Por Marcelo Moreira, do blog Combate Rock
Ganhar o desprezo dos ex-amigos e jogar a biografia no lixo parece não ter preço para o guitarrista inglês Eric Clapton. Negacionista e militante antivacina, segue colecionando inimigos e destroçando um legado que foi dos mais cultuados dentro da música pop.
Depois de compor e gravar duas canções criticando as medidas sanitárias – e necessárias – de combate à covid-19, volta à carga com mais uma música podre em que questiona a eficácia das vacinas, tendo como coautor outro imbecil que vomita porcarias do mesmo naipe.
Robin Monotti é um arquiteto e cineasta italiano igualmente negacionista e ativista contra o distanciamento social e as vacinas.
Colaborou na letra de “Heart of a Child”, outra porcaria produzida por Clapton em seu caminho rumo à obscuridade.
Assim como o irlandês Van Morrison, outro que colaborou com Clapton na cruzada contra a civilização, Monotti enxerga conspiração em todos os lados e tem uma noção completamente distorcida do que seja liberdade individual e adora bradar contra o que chama de ditadura sanitária, seja lá o que queira dizer com isso.
Com a rápida disseminação da chamada variante Ômicron do coronavírus, vários países reintroduziram medidas drásticas que isolamento social, entre eles Holanda, Dinamarca, Reino Unido, Alemanha, Áustria e Itália.
Não há dúvidas de que a variante nova é perigosa e se alastra rápido, mas isso parece não ser suficiente para que o guitarrista negacionista e, nos anos 70, racista, entenda que a vacina é a salvação e o isolamento social, totalmente necessário.
Clapton andou reclamando que os amigos sumiram e que está sendo “discriminado” no meio artístico, mas segue defendendo o indefensável. Sendo assim, perde cada vez mais oportunidades de negócios e de shows pelo mundo.
O último ex-amigo a abandoná-lo foi o venerável guitarrista norte-americano Robert Cray, parceiro antigo do inglês em vários eventos desde os anos 80 e figura sempre presente nos festivais Crossroads, eventos beneficentes realizados por Clapton nos Estados Unidos a cada quatro anos.
Cray rompeu com o antigo amigo por conta das posturas controversas e negacionistas. “Não posso concordar com posturas egoístas e ideologicamente distorcidas a respeito da realidade”, afirmou o guitarrista norte-americano em entrevista a uma emissora de rádio em outubro passado.
A repercussão das músicas que compôs em protesto contra a obrigatoriedade da vacina e contra os lockdowns tiveram, baixa repercussão – e muito negativa, diga-se de passagem.
“Stand and Deliver”, “The Rebels” e “This Has Gotta Stop”, todas em colaboração com Van Morrison, foram boicotadas ou banidas de programas de rádio ou podcasts musicais. O boicote também foi estendido a shows, já que houve cancelamentos em alguns países da Europa.
A pior pandemia em 100 anos, que matou 5 milhões de pessoas, não foi capaz de comover um dos maiores astros do rock, que segue empesteando o mundo com seu discurso nojento e criminoso, enterrando 58 anos de uma carreira outrora extraordinária. Eric Clapton não conseguirá destruir por completo a sua obra, mas certamente será enjaulado nas catacumbas de sua própria ignorância.
Contaminado pela ignorância, Eric Clapton atenta contra a própria obra
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