Por Marcelo Moreira, do blog Combate Rock

Quis o destino que o canto do cisne de uma das grandes bandas de rock da história fosse um dos melhores trabalhos da década de 80 lembrado até hoje por fã e críticos musicais. Houve quem dissesse que “Synchronicity” era o álbum mais ambicioso já lançado, a síntese da perfeição pop que dificilmente seria superado. Ninguém esperava que fosse o fim de The Police.

O trio britânico pop, sem que ninguém soubesse, estava encerrando as atividades logo depois de seu lançamento e da subsequente turnê de divulgação. Em sua autobiografia, o guitarrista Andy Summers comenta como foi difícil encarar os últimos shows já sabendo que o baixista e vocalista – e principal compositor -, Sting, estava irredutível em começar uma carreira solo.

Com um ano de atraso, o espólio da banda comemora os 40 anos de lançamento do expressivo trabalho que marcou a década de 1980.

É uma caixa contendo seis CDs com material diferenciado e muita coisa ao vivo. Além das canções com mixagens diferentes, o material ao vivo dos shows da época são o destaque, já que The Police é marcado como um grupo que lançou pouquíssimos discos ao vivo relevantes.

O álbum original vendeu 15 milhões de LPs pelo mundo e foi aclamado pela crítica em todo o mundo. Recebeu cinco indicações ao Grammy em 1984 e ganhou três (Melhor Performance de Rock por Duo ou Grupo com Vocal, Canção do Ano (“Every Breath You Take”) e Melhor Performance Pop por Duo ou Grupo com Vocal).

O álbum também foi aclamado pela imprensa e desde então apareceu em muitas listas, incluindo o número 159 na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone.

Esta reedição está há três anos no no forno. O livreto de 62 páginas que acompanha contém novas notas extensas escritas pelo jornalista musical Jason Draper, que detalha a concepção e o nascimento infame da obra-prima do The Police.

Mais de quarenta anos depois, todos os três membros da banda continuam a marcar o legado do The Police: Stewart Copeland publicou seus Police Diaries e viajou pelo mundo com seus shows no Police Deranged. Em outubro e novembro, Stewart se apresentará em todo o Reino Unido com seu novo programa falado, “Have I said Too Much?”

Andy Summers publicou vários livros de fotografia com foco na era da banda. Ele está atualmente em turnê com seu show “Cracked Lens + A Missing String” pelos EUA; e Sting continua a fazer extensas turnês: sua atual turnê pelos Estados Unidos e Europa dura em 2024 e apresenta muitas músicas do Police entre seus trabalhos solo.

O CD1 é o álbum original incluindo “Murder By Numbers”, todo remasterizado diretamente das fitas originais. O CD2 apresenta 18 faixas contendo todos os Lados B originais de 7”/12”, além de 11 faixas bônus exclusivas que não fazem parte do álbum, disponíveis em CD pela primeira vez. Os CDs 3 e 4 contém versões alternativas inéditas de todas as músicas do “Synchronicity”.

O CD4 também traz músicas inéditas do Police, incluindo uma versão inicial da faixa de 1982 de Andy Summers, “Goodbye Tomorrow” (mais tarde renomeada como “Someone To Talk To”); uma demo de uma canção escrita por Stewart Copeland, “I’m Blind”, que mais tarde ressurgiu como “Brothers on Wheels” para a aclamada trilha sonora de Copeland para “Rumblefish” de Francis Ford Coppola; um primeiro take inédito de “Truth Hits Everybody” (originalmente da estreia de 1978, “Outlandos d’Amour”); e covers raros da música de Eddie Cochran “Three Steps To Heaven” e “Rock and Roll Music” de Chuck Berry.

Os CDs 5 e 6 apresentam 19 gravações ao vivo – todas inéditas – capturadas em 10 de setembro de 1983 no Oakland Coliseum, nos EUA.

‘Sinchronicity’, obra-prima do grupo The Police, ganha caixa com 6 CDs