Morreu nesta quinta-feira, 15 de junho, o músico Luiz Schiavon, aos 64 anos de idade. Tecladista, cofundador e membro fundamental do veterano grupo brasileiro RPM, o maestro e compositor lutava contra uma doença autoimune havia 4 anos, mas, infelizmente, teve complicações na última cirurgia de tratamento e não resistiu, informou a banda em nota oficial.
Schiavon estava internado em um hospital em Osasco, na Grande São Paulo.
Nascido em São Paulo, ele se formou no Conservatório Mário de Andrade, em 1977.
No fim dos Anos 1970, conheceu o vocalista e baixista Paulo Ricardo, com quem fundou a banda Aura e, posteriormente, o RPM, que estourou nos Anos 1980 não somente no rock nacional, mas na música brasileira como um todo.
Quem viveu os Anos 1980 sabe que o fenômeno RPM é um dos mais impactantes da música brasileira, com o grupo liderando as paradas de sucesso de rádios não somente de rock, mas também lotando shows em turnês gigantescas pelo Brasil.
No RPM, Schiavon, Paulo Ricardo, o guitarrista Fernando Deluqui e o baterista PA emplacaram sucessos inesquecíveis para uma geração que viveu um ótimo momento, para muitos, o melhor, do rock brasileiro.
O álbum de estreia “Revoluções por Minuto”, lançado em 1985, é considerado um dos maiores discos do rock e da música nacional por crítica e público.
Músicas, como “Louras Geladas” e “Revoluções por Minuto”, que foram lançadas antes em um EP em 1984, além das faixas “Olhar 43”, “Rádio Pirata” e “A Cruz e a Espada”, fizeram o disco vender como água e romper a barreira do rock.
No álbum ao vivo “Rádio Pirata ao Vivo”, de 1986, o RPM conseguiu ampliar seu alcance e atingiu níveis de sucesso que até hoje nenhuma banda nacional de rock conseguiu bater num espaço tão curto de tempo. “Alvorada Voraz”, “London, London” (cover de Caetano Veloso) e “Flores Astrais” (cover do grupo Secos & Molhados) vieram como novidades neste disco e faziam os fãs quase furarem os toca-discos da época.
Com o sucesso, pressão por mais lançamentos, algumas ações erradas de lançamento de projetos e a própria convivência nas turnês, o relacionamento dos integrantes já não era o mesmo e o grupo teve uma primeira separação já em 1987.
Houve ainda um retorno para a gravação do álbum seguinte (“Quatro Coiotes”, de 1988), mas ele não trouxe, apesar de elogios da crítica especializada, nem de longe, o mesmo impacto do disco anterior, além de ter sido um trabalho de grande custo financeiro para a banda, que passou na sequência por mais rompimentos e novas idas e vindas espaçadas nos anos seguintes.
Schiavon teve vários projetos fora da banda, incluindo aí trabalhos para a Rede Globo, tanto na composição de trilhas sonoras e músicas de abertura de novelas (“O Rei do Gado”, “Terra Nostra”, “Esperança”, por exemplo), como na direção da banda do programa “Domingão do Faustão”.
O músico chegou a voltar para o RPM em 2011 em novos projetos da banda, incluindo aí o período sem Paulo Ricardo a partir de 2018. A partir de 2020, o tratamento da doença imune afastou Schiavon novamente da banda, que perdeu neste dia 15 de junho um membro fundamental.
“Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo”, escreveu a banda no comunicado oficial. “Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações.”
E complementou o RPM: “Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele.”
Para homenagear Luiz Schiavon, o Roque Reverso descolou clipes e vídeos no YouTube. Fique inicialmente com os de “Olhar 43” e de “Rádio Pirata”. Depois, veja o clipe de “Alvorada Voraz”. Na sequência, assista aos vídeos ao vivo de “Loiras Geladas”, “Revoluções Por Minuto” e “London, London”.
Morre Luiz Schiavon, tecladista, cofundador e membro fundamental do RPM

