escutando o Legião no auge da carreira, este comentário é o que menos importa.
O cara bebia na fonte das coisas boas do rock. The Smiths e Joy Division são apenas alguns bons exemplos seguidos. E a banda tinha a companhia de outras boas aqui no Brasil, como o Ira!, o 365, Plebe Rude e Ultraje a Rigor, só para citar alguns dos grupos que tinham letras e melodias bem legais, com uma série de críticas à situação do País naquela década de 80.
Hoje, temos a companhia de Fresno, NX Zero e Banda Cine, só para citar as mais queridas da mídia, com músicas no maior estilo “breganejo” nas letras, mas com roupagem emocore.
Voltando ao álbum que faz homenagem a Renato Russo, o idealizador e produtor executivo do projeto é Marcelo Fróes. Há músicas aproveitadas de trabalhos de outros músicos que contaram com a participação especial de Renato, mas há também “duetos virtuais”, em que os convidados adicionaram voz posteriormente, a partir de gravações já existentes do ex-vocalista do Legião.
Um dos destaques é a participação de Caetano Veloso em “Change Partners”. Esta canção foi gravada por Tom Jobim e Frank Sinatra no álbum clássico lançado pelos dois em 1967.
O repertório de “Duetos” é o seguinte:
1 – “Like a lover”, com Fernanda Takai
2 – “Celeste”, com Marisa Monte
3 – “Vento no litoral”, com Cássia Eller
4 – “Mais uma vez”, com 14 Bis
5 – “A carta”, com Erasmo Carlos”
6 – “A cruz e a espada”, com Paulo Ricardo
7 – “Cathedral song/Catedral”, com Zélia Duncan
8 – “Change partners”, com Caetano Veloso
9 – “Strani amori”, com Laura Pausini
10 – “La solitudine”, com Leila Pinheiro
11 – “Come fa un’onda”, com Célia Porto
12 – “Só louco”, com Dorival Caymmi
13 – “Esquadros”, com Adriana Calcanhotto
14 – “Nada por mim”, com Herbert Vianna
15 – “Summertime”, com Cida Moreira
Em homenagem a Renato Russo, o Roque Reverso selecionou três vídeos que estão no Youtube de músicas do Legião que estão entre as preferidas deste blogueiro. Começamos com “Tempo Perdido”, depois seguimos com “Que País é Este” e terminamos com “Eu era um Lobisomem Juvenil”, esta uma montagem muito bem feita, com várias imagens da carreira da banda e do vocalista.
Olha, não sei dizer nomes de bandas novas e boas que estejam circulando por aí, mas me recuso a admitir que elas não existam. A mídia, claro, sempre vai dar espaço para drogas pesadas como NX Zero. Alugém tem que pagar o leite das crianças dos caras. Resta pra nós, amantes do rock e afins, ficarmos ligados com o que anda rolando por aí. É como na MPB, tem 557 cantorinhas novas (de Mariana Aydar a Céu, passando pela própria Maria Rita). Tudo a mesma coisa. Vozinha bonita embalada por mocinhas idem, cantando musiquinhas de “bom gosto”. Mas aí chega uma Fabiana Cozza e bota tudo pra quebrar! Coisas boas acabam resistindo, aparecendo e, quem sabe, prosperando. Acha não?
Mas eu não disse que não existem bandas novas boas. A gente só está batendo na tecla que o cenário está cada vez mais fraquinho. E isso vale para todas os gêneros do rock, daqui e de fora.
Mesmo entre as bandas que aparecem na mídia, o Cachorro Grande é uma ótima banda, na minha modesta opinião. Tem também o Ludov; o Forgoten Boys tava indo bem antes das mudanças; e, claro, no meio alternativo de São Paulo e outras capitais, tem sempre alguma banda que consegue trazer um som legal.
O problema é que, em plena era da internet e do MP3, o que vem dominando o cenário são as bandinhas que citei, que, francamente, não vem contribuindo em nada de inovação ou qualidade musical.
Uma pena!
Legal você ter citado esta fase das cantoras de MPB. Esse é um local com coisa boa aparecendo nesta década.
Bjs
A culpa é destas gravadoras que dão valor pra estes lixos de Fresno e Cine
Enquanto isso, tem muito cara bom tocando na noite e que nunca teve oportunidade
Mas isso sempre aconteceu