O clássico grupo brasileiro Golpe de Estado chegou ao fim. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, dia 11 de junho, pelo baixista Nelson Brito, único membro remanescente da formação original da banda paulistana, que, há pouco mais de um ano, perdeu o talentoso guitarrista Hélcio Aguirra.
Por meio de sua conta no Facebook e de uma carta escrita à mão que foi escaneada para ser veiculada, Brito agradeceu aos fãs. “Hoje, com total convicção e tranquilidade, torno oficial e público: a atual formação do Golpe de Estado encerrou suas atividades na certeza de estar fazendo o melhor para todos; para o público e para o Golpe”, escreveu.
O respeitado grupo, que muitas vezes deixou de ser reconhecido da maneira mais correta pela grande mídia, tinha três décadas de carreira e lançou oito discos.
O mais recente foi “Direto do Fronte”, de 2012, que trouxe o Golpe de Estado numa nova formação, com o vocalista Dino Linardi e o baterista Roby Pontes, além de Nelson Brito e Hélcio Aguirra.
Em 2014, a morte inesperada de Aguirra, que sempre foi o principal compositor da banda, chocou o rock nacional. Ainda assim, Nelson seguiu com a banda, que passou a contar com Tadeu Dias (ex-Centurias e ex-Harpia) como substituto nas guitarras.
Agora, o baixista disse que, depois de passar vários meses pensando, decidiu “sair do conforto” e “correr um puta risco”. “Vou gravar um material que estou em dívida há alguns anos, fazer alguns shows (comemorativos) dos trinta anos – tudo nos moldes do tributo ao saudoso Helcio Aguirra”, informou.
Nelson Brito resistiu às várias mudanças que aconteceram no Golpe de Estado durante os 30 anos de carreira. A primeira delas e uma das mais marcantes foi a saída do inesquecível vocalista Catalau, que era um dos símbolos da banda nos Anos 80 e início dos Anos 90.
Na sequência, já em 2010, foi a vez do competente vocalista Kiko Muller e do respeitadíssimo baterista Paulo Zinner deixarem o grupo. Por fim, a morte de Aguirra foi um duro golpe para Nelson Brito e não foi surpresa para muitos o anúncio do fim da banda.
Em tempos nos quais o rock nacional vem ficando cada vez mais de escanteio nas atenções da mídia e num período em que os grupos veteranos, como os Titãs, o Paralamas do Sucesso e o Ira! permanecem como os mais populares, a perda do Golpe de Estado em nada ajuda o estilo.
Apesar desta lacuna que será deixada, o Golpe de Estado permanecerá vivo nos discos, gravações e vídeos espalhados pelas redes sociais. Para homenagear esta grande banda brasileira, o Roque Reverso descolou no YouTube uma apresentação que o grupo fez no programa “Bem Brasil”, da TV Cultura, em 1995, quando a formação clássica, com Catalau, Hélcio Aguirra, Paulo Zinner e Nelson Brito, ainda estava presente. Valeu, Golpe!
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