3 de setembro de 2014 marca o aniversário de 30 anos de um dos maiores álbuns da história do heavy metal. Exatamente há três décadas, o Iron Maiden lançava o disco “Powerslave”, considerado por muitos fãs como o melhor da lendária banda britânica.
O álbum faz parte daquela sequência obrigatória do Iron Maiden para qualquer ser que pretende conhecer o heavy metal. Veio depois de “The Number of the Beast”, de 1982, e “Piece of Mind”, de 1983. Antecedeu “Somewhere in Time”, de 1986, e “Seventh Son of a Seventh Son”, de 1988.
O reconhecimento de que “Powerslave” não é um disco comum já começa pela capa, uma das mais interessantes e, para muitos, a melhor do Iron Maiden.
Elaborada pelo sensacional “Derek Higgs”, ela vai de encontro à letra da faixa-título que remete à história do Egito e seus faraós e escravos. O mascote Eddie é a figura central entre os sarcófagos e esfinges existentes numa arte que traz uma riqueza de detalhes impressionante.
O álbum conta na abertura com uma música que não deixa pedra sobre pedra. “Aces High” é um dos maiores clássicos do Iron Maiden e do heavy metal. Traz o grupo quase que em estado de perfeição: Bruce Dickinson afiadíssimo nos vocais, Steve Harris quase destruindo o baixo, Dave Murray e Adrian Smith sintonizadíssimos nas guitarras e Nicko McBrain com a bateria em batidas bem regulares e rápidas.
Enfim, um entrosamento invejável que já dá uma noção do que vem pela frente. Este jornalista lembra da primeira vez que ouviu a faixa, ainda em fita cassete gravada de um álbum de um amigo. Foi tantas vezes escutada que, por pouco, ela não estourou por puro desgaste.
“2 Minutes to Midnight” é a segunda música e o segundo clássico do disco. Obrigatória há anos no set list dos shows do Iron Maiden, ela é um pouco mais cadenciada que “Aces High”, mas o peso está mantido e o entrosamento também.
Quando um grupo está no auge, ele se dá ao luxo de gravar uma faixa instrumental. E, na terceira faixa, “Losfer Words (Big’ Orra)”, a banda dá mais uma pequena amostra de seu potencial, mas falta um vocal de Dickinson para deixa-la 100% Iron Maiden. “Flash of the Blade” é a quarta da lista e tem uma introdução matadora de guitarra seguida por novas provas de que o topo era o local do grupo.
“The Duellists” é a quinta faixa de “Powerslave” e, talvez, uma das mais injustiçadas da banda. Tudo porque é uma das músicas mais completas do Iron Maiden, mas nunca chegou a estourar como merecia. Nesta parte do disco, o trio Harris, Murray e Smith parece que nasceu para tocar junto e Bruce, mais uma vez, canta com perfeição. No solo de guitarras, Murray e Smith fazem um duelo dos mais lindos de todo o heavy metal, capaz de arrepiar o mais frio dos fãs.
“Back in the Village” abria na época o chamado Lado B. É a menos badalada do disco, mas também tem seus encantos, especialmente o riff complexo e matador.
A faixa-título “Powerslave” é a sétima e penúltima do álbum. As clássicas “cavalgadas de guitarra” que marcam a composição influenciaram inúmeras bandas do estilo e serviram também para consagrar o disco.
“Rime of the Ancient Mariner” fecha o álbum como se fosse uma história à parte do disco. Longa com os seus mais de 13 minutos, ela tem uma séria de mudanças de ritmo e também está entre as preferidas dos fãs. Foi escrita a partir do poema homônimo do poeta romântico inglês do século XVIII, Samuel Taylor Coleridge.
Fim do disco e a sensação é a de que um trator passou pelo seu cérebro, uma obra prima do heavy metal, do rock e da música produzida por um grupo em seu maior momento.
A importância deste disco é tão grande que sua turnê de divulgação, a “World Slavery Tour”, foi uma das maiores da história do rock e rendeu um indispensável álbum ao vivo, o famoso “Live After Death”, lançado em 1985.
A turnê também foi marcada pela vinda do Iron Maiden ao Brasil pela primeira vez, justamente na primeira edição do Rock in Rio. As apresentações da banda no festival também entraram para a história e fizeram com que o grupo ganhasse ainda mais fãs no País e em todo o mundo.
Para celebrar os 30 anos do grande álbum “Powerslave”, o Roque Reverso descolou vídeos no YouTube. Fique inicialmente com os clipes oficiais de “Aces High”, “2 Minutes to Midnight” e “Powerslave”. Para fechar, fique com o vídeo ao vivo de “Rime of the Ancient Mariner”, extraído do documentário Flight 666, que acompanhou a primeira parte da turnê mundial “Somewhere Back In Time World Tour” em 2008, quando o Iron tocou músicas de sua época de ouro.