O Scorpions iniciou a série de três shows agendados para São Paulo em 2016 com a velha competência de sempre. Num Citibank Hall repleto de fãs de várias gerações, a banda alemã entregou uma apresentação repleta de hits dos seus mais de 50 anos de carreira. A vinda à casa de shows paulistana ainda trouxe como ingrediente importante a participação do grande baterista Mikkey Dee do eterno Motörhead, que encerrou as atividades em 2015 com a morte do lendário Lemmy Kilmister.
A presença de Dee na bateria ajudou a fazer com que o Scorpions conseguisse mesclar na dose certa um show com peso e melodia. Não ficaram de fora petardos históricos, como “Rock You Like a Hurricane”, “Blackout” e “Big City Nights”, tampouco baladas indispensáveis da carreira, como “Always Somewhere” e “Still Loving You”.
Vale destacar que Mikkey Dee substituiu o baterista atual James Kottak em virtude de problemas de saúde de Kottak. Em entrevista recente à imprensa alemã, o guitarrista Rudolf Schenker disse que o companheiro só deve voltar aos Scorpions em 2017, quando estiver plenamente recuperado.
Pontualmente às 21h30, o Scorpions subiu ao palco. Logo de cara, deu pra notar que a produção da noite seria caprichada, com telão bem generoso ao fundo, bateria suspensa no alto e luzes e efeitos bem interessantes. Somado a tudo isso, havia uma plataforma que saía do palco e seguia até quase o fim da Pista Vip, algo pouco comum em shows de rock no Citibank Hall desde a época em que se chamava Credicard Hall.
A primeira da noite foi a música “Going Out With a Bang”, do disco mais recente “Return to Forever”, de 2015. Na sequência, duas da década de 80 e do mesmo disco “Animal Magnetism”: “Make It Real” e “The Zoo”, esta sempre presente nos repertórios e sempre recebida e maneira mais vibrante pela plateia, que viu o guitarrista Matthias Jabs num solo que mesclou o pedal wah-wah com o de voz.
Em seguida, o vocalista Klaus Meine apresentou Mikkey Dee ao público e agradeceu a presença da plateia no espetáculo. Sempre simpático e agitado, o sueco com ascendência grega Dee cumprimentou os fãs. Houve um grupo mais perto do palco que chegou a gritar o nome do Motörhead, arrancando sorrisos adicionais do baterista.
Logo depois, foi a vez da sempre presente instrumental “Coast to Coast” contar com a aula costumeira do Scorpions. É nesta faixa que a banda, além da grande música, circula por vários pontos do palco e que Klaus Meine também dá uma força na guitarra. A parte na qual Meine, Schenker, Jabs e o baixista Paweł Mąciwoda se aproximam e ficam bem próximos da plateia sempre é empolgante e sempre fica na memória daqueles que gostam de grandes momentos do rock.
Após a instrumental, o Scorpions descolou um momento que reuniu músicas dos primeiros discos. Foi possível, por exemplo, apreciar “Speedy’s Coming”, que é do álbum “Fly to the Rainbow”, de 1974.
Passado o momento nostalgia, foi a vez da banda alemã trazer a boa “We Built This House”, hit do mais recente álbum. Durante a execução da faixa, foi passado no telão central o lyric vídeo, o que facilitava para quem ainda não conhecia cantar a música. Mas, vale destacar que, mesmo com um refrão empolgante, a faixa não chegou a gerar o impacto que se imaginava quando foi lançado o seu clipe. Muitos, infelizmente, a receberam como novidade e evidenciaram a falta que um MTV faz hoje na TV aberta.
Após a música “Delicate Dance”, o Scorpions emendou uma sessão acústica de respeito, com as faixas “Always Somewhere”, “Eye of the Storm” e “Send Me an Angel”. Como toda a banda na ponta da passarela que chegava quase até o fim da Pista Vip, o grupo proporcionou mais um momento emocionante ao público. O próprio Mikkey Dee chegou a se aproximar e ficar atrás dos outros músicos, acenando diversas vezes para a plateia e até puxando coreografias com as mãos.
Após a trinca, o público se manteve nas mãos da banda, que executou nada menos que “Wind of Change”. Com imagens que remetiam ao Muro de Berlim nos telões e na plataforma que suspendia a bateria, a execução da canção representou mais um grande momento do show.
Para aqueles que viveram a época da derrubada do muro da vergonha na Alemanha no fim dos Anos 80, foi inevitável fazer algum tipo de ligação política com o triste momento atual do Brasil, que, exatamente no dia anterior, havia vivido um inacreditável golpe parlamentar que derrubou uma presidente da República fraca em matéria de gestão, mas sem crimes claros de responsabilidade capazes de destituí-la.
Depois das músicas mais lentas, o Scorpions voltou com faixas mais pesadas. “Rock ‘n’ Roll Band”, “Dynamite” e “In the Line of Fire” mostraram que o grupo continua entrosado e que ainda pode continuar mais alguns anos nos palcos do planeta.
Como o grupo já não é formado há tempos por garotos, era preciso uma pausa para o descanso. Foi então que Mikkey Dee se apresentou com um solo consistente que lembrou os do Motörhead. O detalhe bacana que ajudou o momento a ficar mais legal ainda foi a projeção das capas de disco do Scorpions no telão, gerando um mosaico de respeito para uma banda que tem mais de 50 anos de grandes serviços prestados ao rock n’ roll.
O ótimo de Dee foi seguido por mais uma trinca de peso do Scorpions. Nada menos que “Blackout”, “No One Like You” e “Big City Nights” mantiveram a plateia empolgada. Em “Blackout”, deu a impressão no Citibank Hall que os telões laterais haviam perdido um pouco do foco, num momento que o palco inteiro era iluminado por uma cor azul. Detalhe para a tradicional guitarra saindo fumaça de Rudolf Schenker.
Depois de uma breve pausa, o Scorpions voltou para o bis com dois de seus maiores clássicos. Antes, porém, Klaus Meine lembrou que Schenker havia feito aniversário na véspera e puxou um “Parabéns a você” para o guitarrista, que foi saudado pelo público presente.
Para fechar o show, as escolhidas foram “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane”, dois clássicos incontestáveis da história do rock que não podem ficar de fora de um show do Scorpions. Feliz, a plateia viu a banda encerrar a apresentação depois de quase duas horas de um bom espetáculo musical.
O grupo alemão tem na turnê brasileira de 2016 um total de cinco shows agendados. Depois do primeiro em São Paulo no primeiro dia de setembro, a banda toca nos dias 3 e 4 novamente no Citibank Hall, no dia 10 de setembro no Rio de Janeiro, no Metropolitan, e, no dia 8, em Fortaleza, na Arena CFO. Se o conjunto musical repetir o que fez em São Paulo na primeira apresentação, os fãs terão muito a comemorar.
Para relembrar alguns dos momentos do show do Scorpions em São Paulo, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com a abertura e “Going Out With a Bang”. Depois, veja “We Built This House”, a trinca formado por “Always Somewhere”, “Eye of the Storm” e “Send Me an Angel”, além de “Wind of Change”. Para fechar, há ainda os vídeos de “Blackout” e “Still Loving You”.
Set list
Going Out With a Bang
Make It Real
The Zoo
Coast to Coast
Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train
We Built This House
Delicate Dance
Always Somewhere / Eye of the Storm / Send Me an Angel
Wind of Change
Rock ‘n’ Roll Band
Dynamite
In the Line of Fire
Drum Solo
Blackout
No One Like You
Big City Nights
Still Loving You
Rock You Like a Hurricane
Flavio excelente resenha do show
Espero poder nos encontrarmos sempre nos shows de metal daqui pra frente
Rolf Dio
Grande Rolf!
Muito obrigado!
Foi um prazer conhecer você o Eduardo antes do show do Scorpions!
Com certeza, a galera do Roque Reverso e a do Minuto HM vão se esbarrar em vários shows!!!
Antes do show do Scorpions em SP, o Roque Reverso encontrou a galera do Minuto HM, outro veículo formado por gente que ama o bom e velho rock n’ roll!
Quem quiser conferir o relato dos nossos amigos, além de discussões bacanas adicionais sobre o show, pode entrar aqui:
https://minutohm.com/2016/09/01/cobertura-minutohm-scorpions-sao-paulo-0109/
Poderia dar um crédito pra mim pelas gravações kkkkkkkkkkkkkkkkkkk pena que meu iPhone tinha estourado a memória.Mas coloquei vídeos novos no meu canal
Oi, Mateus!
Seus vídeos são muito importantes para quem gosta de rever os shows!
Continue nesta empreitada!
Obrigado!