O Manowar se apresentou no Credicard Hall na sexta-feira depois de 12 anos ausente do País. Os norte-americanos que se consideram os “Reis do Metal” fizeram um show bastante criticado pela maioria do público que esteve na casa de espetáculos, já que optaram por um repertório de músicas focado nos discos recentes, deixando de lado as músicas consideradas “clássicas” pelo seu grupo de fãs.

A banda está longe da lista de favoritas do blog, mas já gravou boas músicas em 30 anos de carreira. Para o Roque Reverso, o show de sexta-feira tinha um significado especial, já que foi a primeira vez que o blog se cadastrou para um evento de maneira independente.

Se, nos shows do Guns N´Roses e do Megadeth, nossa cobertura chegou a ser um pouco prejudicada pelo fato deste blogueiro ficar na pista comum como mero fã de rock pagante (coisa que já faz há 20 anos), na apresentação do Manowar, tive o privilégio de assistir ao show na contestada Pista Vip, agora finalmente como jornalista blogueiro.

O credenciamento de imprensa estava agendado para as 21h30. Depois de atravessar as duas Marginais (Tietê e Pinheiros) bastante carregadas, consegui chegar no Credicard Hall às 21h20. Confesso que foi bastante gratificante ver o nome do blog na lista, no meio de tantos veículos de comunicação. Fui muito bem recepcionado pelo Ricardo da T4F (que nos deu uma força enorme!) e aproveitei para comprar uma cerveja básica.

O show estava previsto para começar às 22 horas, mas a banda só começou a apresentação às 22h30. O Credicard não estava lotado como no show do Megadeth, mas o público presente era grande e fiel, o que já garantia a animação.

A decepção dos fãs está justamente amparada no fato de a banda simplesmente ter ignorado as músicas do período anterior ao elogiado álbum “Louder Then Hell”, gravado em 1996, o que significa que mais de 15 anos de gravações foram esquecidos na sexta-feira. Só foram executadas músicas dos álbuns “Warriors of the World” (2002) e “Gods Of War” (2007), além dos EP “Thunder in the Sky”, de 2009.

Além da banda ignorar os clássicos, o público que não teve o privilégio de ficar na Pista Vip teve dificuldades para acompanhar o show, já que não era em todas as músicas que os telões mostravam a apresentação. Em boa parte delas, a banda optou pela colocação de desenhos e capas de discos nas telas.

Strip-tease

A fama de macho forçada do Manowar já não é novidade no mundo do heavy metal; basta ver as capas dos discos dos caras. Há quem diga que a banda foi uma das principais inspirações para o engraçado Massacration, que tira onda exatamente dos exageros e clichês do estilo.

O que se viu no Credicard Hall, porém, faria o Massacration ficar com inveja, já que os gringos usaram e abusaram dos clichês. Se, em 1996, no Olympia, o baixista Joey DeMaio já havia dado uma de bonzão ao chamar garotas do público para cima do palco para beijá-lo, em 2010, foi além: trouxe 3 garotas “assanhadas” para dançar e fazer um strip-tease incompleto.

Tudo começou depois de uma longa pausa na apresentação para DeMaio discursar sobre a banda e sua fidelidade ao “true metal”. Após mostrar um bom português, o baixista chamou um fã da Pista Vip para tocar uma música com a banda.

Dependendo da performance, o fã poderia, conforme a promessa de DeMaio, transar com as garotas. Para inveja dos marmanjos do público presente, o fã tocou com a banda, tomou uma cerveja com o baixista, beijou e “acariciou” as meninas, que já estavam com os seios à mostra e apenas com minúsculos trajes no estilo fio-dental.

Foram até engraçadas as cenas, mas nem todos gostaram, já que a reclamação mais ouvida foi a de que a banda poderia ter usado os mais de 10 minutos de clichê metálico para tocar algum clássico.

De volta ao show de música, o Manowar deu seqüência à execução das canções recentes, encerrou a apresentação e voltou para um breve bis. Indignada, uma parte do público simplesmente vaiou a banda (!!!), que simplesmente foi embora. Há relatos de gente que queimou a camisa do conjunto em frente ao Credicard Hall e as comunidades do orkut ficaram recheadas de gente insatisfeita.

Este blogueiro já havia visto o Manowar em 1996, no saudoso Olympia, e, em 1998, no Monsters of Rock. Sem a menor dúvida, aqueles dois shows foram muito melhores do que o de sexta-feira. Claro que os fãs de verdade vão continuar idolatrando a banda, mas os músicos poderiam ter feito uma apresentação elaborada, já que o show não era barato e havia gente até de outros Estados do País em caravana para acompanhar a apresentação. Realmente uma pena!

Abaixo, o Set List:

Hand of Doom
Call to Arms
Swords in the Wind
Solo de guitarra Karl Logan
Let The Gods Decide
Die For Metal
The Sons of Odin
Sleipnir
Screams of Death
Solo baixo Joey DeMaio
God or Man
Loki God Of Fire
Thunder In The Sky

Warriors of the World United
House of Death
King of Kings
Army of the Dead