Por Marcelo Moreira, do Combate Rock
Música para ouvir e também para ver. Mais do que um slogan ou uma frase de efeito, define com exatidão um dos eventos culturais mais importantes da cidade de São Paulo.
O In-Edit – Festival Internacional de Documentários Musicais, chega a sua 10ª edição brasileira consolidado e relevante mesmo em tempos de crise econômica e redução de ofertas do mesmo tipo de evento na capital paulista.
O evento ocorre de 7 a 17 de junho em várias salas de cinema da cidade.
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Diversificado e com obras relevantes sobre artistas importantes, a edição de 2018 está recheada de coisas muito interessantes para quem gosta de rock, blues e jazz.
Entre as atrações internacionais, podemos destacar “If I Leave Here Tomorrow: A Film About Lynyrd Skynyrd”, corajosa fita sobre a banda Lynyrd Skynyrd, mas com foco no acidente aéreo que matou três integrantes da banda, em 1977, além de um assistente de palco.
Com sensibilidade e informações fundamentais, os sobreviventes contam a trajetória do grupo, o acidente e a retomada após a tragédia.
“George Michael Freedom: The Director’s Cut” é outra atração relevante. O diretor David Austin reúne material inédito e entrevista grandes personalidades que colaboraram com o artista.
Inusitado é “The Allins”, que mostra como a mãe e o irmão do malucaço GG Allin, cantor punk extremo, convivam com a fama do parente. Allin chegava a defecar no palco e se lambuzar com os excrementos, entre outras coisas.
“My Life Story” ´mistura jornalismo e show, onde o diretor Julian Temple conta um pouco da história da banda Madness, expoente do pós-punk e da new wave, por meio depoimentos do vocalista Suggs, vocalista do Madness, que criou um um espetáculo teatral para contar a história de sua vida.
Nos destaques nacionais, começamos com uma obra estrangeira, sobre o cantor e violonista João Gilberto. “Where are you, João Gilberto?” é baseado na aventura do escritor alemão Marc Fischer no Rio de Janeiro tentando encontrar seu ídolo, João Gilberto.
Sua aventura frustrada acabou virando o livro “HO-BA-LA-LÁ – À procura de João Gilberto”, que ganhou ótimas críticas.
Emocionado com o relato do autor, que faleceu poucos meses depois de lançar o livro, o diretor francês – e igualmente apaixonado pela música brasileira – Georges Gachot, decide seguir os passos de Fischer para realizar seu sonho: ouvir João cantar para ele a canção “Ho-ba-la-lá”. Será que ele conseguiu? Não é rock, mas o tema é muito interessante e o documentário, excelente.
No rock, o principal destaque é “Meu Tio e o Joelho De Porco”, de Rafael Terpins. O diretor é sobrinho do falecido Tico Terpins, integrante da banda Joelho de Porco e considerado uma das figuras mais inquietantes da cena musical brasileira dos anos 1970 e 1980.
Rafael conta Seu sobrinho a relação que tinha com seu “tio roqueiro”, dos primórdios do grupo ao refúgio na publicidade, passando por momentos obscuros e a amizade com Zé Rodrix. O filme é criativo e usa soluções fora do padrão para contar uma história bem bacana.
“Você Não Sabe Quem Eu Sou” segue pelo mesmo caminho ao oferecer soluções inusitadas de narrativa. Não poderia ser diferente, já que o personagem central é Nasi, vocalista do Ira!
O diretor Alexandre Petillo, um dos nomes importantes do jornalismo musical do Brasil, extrai um material ótimo do cantor, que sempre se mostrou um ator nato e um apresentador de mão cheia, ou seja, um artista que domina no Brasil o ambiente artístico, o palco e a câmera. Petillo acompanhou o artista durante 4 anos para tentar entender o personagem.
“Ultraje” já mais convencional. O diretor Marc Dourdin centra as principais declarações no guitarrista e vocalista Roger Rocha Moreira para contar a história do Ultraje a Rigor, hoje uma banda de apoio para o programa “The Noite”, no SBT.
A banda capixaba Dead Fish ganhou um bom documentário para os seus 25 anos. Ainda é referência do hardcore melódico brasileiro e “Asfalto – 25 anos de Dead Fish” oferece um panorama completo de uma vida dedicada a música.
Merecem menção também “O Fabuloso Zé Rodrix”, de Léo Cortes, que faz um panorama da carreira do inventivo e inovador Zé Rodrix (Joelho de Porco e Sá, Rodrix e Guarabyra), “Headbanger Voice – A História Da Rock Brigade”, de Wladimyr Cruz e Marcelo Colmenero, fita que conta a história na revista de heavy metal Rock Brigade, e “Badi”, de Edu Felistoque, sobre a violonista Badi Assad, que é a caçula do clã de músicos da família Assad.
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