Alice Cooper voltou a São Paulo depois de 8 anos para trazer um de seus melhores shows em solo paulistano. Com uma banda afiada, o astro do rock norte-americano apresentou no sábado, 14 de junho, um show de alta qualidade e repleto de elementos teatrais no festival Best of Blues and Rock, realizado no Auditório do Ibirapuera, em sua versão ampliada para plateia externa.

Para um público formado por fãs de longa data, mas também para um número considerável de pessoas que nunca haviam visto um show do cantor dos EUA, Alice Cooper trouxe um bom e elogiado resumo da sua longa carreira no bom e velho rock and roll.

Principal atração do dia, ele conseguiu corresponder às expectativas da plateia e mostrou que, apesar dos 77 anos de idade, tal qual diversos astros de sua geração, tem muito ainda a oferecer para quem gosta da boa música e de um bom espetáculo de rock.

Atrações do dia no Best of Blues and Rock

Além de Alice Cooper, o sábado de rock do Best of Blues and Rock trouxe as atrações nacionais Marcão Britto & Thiago Castanho (tocando Charlie Brown Jr.), Larissa Liveir e o grupo Black Pantera.

Como esperado, chamou demais a atenção a apresentação do Black Pantera, que é uma das melhores bandas de rock do País na atualidade. Com sua necessária mensagem poderosa antirracista, a banda mineira angariou novos fãs, numa plateia composta, no festival do Ibirapuera, por um público mais velho do que a maioria presente em seus shows.

Músicas que já viraram hinos antirracistas, como “Candeia”, “Padrão é o caralho” e, claro, “Fogo nos Racistas”, compuseram o bom repertório do grupo, que teve uma boa recepção do público presente.

Alice Cooper traz seu shock rock

Após o bom show do Black Pantera, foi a vez de Alice Cooper trazer seu horror show, ou, mais precisamente, seu shock rock, para o Ibirapuera, com toda a teatralidade que marcou sua extensa carreira. A apresentação começou com um trecho de “Lock Me Up”, seguida por “Welcome to the Show”.

Com o trio de guitarristas formado pela bela e competente Nita Strauss, Ryan Roxie e Tommy Henriksen, além do baterista Glen Sobel (bateria) e o baixista Chuck Garric, Alice Cooper já indicou que os elementos teatrais não faltariam, mas que, acima de tudo, o rock seria representado da maneira que o fã do estilo mais gosta: com energia, técnica e muita qualidade.

A partir de “No More Mr. Nice Guy”, o desfile de grandes clássicos do rock veio com tudo e o espectador presente no Ibirapuera se tornou um grande privilegiado.

“I’m Eighteen”, “Under My Wheels”, “Bed of Nails” e “Billion Dollar Babies” formaram uma sequência de ouro que deixaram, ao mesmo tempo, os fãs presentes vidrados e eufóricos, em um momento que já valeria o ingresso.

“Snakebite”, “Be My Lover”, “Lost in America” e “He’s Back (The Man Behind the Mask)” mantiveram a contemplação do público e, com isso, o show pareceu até passar rápido demais, apesar de ter cerca de 1h30 de duração.

“Hey Stoopid” foi um outro grande momento da apresentação de Alice Cooper e fez a geração que viu o álbum de mesmo nome dos anos 1990 estourar ser presenteada com mais uma demonstração de técnica apurada de todos os músicos envolvidos.

Após um momento de solo do baterista “Glen Sobel”, Alice Cooper voltou ao palco para cantar “Welcome to My Nightmare, seguida por “Cold Ethyl” e “Go to Hell”.

Depois delas, foi a vez de “Poison” fazer o público cantar a faixa a plenos pulmões, em mais um grande momento da apresentação no Ibirapuera.

Após a faixa “The Black Widow” e um solo de guitarra de Nita Strauss, os elementos teatrais ficaram mais marcantes e Alice Cooper apareceu no palco de camisa de força e com uma luz verde intensa sobre o seu rosto para cantar “Ballad of Dwight Fry”.

Foi quando, após o fim da faixa, um dos momentos mais esperados do show foi visto no Ibirapuera, com a encenação da decapitação de Alice por meio de uma guilhotina. Depois deste exemplo de shock rock, a cabeça do cantor foi exposta ao público pela dançarina presente, para delírio da plateia.

O clássico “School’s Out” fechou o set list com Alice Cooper e banda emendando “Another Brick in the Wall, Part 2”, do Pink Floyd.

Na volta para o Bis, foi a vez de “Feed My Frankenstein” fechar o show, com a presença de um boneco gigante representando a versão Frankenstein de Alice Cooper.

Ao fim do show, a satisfação do público com a grande apresentação era palpável, com várias pessoas rememorando as partes preferidas da performance de Alice Cooper em São Paulo. Para muitos, o show já entrou para a lista dos melhores de 2025 na capital paulista.

Para relembrar a grande apresentação de Alice Cooper no Best of Blues and Rock 2025, o Roque Reverso descolou vídeos no Youtube (alguns deles feitos por nós). Fique com a abertura do show com o trecho de “Lock Me Up”. Depois, veja a execução de “No More Mr. Nice Guy”, “I’m Eighteen” e “Under My Wheels”.

Na sequência, acompanhe os vídeos de “Billion Dollar Babies”, “Hey Stoopid” e “Poison”. Para fechar, fique com “Feed My Frankenstein”.








Set list

Lock Me Up
Welcome to the Show
No More Mr. Nice Guy
I’m Eighteen
Under My Wheels
Bed of Nails
Billion Dollar Babies
Snakebite
Be My Lover
Lost in America
He’s Back (The Man Behind the Mask)
Hey Stoopid
Welcome to My Nightmare
Cold Ethyl
Go to Hell
Poison
The Black Widow
Ballad of Dwight Fry
I Love the Dead
School’s Out / Another Brick in the Wall, Part 2

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