Redação RЯ
Dizer que o Metallica é quase imbatível no palco é praticamente “chover no molhado” e, no Rock in Rio 2013, a banda norte-americana de thrash metal voltou a mostrar o motivo pelo qual é considerada a maior do heavy metal na atualidade e uma das mais badaladas de todo o rock. Mantendo a receita de 2011, quando fez um show histórico e inesquecível para 100 mil felizardos, o grupo fez uma grande apresentação para os 85 mil fãs presentes na capital fluminense em plena quinta-feira, dia 19 de setembro.
Comparações entre os shows de 2013 e 2011 são perfeitamente naturais e é óbvio que elas serão feitas pelo Roque Reverso. A começar pelo set list deste ano, um pouco menos clássico do que o do outro ano, mas tão surpreendente como. O leitor deve concordar que a simples escolha da instrumental e maravilhosa “Orion” em 2011, já deixa qualquer repertório sem ela em desvantagem e, se juntarmos à ela a execução de “Am I Evil”, considerada a música cover mais importante do Metallica, a diferença pesa a favor da primeira vez da banda no festival, que ainda contou com “Ride the Lightning”, “Fade to Black”, “Whiplash” para deixar tudo muito mais oitentista.
Em 2013, este papel de resgatar a fase mais antiga do Metallica foi de “Battery”, de “Hit the Lights” e da surpreendente “…And Justice For All”, executada na íntegra em solo brasileiro apenas em 1989, quando a banda veio pela primeira vez ao Brasil e promovia exatamente o álbum de mesmo nome. Esse, por sinal, foi um ponto a favor de 2013, já que o grupo tocou nada menos que quatro sucessos deste elogiado disco.
Entre as músicas “mais fracas”, que poderiam ser trocadas por clássicos, 2011 teve “Fuel” e “Cyanide”. Já 2013 contou com “Holier Than Thou” e até “The Memory Remains”, que está longe de ser uma música ruim, mas fica atrás de inúmeros outros clássicos apropriados para um show de gala do Metallica.
Discussões de set list à parte, um show da banda é sempre algo marcante e é impossível que passe despercebido. Para quem estava na Cidade do Rock ou vendo pela TV, a impressão é a de que o Metallica tende a seguir com o seu reinado no heavy metal por um bom tempo.
Destaque técnico ainda para dois detalhes que, para alguns, fez 2013 superar 2011: o telão ainda maior na edição mais recente, assim como a qualidade do som, que, se em 2011, já era ótima, melhorou ainda mais no festival seguinte.
O show
Uma vantagem de 2013 em relação a 2011 é que o grupo entrou menos pressionado. Se, no primeiro ano, o Metallica tocava pela primeira vez no Rock in Rio original e ainda entrava logo após o insano show do Slipknot, este ano a banda entrou sabendo como funcionava a coisa e depois de uma apresentação bem mais calma e menos impactante: a do ótimo Alice in Chains.
A música escolhida para iniciar o show foi “Hit the Lights”, o primeiro sucesso da carreira do Metallica. A despeito de a introdução não ter sido tão impactante como em 2011 com “Creeping Death”, o público foi igualmente ao delírio. Num detalhe que pareceu perceptível apenas para quem acompanhava pela TV, James Hetfield estava meio rouco. Ainda assim, seguiu em frente com toda a sua vibração característica.
Na sequência, a sempre matadora “Master of Puppets”, além de “Holier Than Thou” e “Harvester of Sorrow”. Um fato interessante do show de 2013 é que ele começou menos agitado que o de 2011, tanto pela banda como pelo público, mas foi crescendo com o decorrer da apresentação.
Hetfield, que chegou a cometer erros raros em 2011, estava melhor na guitarra e contou com o parceiro Kirk Hammett bem mais inspirado, com direito até a um breve solo que lembrou temas do filme “Guerra nas Estrelas”. Lars Ulrich, que nunca mais foi o mesmo na bateria após o Black Album, mandou bem em vários momentos do show. Robert Trujillo, por sua vez, é aquele músico regular de sempre, que arrasou tanto num ano como no outro no baixo.
“The Day that Never Comes”, “The Memory Remains” e “Wherever I May Roam” garantiram um momento menos agitado do show, mas de grande participação do público em cada refrão. “Welcome Home (Sanitarium)” e “Sad But True” fizeram o público delirar a cada acorde e prepararam o terreno para a surpreendente “…And Justice for All”.
Heffield estava um pouco menos falante que em 2011, mas sua voz foi melhorando no decorrer do show, assim como a participação do público seguia crescendo a cada música executada. Numa das intervenções do vocalista, foi engraçado ver ele perguntar se todos haviam gostado do show que o grupo Ghost havia realizado pouco antes do Metallica e a plateia responder de maneira negativa.
A parte final do set list foi arrasadora, com “One” e toda a tradicional pirotecnia, além das sensacionais “For Whom the Bell Tolls” e “Blackened” e as populares “Nothing Else Matters” e “Enter Sandman”. No bis, a certeza de que “Creeping Death” funciona melhor no começo do show e que “Battery” deveria ser tocada em todas as apresentações.
Para fechar mais uma grande performance no Rock in Rio, veio “Seek & Destroy” e todo o momento apoteótico que cerca esta música avassaladora do Metallica. Tal qual em 2011, gigantes bolas pretas de plástico foram jogadas ao público, que saudou a banda com enorme empolgação.
Mais uma vez, a banda precursora do thrash metal mostrou quem manda no estilo e escreveu mais um capitulo na história do maior festival brasileiro. É difícil imaginar uma terceira participação consecutiva do Metallica, agora na edição de 2015 do Rock in Rio, mas, para quem é fã do grupo, ele poderia vir a todos os festivais.
Para lembrar do grande show do Metallica no Rock in Rio 2013, o Roque Reverso, é claro, descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com um de abertura, contendo a introdução tradicional de “The Ecstasy of Gold”, seguida de “Hit the Lights”. Na sequência, veja a banda tocando “Wherever I May Roam”, “Sad But True” e um vídeo com a dobradinha “Battery” e “Seek & Destroy”. Se quiser ter o show completo, entre neste link, enquanto não retiram do YouTube.
Set list
Hit the Lights
Master of Puppets
Holier Than Thou
Harvester of Sorrow
The Day that Never Comes
The Memory Remains
Wherever I May Roam
Welcome Home (Sanitarium)
Sad but True
…And Justice for All
One
For Whom the Bell Tolls
Blackened
Nothing Else Matters
Enter Sandman
Creeping Death
Battery
Seek & Destroy
Vi pela TV! Adorei! Metallica Rei!
Eu fui em 2011 e 2013.
Achei o de 2011 melhor, mas o de 2013 também foi muito foda!