Por Marcelo Galli
Fora de catálogo desde 1995, foi relançado de forma digital no mês passado uma nostalgia em forma de disco, o “Singin’ Alone”, de Arnaldo Baptista, de 1982. Originalmente, o disco foi lançado pela Baratos Afins. Há 18 anos a Virgin-EMI colocava de volta no mercado o trabalho do mutante.
A fornada da vez, remasterizada do original pela Classic Master, sai de forma independente e está sendo vendida pela CDBaby, uma distribuidora digital gringa. A capa também ganhou versão 2013, mas o Arnaldo da foto continua o mesmo. Uma regravação de “Balada do Louco”, feita em 1995, vem de brinde/faixa-extra.
O disco é muito parecido ao “Lóki?”, de 1974, um Arnaldo confidenciando seu lirismo e angústias e ironias ao e com o piano. Mas tocando também bateria, guitarra e baixo. O disco foi gravado antes do acidente, quando caiu do andar de uma clínica onde estava internado por causa de um surto psiquiátrico.
“Quando fiz este LP, o Singin’ Alone, pensei: o que está faltando na minha carreira? Algo que fosse capaz de abranger tudo que alcanço no universo. Então, optei por um tipo de linguagem, de espectros, de pensamentos, de entidades … E todos os lugares onde eu ia, tentava colocar em poesia. Ou seja, a personalidade aparece nesta vida diária, em parte das letras, trechos da minha vida naquela época”, explicou Arnaldo em entrevista recente.
“O Sol” e “Bomba H sobre São Paulo”, a segunda e terceira, são imperdíveis, de se escutar várias vezes seguidas. Intimistas, basicamente. “Hoje de manhã eu acordei”, a quarta, é o rock falando. E o disco fala muitas outras coisas. É só ir escutando.
Neste link, você pode ouvir na íntegra o disco.
Abaixo, o leitor do Roque Reverso pode acompanhar o clip de relançamento do álbum: