Sexto álbum de estúdio do U2, mas que contém várias músicas extraídas de apresentações ao vivo, o icônico “Rattle and Hum” completa exatas três décadas do seu lançamento neste dia 10 de outubro de 2018. Com sua produção iniciada em 1987, quando a banda estourou de vez nas paradas mundiais com o “The Joshua Tree”, maior sucesso comercial da história do grupo, o disco acabou sendo consagrado por um documentário primoroso, homônimo, lançado logo em seguida, em 27 de outubro de 1988.
Na época, o quarteto formado por Bono Vox, The Edge, Larry Muller Jr e Adam Clayton vivia o seu auge e a fase inicial da era dos megashows que marcam até hoje as apresentações do U2, sinônimos de espetáculos grandiosos no cenário do rock.
Quando o disco “Sound & Color” foi lançado em 2015, a impressão imediata na primeira audição foi a de que o álbum tinha qualidade e dificilmente seria superado no ano. Quando a música “Don’t Wanna Fight” foi ouvida pela primeira vez, não havia dúvida de que ela era fácil candidata a hit do ano. Na 58ª edição do Grammy, que aconteceu na segunda-feira, 15 de fevereiro, em Los Angeles, os quatro prêmios dados à excelente banda norte-americana foram não apenas um justo reconhecimento a um grande trabalho, mas algo que faz bem para a música em geral.
Nós do Roque Reverso sempre tivemos um pé atrás com o Grammy desde que o Jethro Tull ganhou o prêmio de melhor artista de hard rock/metal do Metallica em 1989. E sempre lembramos isso. Gafes históricas à parte, reconhecer algo de qualidade é o mínimo que a premiação norte-americana pode fazer e, quando faz algo correto, também merece elogios.
O Alabama Shakes venceu o Grammy nas categorias de Melhor Álbum Alternativo, Melhor Música de Rock e Melhor Performance de Rock, além de conquistar um prêmio técnico como a melhor engenharia de som de disco não-clássico. Concorreu também ao prêmio de Melhor Álbum do Ano, mas, apesar de merecer, perdeu para a cantora pop Taylor Swift.
De quebra, a banda fez uma perfeita apresentação ao vivo que só ratificou a percepção de que está num momento extremamente positivo da carreira. Ao receber um dos prêmios, a guitarrista e vocalista ultra talentosa Brittany Howard não escondeu a grande emoção.
Ainda no mundo do rock, o Grammy escolheu o disco do Muse, “Drones”, como o Melhor Álbum de Rock. Na categoria Melhor Performance de Metal, o grande vencedor foi o grupo mascarado Ghost, pela música “Cirice”, do disco “Meliora”.
Entre os shows da noite, além da ótima apresentação do Alabama Shakes, houve uma série de homenagens a nomes de astros da música que morreram recentemente. David Bowie, Lemmy Kilmister, B.B. King e Glenn Frey, do Eagles, foram os merecedores das homenagens.
No caso de David Bowie, a cantora Lady Gaga fez uma excelente apresentação, lembrando vários sucessos do camaleão do rock. No caso de Lemmy, o grupo Hollywood Vampires teve uma performance digna, apesar do jeito meio bagunçado na apresentação do clássico “Ace of Spades”.
Aquele lugar paradisíaco que nos acostumaram a chamar de Céu amanheceu mais melódico nesta sexta-feira, dia 15 de maio, ao receber o lendário guitarrista norte-americano B.B. King. Nascido Riley Ben King em 16 de setembro de 1925, no interior do Mississippi, o “Rei do Blues” faleceu na quinta-feira, dia 14 de maio, em Las Vegas (EUA), aos 89 anos.
A morte ocorre dias depois de a filha do guitarrista, Patty King, ter acusado o empresário responsável pela carreira do pai, Laverne Toney, de ter excedido os poderes de uma procuração ao recusar-se a levar o artista a um hospital.
Segundo a acusação feita por Patty King e noticiada por toda a imprensa internacional no dia 4 de maio, o cantor teria sofrido um “pequeno” ataque cardíaco e Toney não queria levar B.B King ao hospital.
Ela chamou a polícia e também enviou ao site TMZ uma foto polêmica do pai recebendo tratamento, mas bastante debilitado, na esperança que a imagem convencesse as autoridades a protegê-lo.
Em novembro do ano passado, Patty King já havia acusado Toney e seu assistente de desviar entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões de B.B. King. Também disse que eles se recusavam a dar medicamentos durante as turnês do músico, mas nunca chegou a formalizar uma queixa.
B. B. King dizia-se duas vezes negro: uma pelo estúpido preconceito sofrido pela cor da pele e outra por viver do blues, um estilo muitas vezes menosprezado.
Foi, sem dúvida, o maior dentre todos os expoentes do estilo, do qual derivaram-se o jazz e o rock’n’roll, razão de ser deste Roque Reverso.
Pelas redes sociais, vários músicos renomados do rock, como Joe Perry, Peter Frampton, Richie Sambora e Eric Clapton, este discípulo confesso de King, lamentaram profundamente a perda da lenda do blues.
Clapton, por sinal, postou um vídeo no Facebook no qual manifesta todo o seu respeito pelo grande guitarrista morto. “Não restam muitos que tocam daquela forma pura que B.B. fazia”, resumiu Clapton, outra lenda do rock, que completou recentemente 70 anos de idade.
Em homenagem a B. B. King, o Roque Reverso separou vídeos descolados no YouTube de “The Thrill Is Gone”, “When Love Comes to Town” (com o U2) e “Lucille”, nome com o qual o artista batizou sua mais famosa guitarra, uma Gibson 335.
Quantos garotos não começaram a tocar guitarra por causa deste senhor e sua guitarra preta?
Sir Eric Patrick Clapton completa 70 anos de vida nesta segunda-feira, dia 30 de março, e pode-se dizer que, entre estes anos todos, muitas vidas foram vividas por esse inglês.
Do Yardbirds ao Bluesbreakers, do Cream e até sua carreira solo, das drogas à morte do seu filho em um acidente, até sua recuperação e superação total e chegando à criação de um centro de reabilitação de usuários de drogas.
E claro, o mais importante, toda sua dedicação à musica e em especial ao blues e todo o legado deixado por ele até os dias de hoje.
Um homem que, aparentemente, pelas suas atitudes, é dono de uma gratidão aos mestres levando aos ouvintes mais novos sua reverência a B.B. King e Robert Johnson.
Agora, aos 70 anos, anuncia que não fará mais turnês de longa distancia por estar cansado de aeroportos e por ficar fora de casa por muito tempo. Porém, o que deixa seus seguidores aliviados é que, por enquanto, não abandonará totalmente os palcos e os discos, podendo assim matar a sede e manter aceso o sonho daquelas crianças que um dia viram aquela guitarra e ouviram aquele som e com certeza mudaram sua vida.
Vida longa a quem um dia foi chamado de Deus!
Para homenagear os 70 anos de Clapton, fique abaixo com cinco músicas descoladas no YouTube. A primeira delas, com pouco mais de 10 minutos, traz o guitarrista tocando com ninguém menos que B. B. King. Depois, veja um vídeo ao vivo de “Before you Accuse Me”.
Na sequência, o guitarrista com o Cream, tocando “Crossroads”. Escute ainda uma gravação rara de 1966, com Clapton e o John Mayall’s Bluesbreakers. Para fechar, um vídeo de 1964, com Clapton e o grupo The Yardbirds.
Clapton is God!!!
*Duca Belintani é músico, professor e produtor musical. Já lançou sete livros didáticos dedicados ao ensino da guitarra e sete discos, um deles com Kid Vinil. Foi colunista das principais revistas direcionadas ao mercado da guitarra. Ao lado de Ricardo Gozzi, editor do Roque Reverso, também escreveu a biografia autorizada de Kid Vinil.