O Living Colour se apresentou no domingo, 16 de maio, em São Paulo como uma das principais atrações da Virada Cultural de 2010. O show, realizado em plena madrugada paulistana, atraiu milhares de pessoas à Praça Júlio Prestes e mostrou a banda em grande forma, com muitas improvisações, imensa qualidade musical e trazendo seus grandes hits ao público.
Destaque para os sucessos dos álbuns “Vivid”, de 1988, e “Time’s Up”, de 1990, justamente da fase áurea do conjunto norte-americano.
Apesar da grande quantidade de atrações da Virada Cultural, a meta deste jornalista era assistir ao show do Living Colour, já que sempre gostou da banda e nunca havia conseguido ir a uma apresentação dos caras. Com o show gratuito, seria imperdoável perder a apresentação desta vez. Por isso, a ideia foi descansar um pouco no período da tarde para aguentar a madrugada, já que o show começaria às 3 horas da manhã e, dificilmente, faria os fãs chegarem em casa antes das 5 horas, o que, de fato, foi logo depois confirmado.
A noite na capital paulista estava fria, mas sem chuva. O espaço reservado para o show ficava em frente à Sala São Paulo, o que criava um cenário muito bonito, que até lembrava algumas cidades europeias. O transporte até o local do evento também funcionou sem problemas, pois as pessoas podiam chegar à bela Estação da Luz por meio de trem ou metrô e precisavam caminhar apenas cerca de 400 metros até o palco.
Para sorte deste jornalista, chegamos às 2 horas, pouco depois do final da apresentação da cantora Céu. Como o público dela é de MPB, muitos não ficaram para ver o Living Colour. Com isso, sobravam espaços mais próximos do palco e não pensei duas vezes em ficar praticamente na grade, numa das laterais, com visão perfeita da apresentação.
O Living Colour já entrou quebrando tudo com “Type”, do Time’s Up”. Mesmo com alguns problemas de som do início, que prejudicaram principalmente a guitarra do sensacional Vernon Reid, os músicos mostraram grande energia logo nesta primeira música e fizeram uma improvisação interessante, com destaque para o vocalista Corey Glover, que parece estar cantando ainda melhor do que no início de carreira.
Na sequência, a banda tocou duas músicas do “Vivid” (“Middle Man” e “Desperate People”), e “Ausländer”, do álbum “Stain”, de 1993. Importante destacar que, além das já esperadas ótimas apresentações de Reid e Glover, os outros dois músicos da banda também deram um show à parte. De um lado, o baterista William Calhoun, com uma pegada que nada ficou devendo à de grandes bateristas do rock. Do outro, o ótimo baixista Doug Wimbish, que foi o grande destaque da noite, não só pela qualidade no domínio do instrumento, mas também pelo apoio a Glover nos vocais.
E foi justamente Wimbish que brilhou demais em “Funny Vibe”, do “Vivid”, já que conseguiu tirar sons incrivelmente agudos de seu baixo, enquanto o restante da banda fazia o público ficar de boca aberta com o entrosamento demonstrado na empolgante música.
O Living Colour deu sequência à aula de rock swingado e bem tocado até chegar à música “Bi”, do “Stain”, que contou com Vernon Reid improvisando a música tema do filme “O Poderoso Chefão” e Doug Wimbish solando o baixo com a boca! Em seguida, o baterista da banda presenteou os fãs com um solo que contou até com baquetas luminosas.
Após algumas músicas do mais recente álbum “The Chair in the Doorway”, de 2009, a banda entrou na parte final do show somente com clássicos. De uma tacada só, foram executadas a balada “Love Rears Its Ugly Head”, a dançante “Glamour Boys”, a rápida “Time’s Up” e a sensacional “Cult of Personality”, que era uma das mais aguardadas da madrugada.
Depois deste repertório invejável, os músicos deram uma brevíssima pausa para o descanso e retornaram para o bis, com nada menos que “Elvis is Dead”. Foi um bis curto, mas divertido, já que contou com Glover traduzindo o refrão polêmico e fazendo todo o público cantar em alto e bom som sua versão de “Elvis está Morto”. Terminada a apresentação, o vocalista ainda pulou na multidão para agradecer a receptividade paulistana.
Para quem teve disposição de ir até à região da Luz, não houve arrependimento. O Living Colour provou que continua em forma e que seus músicos são muito menos valorizados do que deveriam. Em tempos de tantas porcarias no rock e na música em geral, a banda traz a esperança para quem gosta de boa música.
O Roque Reverso descolou no Youtube um vídeo de “Type”, filmado pela TV Cultura (lembre-se que a guitarra não estava perfeita nesta canção), e também um vídeo amador da música “Glamour Boys”. E, claro, o Set list do show.
Set List
Type Middle Man Desperate People Ausländer Funny Vibe Interlude Memories Can´t Wait The Chair Decadance Go Away Bi Drum Solo (William Calhoun) Ignorance is Bliss Behind The Sun Bless Those Love Rears Its Ugly Head Glamour Boys Time´s Up Cult of Personality Elvis is Dead
Vou tentar assitir os videos já que vi só metade do show.
Boa resenha, Flavião!
Valeu, Ana!
Lá no site da TV Cultura tem quase o show inteiro!
Bjs
Eu vi pela TV. Foi legal!
Eu fui e gostei. O baixista humilhou mesmo!
Doug Wimbish é o nome da fera!
Não fui nesse show, mas em 2008 estive na tour [em sp] da ex-vocal do Nightwish, a deusa Tarja Turunen… e na ocasião, o baixista da banda dela era justamente o Doug Wimbish… e posso dizer, esse kara realmente toca demais!!
Essa eu não sabia, Claudinho!
E mostra que o cara manda bem em vários estilos!
Abs
parabéns Flávio Leonel. essa resenha lavou a alma de quem curte o LV. valeu mesmo galera do Roque Reverso.Living Colour is my favourite colour, yeah!Bjão.
Obrigado, Duquesa!
Seja bem-vinda ao blog!
bjs