Arquivo para 10 de outubro de 2010

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Bem-vindos a Nutopia – o legado de John Lennon

Não tem jeito. O Flavio sempre se antecipa. Mas quem irá condená-lo? Enquanto passei o sábado pensando em algo para escrever sobre o dia em que John Lennon completaria 70 anos, ele já havia feito mais que sua parte, como de costume.

Já se aproximava da meia-noite e eu tentava me lembrar de algo que pudesse resumir não apenas a música de John, mas também seu pensamento, suas lutas – algo que representasse a alegria da vida, não a tristeza da morte.

Assistia a um documentário sobre ele em algum canal a cabo e, em meio à narrativa da perseguição empreendida pelo governo dos Estados Unidos para calá-lo, John Lennon nem tão de repente assim aparece ao lado de Yoko Ono quando o casal revelava ao mundo a fundação de Nutopia, provavelmente a mais criativa reivindicação de imunidade diplomática da história.

Aconteceu em 1 de abril de 1973. Na época, o governo da degringolândia, obviamente incomodado com o ativismo do ex-Beatle pela paz, fazia um esforço monumental e infrutífero para deportá-lo. Depois de idas e vindas ao Departamento de Imigração dos EUA, John e Yoko apresentaram os fundamentos de seu país conceitual:

“Nós anunciamos o surgimento de um país conceitual, chamado Nutopia. A cidadania deste país pode ser obtida pela (simples) declaração de sua consciência (quanto à existência) de Nutopia. Nutopia não possui território, não tem fronteiras, não emite passaportes; possui apenas gente. Nutopia não dispõe de nenhuma lei além das leis cósmicas. Todas as pessoas de Nutopia são embaixadoras do país”.

E concluíram: “Na condição de embaixadores de Nutopia, nós pedimos imunidade diplomática e reconhecimento, pela ONU, de nosso país e de seu povo”.

A bandeira do país, claro, é branca e aparece reproduzida acima.

Nada, em minha opinião, resume melhor o legado de John Lennon à humanidade e a seu tempo.

É possível tornar-se cidadão de Nutopia pela internet, no site www.joinnutopia.com. Basta declarar consciência.

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All Night Long – a aventura de um não-fã no show do Bon Jovi

Por Mario Rocha*

Nunca fui fã. Nem sabia as músicas de cor. Mas a minha mulher tem todos os CDs e me deu o ingresso de presente. Que meus amigos fãs do Led Zeppelin, como eu, não me ouçam. Mas a apresentação do Bon Jovi no Morumbi foi um showzaço. Os caras mandaram ver durante três horas num set list de 28 canções, sem efeitos especiais e sem backing vocals gostosinhas pra segurar a onda. Me diverti do começo ao fim, até mesmo quando meninas de todas as idades gritavam, desesperadas, a cada trejeito do filho do seu Bongiovi.

Soube que Blood on Blood foi a primeira da noite. Antes disso, teve abertura do Fresno. Não vi. Nessa hora, eu tava esquentando a alma numa joint pé sujo da vida. Quando pisei no gramado do Morumbas, fui imediatamente sugado pela catarse coletiva. Eu era um entre quase 70 mil. Talvez um dos poucos que não sabiam as letras. Mas na hora do sha-lá-lá, que é um refrão frequente nas canções, cantei como se fosse um dos fundadores do fã clube.

O negócio é que, com pouco conhecimento da banda, fui ao show com apenas uma expectativa, a de me divertir. Afinal, o que é o rock senão atitude e diversão? E nesse ponto, a banda cumpriu sua missão com louvor. Bon Jovi soltou a voz em quase todas as músicas, deixando uma pro Richie Sambora, que detonou na guitarra. Tico Torres, que faria aniversário no dia seguinte, castigou a batera sem perdão e ainda ouviu a galera cantar “happy birthday to you”. E David Bryan tirou o público do chão com os acordes iniciais de Runaway.

Não sei o que mais me entusiasmou. Se a alegria da minha mulher que parecia uma criança num parque de diversões, se a empatia do público com o bonitão esbanjando charme em cima do palco, se a competência de uma banda que continua conquistando fãs depois de quase 30 anos de estrada. Ou se foi a mistura de tudo isso com um som que tem raízes na country music (por várias vezes, o solo do Sambora me conduziu aos violinos do velho country) com forte sotaque de rock pesado e apelos de baladas teen mela cueca.

A primeira metade do show foi de tirar o fôlego. Os caras não deram descanso, tocando seus hits mais antigos. Sonzeira total. Depois, baixaram um pouco a bola com baladas maneiras pra deixar a galera à vontade pra namorar um pouco ou buscar outra cerveja. Na parte final, The Circle Tour voltou a pegar fogo. It’s my life arrebentou as cordas vocais de pelo menos uma dúzia de fãs à minha volta. E com Livin’ on a Prayer, a penúltima da noite, tive a impressão de que ia começar tudo de novo tal a vibração generalizada em todos os cantos do estádio.

Pra todo mundo voltar pra casa com o coração amolecido, o Bon Jovi encerrou a noite com Bed of Roses. A letra segue o melhor estilo Wando de “vou deitar você numa cama de rosas”. Mas quem liga pra isso depois de ter cantado “é minha vida, é agora ou nunca, eu não vou viver pra sempre” em It’s my life? E quem sou eu pra falar das letras do Bon Jovi? Afinal, quando ele perguntava ao público “Are you still with me?”, eu respondia: “All night long!”. Quem diria…

*Mario Rocha é jornalista e amante do bom e velho rock n’ roll



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