O Flavio foi avisado de antemão que o companheiro de blog dele é um tanto relapso, mas não deve ter imaginado o quanto até a semana passada. Como nossas escalas de fim de ano no trabalho não coincidiram, imagino o susto dele ao abrir o blog e não encontrar nada sobre o anúncio dos shows que o Guns N’ Roses fará no Brasil em 2010.
Abri o computador no meio do meu recesso pré-férias justamente pra escrever sobre os shows e fiquei gratamente surpreso ao ver que o Flavio já havia atualizado o blog, ainda mais pelo fato de o Guns não figurar entre as bandas favoritas dele e de ocupar, desde a pré-adolescência, minha cabeceira, antes com discos e fitas, hoje com CDs e DVDs.
Já que as informações sobre o show já estão no ar, vou puxar um outro fio.
Os preços dos shows de rock internacionais no Brasil estão assombrosamente altos. Se você não for estudante, por exemplo, pagará R$ 300 para assistir ao Metallica na pista. Lembro-me de ter pagado uma merreca pra ver o Metallica em 1993 no Porcódromo (não passa vontade, Flavinho). A moeda era outra e não tenho como fazer a conversão no momento, mas o preço do ingresso não era impeditivo como hoje.
Ingressos para shows recentes, como AC/DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne e outros, também custaram os olhos da cara. Mas uma coisa é pagar caro pra assistir ao Metallica com uma escalação de primeira linha, pra ver o AC/DC com aquela que, em minha opinião, é sua melhor formação, ou pra testemunhar o Iron Maiden com Bruce Dickinson e o trio de guitarras de Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers (sem contar a cozinha original), ou ainda para ver Zakk Wylde ao lado Ozzy Osbourne.
A pergunta que fica então é a seguinte: quem vai pagar caro para ver o Guns N’ Roses sem Slash? Em 2007, quando o Aerosmith tocou no Morumbi, a abertura coube ao Velvet Revolver. E eu não era a única pessoa que estava lá mais por causa da banda comandada por Slash (e que ainda tinha na linha os ex-GNR Duff McKagan e Matt Sorum) do que pelo Aerosmith em forma duvidosa.
Ao contrário da crítica em geral e das minhas próprias expectativas, gostei bastante de Chinese Democracy, o CD que Axl Rose levou mais de uma década pra gravar e concluiu em 2008, creio eu, mais por uma questão de honra do que por qualquer outra coisa. Ainda assim, eu pergunto ao leitor: quanto vale o Guns N’ Roses sem Slash?