Por Marcelo Galli

Importante no início do rock, o piano perdeu para a guitarra o posto de instrumento símbolo do gênero musical. Pelo bem do rock, pelo prazer de se fazer air guitar, pelo tesão de dar uma palhetada com o volume no talo e ouvir o som distorcido, pela microfonia…Não imagino o Jimi Hendrix queimando um Steinway ou o Pete Townshend empurrando um Blüthner (o da gravação de “Let it Be” e “The Long and Winding Road”, dos Beatles) em direção à parede para estourá-lo, embora goste bastante das peripécias de Little Richard.

Apesar de tudo isso e mais aquilo, o som do piano é lindo. E versões de clássicos do metal transpostas para o instrumento podem surpreender, como é o caso de “Nothing Else Matters”, do Metallica, feita por um internauta e publicada no YouTube. A introdução lembra Satie e Debussy (pode ser muita viagem, mas foi o que pensei no momento em que escutei pela primeira vez).

Além dessa, há versões no YouTube para “Run to the Hills”, “Fear of the Dark”, “The Number of the Beast” e “The Trooper”, todas do Iron Maiden. Há ainda “Iron Man”, do Black Sabbath, cujo peso nem o arranjo para o piano tirou. E também “Crazy Train”, do Ozzy.