Morreu ontem no Rio de Janeiro o jornalista, compositor e produtor musical Ezequiel Neves, aos 74 anos de idade. Principal parceiro musical de Cazuza, Ezequiel sofria de câncer e morreu de falência múltipla dos órgãos, depois de ficar internado durante seis meses na Clínica São Vicente, na Gávea. Coincidentemente, o falecimento desta figura importante para o rock e para a MPB aconteceu no mesmo dia em que se completavam 20 anos da morte de Cazuza, que dispensa apresentações.
Para quem não conhecia Ezequiel Neves, ele foi produtor da Som Livre, na época em que a gravadora era presidida por João Araújo, pai de Cazuza. Ao lado de Guto Graça Mello, ele foi um dos idealizadores do Barão Vermelho. Além disso, chegou a escrever para a revista Rolling Stone. Com Cazuza, o letrista escreveu pelo menos dois clássicos: “Codinome Beija-Flor” e “Exagerado”.
O filme “Cazuza – O Tempo Não Para” retratou a amizade entre Cazuza e Ezequiel, as loucuras dos anos 80 e especialmente a força que Neves deu a Cazuza quanto o cantor descobriu a Aids. Ezequiel Neves escreveu há dois anos a biografia do Barão Vermelho em parceria com o jornalista Rodrigo Pinto e com um dos fundadores do grupo, o baterista Guto Goffi.
Esse realmente tinha história para contar! Grande perda para o cenário do rock e da MPB.
Se ele fosse apenas o descobridor do Cazuza e do Barão já estaria de bom tamanho. Mas ele foi bem além. Quem viveu o período mesozóico do rock, nos anos 70, certamente leu muuuito as críticas do Zeca Jagger, como ele gostava de se autoproclamar no Jornal da Tarde e na revista Pop. O cara era foda, detestava o rock progressivo e tudo que cheirasse pretensioso. Era rock na veia e ponto final. Valeu, Ezequiel!
Bem lembrado, Guilherme! O cara também era respeitado por ser um crítico musical diferenciado!
Agora, podemos contar nos dedos os caras realmente bons, já que tem muita gente ligada apenas em rock moderninho inglês que esquece das bandas antigas que fizeram e ainda fazem a história do rock.
A Ilustrada estava indo por este caminho, mas trouxe de novo gente boa dos anos 80 que conhece bastante, como o Thales de Menezes e o Barcinski. O Estadão não vive tanto esse problema, mas perdeu gente boa recentemente, como o Marco Bezzi, que escrevia mais no JT.
ele foi a minha primeira referencia a respeito dos ROLLING STONES, o Zeca JAGGER da revista Pop