O grupo Detonautas Roque Clube lançou oficialmente nesta sexta-feira, 4 de setembro, a música “Micheque”, inspirada no episódio que envolve o depósito de R$ 89 mil na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A banda brasileira liberou com a música um lyric vídeo que traz a letra cheia de sátira e uma série de imagens questionando a procedência do dinheiro para a esposa do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O restante da família Bolsonaro também não escapa da letra. Estão lá o atual mandatário do País, chamado apenas de “capitão”, além dos seus três filhos atuantes na política e no governo. Personagem do chamado “escândalo das rachadinhas”, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, também está na letra, que questiona justamente se o dinheiro na conta de Michelle é “do Queiroz”.
Flávio Bolsonaro, identificado como “Zero Um”, é chamado de “Willy Wonka”, personagem do filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, numa referência às investigações, dentro do “escândalo das rachadinhas”, sobre o uso da rede de loja de chocolates Kopenhagen comprada pelo parlamentar, que é filho do presidente da República.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), identificado como “Zero Dois”, é chamado de “Bananinha”. O deputado estadual, Carlos Bolsonaro (Republicanos), identificado como “Zero Três”, é chamado de “Tonho da Lua”, numa referência ao personagem da novela “Mulheres de Areia”, interpretado por Marcos Frota.
A voz do humorista Marcelo Adnet, imitando o presidente da República, também aparece na música.
A produção é de Fábio Masson e Bruno Alves. A edição e a direção é de Victor Barão.
Tico Santa Cruz, que é vocalista do Detonautas, é conhecido pelo seu forte envolvimento na crítica às questões políticas do País, especialmente em relação ao momento atual conservador dominante e ao Governo Jair Bolsonaro.
O caso
Dentre os escândalos envolvendo Bolsonaro e sua família, o caso do depósito de R$ 89 mil na conta de Michelle Bolsonaro é só mais um que ganhou repercussão em todos os lugares possíveis.
Conforme reportagem da revista Crusoé, o ex-assessor Fabrício Queiroz e a mulher dele, Márcia Aguiar, depositaram R$ 89 mil em cheques na conta bancária da primeira-dama entre 2011 e 2016.
A informação foi revelada a partir da quebra de sigilo fiscal do casal Queiroz, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por integrar um suposto esquema de desvio de dinheiro do antigo gabinete de deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro.
De acordo com a reportagem da revista Crusoé, a quebra de sigilo mostrou que Queiroz depositou 21 cheques na conta de Michelle entre 2011 e 2016, somando R$ 72 mil.
O jornal Folha de S.Paulo e o portal G1, descobriram também que a abertura das informações bancárias de Marcia Aguiar revelou mais seis cheques depositados por ela para a primeira-dama entre janeiro e junho de 2011, no valor total de R$ 17 mil.
Essas informações contrariam versão de Jair Bolsonaro, que havia dito que o valor foi depositado para sua mulher como pagamento por um empréstimo de R$ 40 mil concedido por ele a Queiroz. A abertura dos dados bancários do amigo de longa data do presidente da República não mostram o recebimento desse empréstimo, conforme os veículos da imprensa que tiveram acesso à quebra de sigilo.
Após o escândalo, depois de ser questionado por um jornalista sobre os pagamentos feitos à primeira dama, Bolsonaro respondeu irritado, que tinha a vontade de encher a “boca [do repórter] na porrada”.
Após a postura do presidente da República, as redes sociais foram invadidas pela pergunta que foi virou meme: “Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?.”
Até o momento, Bolsonaro não respondeu. E o Detonautas está reforçando o questionamento com a música lançada nesta sexta-feira.
Se alguém por aí estava questionando a postura do adormecido rock nacional sobre o atual momento político do País, está aí uma amostra que promete fazer sucesso na boca do povo.
Confira abaixo a música “Micheque”, do Detonautas Roque Clube.
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