Por Marcelo Moreira, do Blog Combate Rock
De um lado, o veterano astro, já milionário (ou nem tanto), brada contra o “roubo” de sua arte e se nega a fazer novo trabalho autoral, preferindo a comodidade dos royalties de hits antigos, rotos e desgastados – mas ainda lucrativos.
Do outro, o moleque sonhador que junta os trocados suados ganhos em botecos aqui e ali, louco para entrar em um estúdio “meia boca”, mas barato, para gravar três músicas próprias para um EP, que será divulgado gratuitamente nas rede sociais, ou distribuídos em pen drives de bar em bar ou na rua, quem sabe no metrô.
No meio dos dois mundos a anos-luz de distância está um vácuo que a modernidade e a tecnologia ainda não conseguem preencher em um tempo em que a arte e a cultura perderam o status de “bens intangíveis”. Arte e cultura ficaram muito baratas e, por consequência, descartáveis e menosprezadas. Existe futuro nessas atividades?