O início da segunda quinzena de setembro de 2014 compreende mais uma data de aniversário importante para o rock. Tudo porque o dia 16 de setembro marca os 30 anos do álbum “Perfect Strangers”, do lendário Deep Purple.
O disco é considerado um clássico muito mais pelo que representa do que pelas músicas gravadas, já que marcou o reencontro da formação clássica do Purple num álbum depois de 11 anos. Também foi o primeiro disco do grupo desde “Come Taste the Band”, de 1975.
A formação clássica em questão trazia simplesmente Ian Gillan nos vocais, Ritchie Blackmore na guitarra, Jon Lord nos teclados, Roger Glover no baixo e Ian Paice na bateria.
Antes de “Perfect Strangers”, o último disco com esta formação havia sido “Who Do We Think We Are”, de 1973. Depois do álbum da década de 70, muita aconteceu com o Purple, como, por exemplo, a saída de Gillan para a entrada de David Coverdale nos vocais.
“Perfect Strangers” pode não conter uma penca de hits como outros álbuns do Purple, mas conseguiu armazenar simplesmente duas músicas indispensáveis da carreira da banda: a faixa título e “Knocking at Your Backdoor”.
É justamente “Knocking at Your Backdoor” que vem com tudo no início do disco, com uma introdução matadora de Jon Lord e uma melodia muito bem construída para os vocais de Ian Gillan.
Em “Under The Gun”, os teclados de Jon Lord que já apareciam brilhantemente na faixa anterior tomam conta de uma parte maior da música e dão uma roupagem até mais pop, com direito até a um trecho rápido de “Pomp and Circustance” (clássica marcha composta para orquestra por Edward Elgar) , mas sem perder a pegada.
O teclado de Lord vem novamente em “Nobody’s Home”, mas a guitarra de Blackmore aparece forte no riff e no solo, com uma perfeita sintonia em relação às batidas de Paice.
Em “Mean Streak”, as batidas de Paice ficam mais cadenciadas e o mais desavisado poderá confundir o jeitão da música com “School’s Out”, de Alice Cooper.
A quinta faixa é simplesmente “Perfect Strangers” e aí qualquer ser humano com um mínimo de bom gosto será obrigado a reconhecer que está diante de um clássico do rock.
Com uma introdução matadora e contagiante, além de um riff que gruda na cabeça, a música tem uma levada que simplesmente justifica o retorno do Deep Purple com sua formação clássica. Não por acaso, esta faixa ainda hoje é uma das mais comemoradas pelo publico quando é tocada ao vivo.
Depois de “Perfect Strangers”, fica difícil do grupo se superar nas faixas restantes do álbum. Em “A Gypsy’s Kiss”, até vale ouvir os solos intermináveis de Blackmore e Lord e a boa sintonia entre os dois nestes momentos. “Wasted Sunsets” e “Hungry Daze” estão longe da classificação ruim, mas ficam claramente abaixo das demais do disco.
A versão em CD e fita cassete do álbum continha a faixa extra “Not Responsible” . O álbum foi remasterizado e relançado no dia 22 de junho de 1999 com a faixa bônus instrumental “Son Of Alerik”. Ela havia sido anteriormente disponível como um B-side no single de “Perfect Strangers” em 1984.
Para comemorar os 30 anos do álbum, o Roque Reverso, é claro, descolou clipes no YouTube. Fique inicialmente com o megaclássico “Perfect Strangers”. Na sequência, fique com os vídeos de “Knocking at Your Backdoor” e “Nobody’s Home”.