O show do Black Flag que aconteceria dia 7 de julho em São Paulo, no Carioca Club, foi reagendado para março de 2020. Segundo a produtora Powerline Music & Books, a mudança está ligada ao adiamento da turnê da banda punk pela América Latina.
A data escolhida para março de 2020 é o dia 8.
Segundo a produtora, os ingressos adquiridos continuam válidos para a nova data.
Para quem quiser o valor do ingresso de volta, basta entrar com contato com a Pixel Ticket através do e-mail: contato@pixelticket.com.br.
“Infelizmente fomos surpreendidos com o anúncio do Black Flag sobre o adiamento da turnê”, escreveram os produtores. “Importante dizer que a Powerline não é a responsável pela turnê, apenas fechamos o show de São Paulo, cumprimos com todas as nossas obrigações e demandas, não sabemos ao certo o que causou este adiamento e ficamos profundamente desapontados com a situação”, complementaram.
Uma das bandas ícones do punk, o Black Flag virá finalmente ao Brasil no início do segundo semestre para um único show. A banda norte-americana formada na Califórnia tocará no Carioca Club, em São Paulo, no dia 7 de julho.
Sem a presença de alguns dos seus nomes mais importantes, como o lendário vocalista Henry Rollins, o Black Flag virá para a capital paulista com o guitarrista Greg Ginn como único representante da formação original.
Nos vocais, a atração à parte é Mike Vallely, famoso e multicampeão skatista de Long Beach. Vallevy está na banda em definitivo desde 2014. Ele já havia cantado em 2003 no projeto solo de Ginn, Good for You.
Segundo a produtora Powerline Music & Books, as vendas de ingressos estão sendo feitas no site da Pixel Ticket.
O Cavalera Conspiracy passou por São Paulo em novembro e saciou a vontade dos fãs do thrash metal que esperavam por um show dos irmãos Max e Igor num local fechado. Após uma série de imprevistos, que chegaram a provocar o cancelamento da apresentação agendada para o dia 17 no Via Marquês, o grupo conseguiu remarcar o show para o dia 18 no pequeno e interessante Cine Jóia, com capacidade para 1.500 pessoas.
Com a casa cheia, a banda teve uma performance digna dos bons tempos dos irmãos fudadores do importantíssimo Sepultura.
O show no Cine Jóia era uma boa oportunidade para o Cavalera mostrar como se comportava sendo a atração principal. Nas duas outras oportunidades que esteve no Estado de São Paulo, a banda não era o nome mais importante dos eventos que participou e, com isso, fez apresentações bem mais curtas do que o público desejava.
Em 2010, no SWU Festival, o show do grupo foi colocado num horário que impediu quem trabalhou no dia de ver a banda pela primeira vez no Brasil. Era uma segunda-feira, véspera de feriado, e o horário agendado ficou para antes das 19 horas, algo impensável para quem trabalhava em São Paulo e precisava pegar a Marginal Tietê para chegar a Itu. Em 2011, a banda foi grata surpresa na abertura da apresentação do Iron Maiden no Morumbi. O show foi ótimo, mas o fã de thrash foi obrigado a chegar muito cedo ao Estádio e viu, com certeza, bem menos músicas do que assistiria, se apresentação principal fosse só do Cavalera.
A despeito de toda a confusão que quase evitou que o púbico tivesse a oportunidade de ver o grupo em 2012 na capital paulista, a movimentação na porta do Cine Jóia antes do show indicava que a procura por ingressos era grande. Filas nas bilheterias davam sinais que a casa poderia ter um bom número de pessoas, como de fato aconteceu a seguir.
Depois da abertura da banda Worst, o Cavalera Conspiracy finalmente subiu ao palco, às 22h20, para delírio dos fãs. Além de Max Cavalera nos vocais e guitarras e Igor Cavalera na bateria, o grupo veio composto pelo talentoso norte-americano Marc Rizzo na guitarra principal e por Tony Campos no baixo, para surpresa de quem havia visto o show no Morumbi no ano passado com Johny Chow no instrumento.
As duas primeiras músicas executadas foram “Warlord” e “Torture”, exatamente as mesmas que iniciam o mais recente álbum do grupo, “Blunt Force Trauma”, que foi lançado em 2011. Com o som alto, especialmente da bateria de Igor, o Cavalera preparou o público para o que viria a seguir.
Na pista do Cine Jóia, rodas já se abriam, mostrando que aquele era o caminho certo. “Abre a roda aê”, ordenava Max, que logo emendou a ótima “Inflikted”, do disco de estreia, de nome idêntico, lançado em 2008. “Inflikted! Show no mercy! Muthafuckin’ wicked”, repetia a galera, no refrão potente da música.
O ambiente do Cine Jóia remetia aos tempos anteriores ao lançamento do álbum “Arise”, quando o Sepultura ainda conquistava território no mundo do thrash. Era como se estivéssemos num show no saudoso Aeroanta, com a banda a poucos metros do público. Este jornalista teve, por sinal, o prazer de assistir ao show do Cavalera na primeira fila e viu o trabalho que os seguranças tiveram em alguns momentos da apresentação para segurar os fãs um pouco mais exaltados.
Falando em Sepultura, foi com “Refuse/Resist” que o Cavalera Conspiracy atingiu o primeiro grande momento do show. Com esta música, o público vibrou demais e cantou cada sílaba deste grande clássico do heavy metal. Em mais um dos inúmeros pedidos feitos por Max para a abertura da roda, rolou mosh para todo o lado e os menos acostumados até se assustaram com a energia da galera.
Sem deixar que o público respirasse, o grupo emendou mais duas da fase do Cavalera: “Sanctuary” e “Terrorize”, do álbum de estreia. Ambas as músicas, com um som apocalíptico, mantiveram a platéia ligada e agitada, respondendo cada vez mais aos incentivos de Max, ainda um dos maiores frontmen da história do rock pesado.
O grupo mesclava bem os sucessos do Sepultura com as boas músicas atuais do Cavalera. O hino “Territory”, lançado no longínquo ano de 1993, mais uma vez empolgou os fãs e mostrou que, apesar de completar 20 anos, continua extremamente atual, dado o cenário de novos conflitos no Oriente Médio.
Depois de “Territory”, os músicos vieram com mais três da fase Cavalera: “Killing Inside” e “Blunt Force Trauma”, do mais recente disco, e “Black Ark”, do álbum de estreia. Na primeira, Max até largou a guitarra de lado para pegar o microfone na mão e conduzir mais uma vez o público, como se fosse uma espécie de líder espiritual. Aliás, a cena dele jogando água na plateia, como se fosse um padre com água benta, foi uma das mais engraçadas da noite.
Em “Black Ark”, o show contou com um momento histórico e bem interessante, já que os filhos de Max ajudaram o pai nos vocais, com gritos animalescos. É interessante notar que a família tem o talento natural para a música pesada. Os dois garotos não fizeram feio e deram a impressão que, se seguirem os passos do pai e do tio, terão sucesso também.
Na sequência, o público voltou mais uma vez no tempo com a dobradinha matadora dos tempos do Sepultura. Nada menos que “Arise”, com um trecho de “Dead Embryonic Cells”, deixou todos no Cine Jóia alucinados e boquiabertos com a maneira como Igor Cavalera massacrou a bateria, como nos bons grandes momentos daquela banda que um dia peitou Slayer e Metallica na cena internacional do thrash metal.
Mais presentes estavam por vir, já que “Wasting Away”, do projeto paralelo Nailbomb, que Max criou na década de 90, também foi executada, deixando a galera completamente alucinada. O caos já reinava na pista e o Cavalera Conspiracy ainda trouxe mais Sepultura com a dobradinha de “Desperate Cry” e “Propaganda”, que parecia que iria derrubar o Cine Jóia. Max, por sinal, trocou o tradicional bordão “Vamos detonar essa porra” por “Vamos destruir essa porra”, deixando os fãs ainda mais doidos.
Se você pensa que o público já estava cansado depois de tanto barulho e energia, está completamente enganado. Tirando forças extras, a plateia seguia na maratona de thrash do Cavalera Conspiracy, que havia prometido tocar um set list mais longo para compensar toda a confusão com a organização do show. Após “I Speak Hate”, a banda emendou mais duas do Sepultura: “Attitude” e a ultraclássica “Troops of Doom”, que transformou a pista do show numa roda única de mosh!!
Quem conseguiu sobreviver a estes dois momentos sensacionais ainda ganhou de brinde mais uma participação especial da noite. Max chamou nada menos que Brann Dailor, baterista do grupo norte-americano Mastodon para assumir temporariamente as baquetas no lugar de Igor. Não bastasse a presença mais do que ilustre, a plateia teve o prazer de assistir a execução de “Six Pack”, música da banda de hardcore punk Black Flag.
Na sequência, a preferida do Sepultura deste jornalista: “Inner Self”, já com Igor de volta. Ela foi tocada depois de muitos pedidos do público, que aí já dava sinais de cansaço com cerca de uma hora e meia de show nas costas. Em pleno domingão, realmente, não havia preparo físico que suportasse tamanho gasto de energia…
Depois de uma breve pausa, o bis ficou por conta do hit “Roots Bloody Roots”, que ainda conseguiu arrancar uma pitada de força da plateia para pular quase até o teto, gritando a plenos pulmões o clássico refrão do Sepultura. A banda agradeceu a todos ainda no palco, com a presença de várias crianças da família Cavalera. Quem estava no Cine Jóia, tinha a certeza que havia visto uma grande apresentação, com o Cavalera Conspiracy fazendo antes de tudo um show digno e de qualidade para seus fãs.
Para quem foi ao Cine Jóia reviver os grandes momentos e para quem não foi ter uma noção do que aconteceu, o Roque Reverso selecionou vídeos no YouTube. Fique com a abertura da banda com “Warlord”. Depois, assista o Cavalera executando “Sanctuary”, “Arise” com “Dead Embryonic Cells” e “Inner Self”.
Set list
Warlord
Torture
Inflikted
Refuse-Resist (Sepultura)
Sanctuary
Terrorize
Territory (Sepultura)
Killing Inside
Blunt Force Trauma
Black Ark
Arise/Dead Embryonic Cells (Sepultura)
Wasting Away (Nailbomb)
Desperate Cry/Propaganda (Sepultura)
I Speak Hate
Attitude(Sepultura)
Troops of Doom (Sepultura)
Six Pack (Black Flag)
Inner Self (Sepultura)
Um restante de sexta-feira e um fim de semana com muito rock and roll a todos!!! Sonic Youth, com "100%", ao vivo,… twitter.com/i/web/status/1…3 days ago