Caixa e CD reúnem singles do Motörhead entre 1995 e 2006

Por Marcelo Moreira, do blog Combate Rock

É uma espécie de início das homenagens ao eterno Lemmy Kilmister, vocalista e baixista do Motörhead, morto em 2015. Para marcar os dez anos de sua morte, no ano que vem, não poderia haver um início melhor do que uma grande caixa comemorativa de LPs e uma nova compilação em CD.

“We Take No Prisoners – The Singles 1995 – 2006” é uma coleção dos singles da banda entre 1995 e 2006, disponível em um box com nove singles de 7 polegadas, além de edições expandidas em CD duplo e digital.

Para os nostálgicos, o pacotão relembra uma era de descobertas em relação aos formatos. Os compactos simples (com duas músicas) e duplos (com quatro) em vinil ainda tinham amplo espaço no mercado e serviam de grande aperitivo para os álbuns que viriam na sequência.

Hoje, o esquema é parecido, mas nem tão difundido por conta das mudanças nas formas como consumimos música.

O lançamento da caixa com os chamados vinis de sete polegadas (7”) resgata um pouco da acidentada história do Motörhead, criado por Lemmy em 1975 após sair do Hawkwind em termos nada amigáveis.

Foram cinco anos penando para obter reconhecimento de seu som pesado e barulhento até ser reconhecido como uma das grandes instituições do heavy metal.

“We Take No Prisoners – The Singles 1995 – 2006” será lançado no próximo dia 25 de outubro, via BMG.

Conterá um livreto bastante informativo sobre cada uma das músicas e também uma rara entrevista de Lemmy e do baterista Mikkey Dee, concedida em 2004, sobre a carreira do Motorhead e a importância do material registrado na empreitada.

O lançamento já foi marcado por um single que já está nas plataformas digitais. “Shut Yout Mouth”, uma canção que nunca teve grande destaque na discografia da banda, por mais que o riff dominante seja aquele característico do Motörhead, que pode ser identificado, por exemplo, em “Metropolis”, um dos grandes hinos do trio que também foi quarteto por oito anos.

Por que esse lançamento é importante? Porque ainda pega a fase áurea da banda, notadamente entre 1979 e 1995, quando o som poderosos era tão impactante que poucas bandas no mundo eram capazes de igualar o Motörhead em ferocidade e agressividade.

“Shut Your Mouth” é um exemplo típico dessa situalção, sendo um som cru, direto, reto e provocador – coisa que o próprio rock deixou de ser há muito tempo.