Em tempos nos quais o bom e velho rock and roll perde claramente espaço em grandes festivais para gêneros musicais hoje mais populares, resta ao fã do estilo ficar esperando algum raro momento para ter sua vez de admiração de um bom show de rock. No sábado, 29 de março, este momento foi possível com a grande apresentação da cantora Alanis Morissette no Lollapalooza Brasil 2025.
Com uma “voz de ouro”, a canadense encantou o público e resgatou hits de sua elogiada carreira cujo ápice foi visto nos Anos 1990.
Em tempos de inundação de playbacks nos mais diversos estilos, Alanis nadou de braçada com sua voz poderosa, colocando no bolso 8 entre 10 das maiores cantoras pops da atualidade.
Com seu estilo inquieto sobre o palco e acompanhada de uma banda afiada e competente, a cantora pareceu muitas vezes até brincar com seu talento para as mais diversas notas musicais, mesmo já com os seus 50 anos de idade, parecendo até melhor do que quando mais nova.
A interpretação de Alanis no Lollapalooza Brasil 2025 pareceu representar um oásis de bom show num deserto de apresentações e atrações decepcionantes para quem gosta de rock nos dois primeiros dias de um festival dominado por gêneros que foram do pop à música eletrônica, passando pelo funk e derivados, e com muita gente que “bombou” no TikTok.
Para o fã do rock, a decepção em grandes festivais já vem se tornando uma rotina. O Lollapalloza já vem dando menos espaço que o necessário ao rock há um bom tempo (o line-up do terceiro dia do evento no domingo, 30, foi uma exceção e abriu mais espaço para atrações, como o Tool, o Sepultura, Foster The People e Bush), antenado naquilo que faz sucesso entre os jovens hoje. O mais recente Rock in Rio foi disparado o pior em termos de rock. E o festival The Town abriu um dia inteiro para o rock, mas é muito pouco para quem gosta do estilo.
“Tanto show ruim hoje que quando aparece a Alanis Morissette parece que você tá vendo o Led Zeppelin”, afirmou o respeitado jornalista André Barcinski no X (antigo Twitter), durante a apresentação da cantora canadense, resumindo bem o sentimento do público mais exigente do rock e da boa música.
A estreia de Alanis no Lollapalloza Brasil foi amparada num set list dominado por músicas do seu grande e premiado álbum “Jagged Little Pill”, de 1995.
Com hits que marcaram uma geração inteira, ela presentou fãs e até mesmo aqueles que não a conheciam com uma interpretação de gala, em um nível muito superior ao visto no festival nos dois primeiros dias.
“Hand in My Pocket” (a primeira da noite), “Head Over Feet”, “You Learn”, “Perfect”, “Ironic”, “You Oughta Know” foram só alguns dos grandes sucessos executados na noite, numa apresentação daquelas para entrar na história das melhores do Lollapalooza em sua história.
Outro hit “Thank U” fechou a noite, mas o fãs do rock é que precisam agradecer Alanis pelo grande momento visto tanto no Autódromo de Interlagos como por meio da TV e do streaming em todo o Brasil.
Set list
Hand in My Pocket
Right Through You
Reasons I Drink
A Man
Hands Clean
Can’t Not
Lens
Sorry to Myself
Head Over Feet
Forgiven
You Learn
Would Not Come
Smiling
Rest
Mary Jane
That I Would Be Good
Perfect
Ironic
Not the Doctor
Are You Still Mad
All I Really Want
Sympathetic Character
You Oughta Know
Uninvited
Thank U
Alanis Morissette encanta e traz ‘voz de ouro’ a primeiros dias de festival decepcionante em rock and roll



Muito boa, como sempre 😃
Apenas penso um pouco diferente no ponto q vc fala q ela está melhor hoje do que qdo mais nova, eu penso que trata-se de uma cantora na qual não perdeu a qualidade mesmo depois e vários anos e que noto uma alegria no semblante a nas atitudes no palco maior hoje, do q qdo mais nova
Sim. Também é uma ótima análise sobre esse momento dela. 😉
Então, o nosso velho e bom rock perdendo espaço nos eventos onde deveria ser só rock, o Brasil, lá fora sendo representado pelo funk, deixando de ser o País do samba e da Bossa Nova. O que mais pode acontecer?
A esperança sempre é alguma nova banda de rock surgir e bombar, com esse estouro sendo capaz de romper a bolha do rock. Hoje, há bandas como o Black Pantera, por exemplo, com esse potencial. Resta saber se a grande mídia dará espaço para isso.