Um mito de música mundial completa meio século sem que se dê a ele a devida atenção. “Os Mutantes”, disco de estreia da banda homônima formada por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias, foi lançado em junho de 1968 para deflagrar uma revolução musical que extrapolou as fronteiras brasileiras.
Tropicalismo, roquenrow e psicodelia vêm sob medida para colocar a produção cultural brasileira do período na vanguarda mundial, desbancando ao menos momentaneamente os estereótipos vigentes, e dando início a uma trajetória sólida cujas influências se fariam presentes tanto na cena nacional quanto na internacional ao longo das décadas seguintes.
O álbum “Os Mutantes” é aberto só por “Panis et Circenses”, obra-prima de Gilberto Gil e Caetano Veloso transformada em clássico pelo trio paulistano.
A seguir, “A Minha Menina” conta com a participação do próprio Jorge Ben, já na época um nome consagrado na música brasileira, muito antes de acrescentar o Jor a sua identidade.
A viagem parece continuar com “O Relógio”, a primeira composição própria dos Mutantes a aparecer no disco, mas toma outros rumos com “Adeus, Maria Fulô”, do mestre Sivuca em parceria com Humberto Teixeira. “Baby”, de Caetano, e a autoral “Senhor F.” fecham o Lado A de “Os Mutantes”.
O Lado B abre animado por “Bat Macumba”, outra composição de Gil e Caetano sensacionalmente apropriada pelos Mutantes, mas não demora a pirar com “Le Premier Bonheur du Jour”, de Franck Gérald e Jean Renard, e “Trem Fantasma”, uma parceria dos Mutantes com Caetano.
“Tempo no Tempo” é uma releitura do trio para “Once Was a Time I Thought ”, do grupo The Mamas and the Papas.
O disco fecha com a psicodélica “Ave Genghis Khan”, outra composição do trio que já em seu álbum de estreia detona a ingenuidade fingida da Jovem Guarda e enfim começa a forjar uma identidade irreverente para o rock nacional.
Para comemorar os 50 anos do primeiro disco dos Mutantes, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com um dos Anos 60 da banda executando “Panis et Circenses”. Na sequência, veja uma montagem que traz “A Minha Menina” ao fundo. Para fechar, veja o grupo tocando “Bat Macumba”, em 1969, em Paris.
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