O Aerosmith fechou sua curta passagem pelo Brasil no sábado, em São Paulo, em mais uma apresentação que fez parte da turnê mundial “Cocked, Locked, Ready to Rock”. A banda norte-americana de hard rock, comandada pelo vocalista Steven Tyler e pelo guitarrista Joe Perry, fez um show repleto de clássicos e provocou a alegria do público presente no Estádio do Palmeiras, estimado em torno de 38 mil pessoas, em uma noite bastante agradável.
Para quem esperava um comportamento um pouco mais frio entre os músicos da banda depois dos acontecimentos recentes, que quase tiraram Steven Tyler do grupo, foi uma ótima surpresa vê-los tocando com empolgação e simpatia, com direito a uma série de brincadeiras que o vocalista fez com os demais componentes. Se era pura encenação, como costuma acontecer bastante no meio musical, é uma outra história, que vamos observar daqui pra frente na sequência da turnê.
A banda que abriu para o show do Aerosmith foi o Cachorro Grande, que é uma das poucas que se salvam atualmente no meio do rock brasileiro, atualmente dominado por bandinhas emo, que vêm transformando o estilo numa mistura de breganejo com pagode de corno, ao som de guitarras. No final da apresentação da banda gaúcha, os membros agradeceram a oportunidade de estar no mesmo palco de um dos maiores grupos da história do rock and roll, numa humildade comovente para quem já está no topo do cenário brasileiro.
O Aerosmith subiu ao palco por volta das 21h40. Antes de a banda iniciar o show, as luzes se apagaram e uma enorme bandeira (ou seria uma cortina?) com o logo do grupo ficou entre a boca do palco e o público, ao som de “Rainy Day Women #12 & 35”, de Bob Dylan. Nada por acaso, já que o refrão da música tinha tudo a ver com a carreira “chapada” do grupo de Tyler e Cia.
Terminada a música de Dylan, começaram os primeiros acordes de “Eat The Rich”, do álbum “Get a Grip”, de 1993. Em seguida, a tal cortina desabou sobre o chão e o publico foi a delírio ao ver Tyler com um casaco todo prateado que chamava bastante a atenção, bem ao estilo do vocalista.
Na seqüência, a banda trouxe um clássico das antigas, a ótima “Back In The Saddle”, do álbum “Rocks”, de 1976, que foi seguida por nada menos que “Love in An Elevator”, do disco “Pump”, de 1989, que levou definitivamente a galera ao delírio, apesar de o som do show estar bem mais baixo que os de outras apresentações que passaram recentemente pelos estádios paulistanos, como as do AC/DC, Metallica e Guns N’ Roses.
Com o público ganho, o Aerosmith mandou os hits “Falling in Love (Is Hard On the Knees)” e “Pink”, com direito a trechos de clipes no telão, antes da grande empolgação provocada pelo mais do que clássico “Dream On”, que contou com Steven Tyler em grande forma nas partes mais difíceis para cantar. Depois deste momento histórico para o Estádio do Palmeiras, a banda emendou “Livin’ on the Edge”, com direito a Joe Perry usando uma guitarra de dois braços; “Jaded”; e “Kings and Queens”, esta última mais antiga, do álbum “Draw the Line”, de 1977, que contou também com uma das muitas intervenções grandiosas que o guitarrista realizou durante o show.
Ciente da sua importância para os casais, a banda tocou, de uma vez, duas de suas maiores baladas: “Crazy” e “Cryin'”. Elas levaram a mulherada ao completo delírio, a ponto de uma calcinha vermelha, no estilo fio dental, ser jogada ao palco, para risos de Tyler, que, fazendo uma travessura, a pendurou no pedestal do microfone de Perry quando o guitarrista estava distraído virado para a bateria.
Para um descanso da banda, o show ficou com o batera Joey Kramer. Ele optou por um solo sem afetação, mas teve seu momento no maior estilo John Bonham (claro, que guardadas as devidas proporções), já que tocou a bateria com as mãos e até com a cabeça. Vale destacar que, no meio do solo de Kramer, Tyler também deu uma “canja” com as baquetas e não fez feio.
O retorno dos músicos ao palco se deu com a música “Lord Of The Thighs”, do álbum “Get Your Wings”, de 1974. Na sequência, Joe Perry decidiu fazer um duelo com seu personagem no jogo Guitar Hero. Chamou uma tradutora para explicar o que aconteceria e, logo depois, tratou de detonar seu oponente virtual, num momento bastante criativo e pouco comum para shows de rock. O mesmo Perry continuou no centro das atenções quando assumiu os vocais da música “Stop Messin’ Around”, cover do Fleetwood Mac.
Depois da música cover, um dos grandes momentos do show: Steven Tyler puxou o coro à capela e o público foi atrás com “What It Takes”, também do álbum Pump. Após elogiar a participação da galera, ele deu um verdadeiro show à parte nos trechos mais complexos da bela música, que ainda contou com a imagem estampada de várias garotas da platéia no telão.
Em seguida, o Aerosmith tocou a preferida deste jornalista. Com a introdução do baixo de Tom Hamilton, mandou ver em “Sweet Emotion” de maneira empolgante. E ainda teve Joe Perry abusando dos efeitos em um teremim. Depois, o grupo trouxe mais uma música cover: “Baby, Please Don’t Go”, de Big Joe Williams.
A banda fechou a apresentação com “Draw the Line”, do álbum de mesmo nome gravado em 1977. Para mim, esta foi a música melhor executada na noite, já que os músicos mostraram ótimo entrosamento e até o som melhorou um pouco. Pena que não a encontramos no Youtube para mostrar aqui.
No curto bis, o Aerosmith tocou seu hit histórico “”Walk This Way” e viu um Palestra Itália vibrante. Encerrou o show com uma boa surpresa, a música “Toys In The Attic”, do álbum de mesmo nome lançado em 1975.
Se não foi o show dos sonhos, a banda trouxe ao público paulistano aquilo que mais se quer num show de rock: boa música e diversão. Resta agora saber se realmente esta foi a última apresentação dos norte-americanos por aqui.
A certeza é que, além de uma possível despedida do Aerosmith, o Estádio do Palmeiras viu pela última vez um grande evento, já que passará por reformas profundas antes de virar uma arena multiuso que promete. Lá, passaram grandes nomes do rock e da música pop internacional e nacional, como Metallica, Iron Maiden (duas vezes), Megadeth, Whitesnake, David Bowie, Ozzy Osbourne, Bruce Springsteen, Rod Stewart, A-ha e Legião Urbana, entre outros. Para quem é palmeirense com muito orgulho, como este jornalista, foi estranha a sensação de pisar naquele gramado histórico pela última vez na estrutura atual.
Paixões à parte, o Roque Reverso selecionou no Youtube quatro vídeos da apresentação do Aerosmith: a abertura e “Eat The Rich”; “Dream On”; “What It Takes” e “Sweet Emotion”. Também descolamos o tradicional set list e algumas fotos do ótimo fotógrafo Marcelo Rossi, cedidas pela organização do show.
Set list:
Eat The Rich
Back In The Saddle
Love In An Elevator
Falling in Love (Is Hard On the Knees)
Pink
Dream On
Livin’ on the Edge
Jaded
Kings and Queens
Crazy
Cryin’
(Solo de Bateria)
Lord Of The Thighs
(Duelo Perry X Guitar Hero)
Stop Messin’ Around”
What It Takes
Sweet Emotion
Baby, Please Don’t Go
Draw The Line
Walk This Way
Toys In The Attic
Meu parceiro de blog mostra um saudosismo prematuro do Porcódromo, que agora fecha as portas para reforma (?). Sacanagens à parte, mais um show que eu adoraria ter ido se os ingressos não estivessem tão caros. Belo set-list. Banda maravilhosa. Quanto a eles se darem bem ou não no trato pessoal, acho que pouco importa. O importante é a química que rola entre esses caras em cima do palco. Fazendo os shows competentes a que estão habituados, podem se digladiar nos bastidores que pra mim tanto faz. Saindo da briga em condições de tocar está ótimo…
É claro que não deixei de tirar uma última foto em frente ao gol de São Marcos. Teremos em breve a melhor Arena do País, mas isso vai demorar uns dois anos.
Quanto à banda, também pouco me importa se estão bem ou não…O que vale é a música e o bom show que fizeram!
Eu tava eu tava!!! Tava perto da grade!!!!!!
Quase apareci no telão na What it Takes!
Amei o show e o Steven continua muito sexy!!! É tudo de bom!
Sou das antigas e tirando as baladinhas MTV eu gostei muito
Back in the Saddle foi do caralho! Coisa antiga da boa