Sempre contestadora e provocativa, a banda feminista russa Pussy Riot decidiu usar a imagem do presidente da República, Jair Bolsonaro, para ilustrar o cartaz de um show que fará em São Paulo. O pôster (clique na imagem para ampliar) traz o rosto de Bolsonaro feito de armas, barris vazando óleo, poluição e peixes mortos.
A apresentação em questão será realizada na quinta-feira, 30 de janeiro. Faz parte da programação do festival “Verão Sem Censura” e vai acontecer no Cento Cultural São Paulo, às 20 horas, com entrada franca.
O festival é promovido pela Prefeitura de São Paulo e tenta apoiar e fortalecer a resistência à cultura e artistas no Brasil, celebrando a democracia e a liberdade de expressão.
São mais de 45 atividades abertas e gratuitas durante 15 dias. Fazem parte do evento peças de teatro, filmes, debates, shows, exposições, performances e ações ligadas ao carnaval.
Além da crítica com a riqueza de detalhes do rosto de Bolsonaro, há um outro detalhe acima da cabeça do presidente que mostra cores do arco-íris, numa referência ao movimento LGBTQ+.
Nas redes sociais e em português, a banda russa mandou sua mensagem: “Sobre esta cabeça feita e cheia de restos as Pussy Riots cantam e dançam. Nós somos Pussy Riots. Juntos façamos aqui nossa revolta sobre esta cabeça monumento-destruição.”
Não é a primeira vez que Bolsonaro ou o cenário político atual é inspiração para um cartaz de show de banda de rock. Em 2018, uma polêmica gigante envolveu o cartaz da apresentação da lendária banda punk Dead Kennedys.
Na ocasião, o cartaz, distribuído pela produtora EV7 Live e criado pelo excelente Cristiano Suarez, trouxe um desenho caracterizando uma família brasileira com armas na mão e camisa fazendo alusão à Seleção Brasileira. A família é acompanhada por tanques de guerra portanto bandeiras brasileiras e do nazismo. Sobre eles, há a figura do palhaço Bozo.
No mesmo cartaz, um dos integrantes da família diz a seguinte frase: “I love the smell of poor dead in the morning” (“Eu amo o cheiro de pobres mortos de manhã”).
Após toda a polêmica, o Dead Kennedys, que não conta com seu fundador Jello Biafra há tempos, decidiu cancelar a turnê pelo Brasil, dizendo que não havia autorizado o cartaz, fato contestado pela produtora. A reação ao cancelamento foi a revolta de boa parte dos fãs da banda e do punk, em virtude da postura considerada covarde dos músicos, que chegaram a ser apelidados de Chicken Kennedys.
O cofundador Jello Biafra, que sempre teve uma postura progressista e contra governos conservadores, não poupou críticas aos ex-companheiros e aproveitou para detonar também o fascismo e o governo Bolsonaro.
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