Em mais uma dessas incríveis incoincidências convenientemente calculadas que somente o ser humano é capaz de criar, o mês de agosto termina no Brasil junto com uma ruptura política que põe fim ao mais extenso período de democracia de nossa breve história.
Todo o circo montando em torno do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, julgada mais por seus acertos do que por seus erros, chega agora ao fim com ares de ópera bufa.
O verniz de legalidade incessantemente aplicado pelos “Masters of Puppets” de um Congresso Nacional corrompido e de uma mídia reacionária e cínica desgastou antes do esperado e o golpe já era chamado de golpe antes mesmo de consumado. Não por denuncismo barato, mas pelo descaramento dos agentes envolvidos no conluio farsesco que levou ao impeachment. Não fosse farsa, o resultado seria imprevisível.
A premissa básica é “mudar para que tudo volte a ser como antes”. Antes de 2003, quando o Brasil tinha posição destacada no Mapa da Fome da ONU, quando o Brasil falava grosso com Bolívia e Guiné-Bissau e afinava a voz com Estados Unidos e Europa.