Após o ruidoso cancelamento da turnê brasileira do Dead Kennedys e alguns dias de silêncio, a produtora EV7 Live divulgou uma nota oficial para apresentar sua versão do acontecimento e para esclarecer as questões de reembolso aos fans que compraram os ingressos.
Segundo a produtora, estão sendo vendidos cartazes e camisetas de uma versão especial do pôster polêmico para ajudar no reembolso, sem que o nome da banda seja citado nos desenhos – o nome usado é “Chicken Kennedys”.
De acordo com a EV7 Live, ao longo da última semana, foram enviados vários e-mails à banda, ao empresário e ao agente de reservas.
A produtora diz que chegou a oferecê-los um “generoso bônus” para que os músicos reconsiderassem a possibilidade de vir e fazer os shows.
Destacou também que ofereceu vários cenários “amigáveis” de cancelamento.
“Tudo o que queríamos era que a banda arcasse com os custos de reembolso daqueles que compraram ingresso antecipadamente. Todos os nossos e-mails foram negligenciados”, salientou a EV7 Live.
O cartaz polêmico foi uma criação do ótimo ilustrador Cristiano Suarez e foi distribuído pela EV7 Live. Trouxe um desenho caracterizando uma família brasileira com armas na mão e camisa fazendo alusão à Seleção Brasileira. A família é acompanhada por tanques de guerra portanto bandeiras brasileiras e do nazismo. Sobre eles, há a figura do palhaço Bozo.
No mesmo cartaz, um dos integrantes da família diz a seguinte frase: “I love the smell of poor dead in the morning” (“Eu amo o cheiro de pobres mortos de manhã”).
Após toda a polêmica inicial (e antes do cancelamento), o Dead Kennedys chegou a divulgar nota oficial informando que o pôster liberado não refletia posição da banda e não havia sido autorizado. Segundo o grupo, o cartaz foi divulgado sem o conhecimento dos músicos, fato que, depois, chegou a ser contestado pelo artista.
Na nota divulgada, a produtora EV7 Live diz que o conteúdo da arte foi aprovado diretamente ao desenhista, Cristiano Suarez; que o Instagram oficial do Dead Kennedys compartilhou o pôster e que isso levou à viralização da imagem; que, horas depois que a imagem já era viral e trending topics no Twitter, a banda escreveu aos produtores dizendo que a arte não havia sido aprovada para uso e que deveria ser retirada de toda a internet; que fez um acordo para continuar com os eventos, na quarta-feira, dia 24 de abril, mas que a banda rompeu este acordo de maneira unilateral, anunciando o cancelamento dos shows; e que o grupo decidiu não devolver o dinheiro dos fãs.
“Em sua própria nota de cancelamento (que eles apagaram, mas pode ser lida em qualquer lugar na internet), a banda disse que pretende doar parte do dinheiro dos fãs que compraram ingresso para ‘instituições de caridade’. Não informaram quais instituições nem qual valor. Todos sabem o nome disto”, destacou a EV7 Live.
De acordo com a produtora, as vendas das camisetas e cartazes serão feitas pelo exclusivamente no site https://ev7live.lojaintegrada.com.br e o frete já está incluso no preço dos produtos. “As tiragens são limitadas e todos os recursos advindos da arte serão usados para cobrir o rombo causado pela inconsequente decisão da banda. Também está incluso no preço os devidos royalties ao autor da camiseta.”
Quanto ao reembolso, sobre o show do Rio, quem comprou presencialmente pode se dirigir à bilheteria do Circo Voador. Quem comprou on-line basta aguardar o reembolso automático pela Tudus.
Em relação aos shows de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, tanto para a compra presencial ou online, os compradores devem preencher o formulário no site https://ticketbrasil.com.br/cancelamento-da-compra/evento-cancelado e aguardar instruções.
O cancelamento da turnê do Dead Kennedys é mais um elemento negativo que surge no atual momento político do Brasil no qual o ódio vem sendo disseminado pelo povo e por componentes do poder. É, por sinal, o primeiro cancelamento de peso de show de rock nesta nova era gerado por repercussões políticas.
Para alguns, o Dead Kennedys manchou sua história combativa e foi covarde, já que sempre peitou problemas sociais e políticos e colocou o dedo nestas feridas durante a sua carreira. Para outros, a banda pensou na possibilidade de ataques de fanáticos nos seus shows no Brasil. Outros não deixaram de lembrar que Dead Kennedys, sem sua principal figura, o vocalista Jello Biafra, jamais será Dead Kennedys.
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